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Estado de Minas

Paris e Washington apoiam envio de tropas de paz da ONU ao Mali


postado em 04/02/2013 19:52 / atualizado em 04/02/2013 20:10

Estados Unidos e França, que lidera a intervenção militar no Mali, pregam a preparação rápida para o envio de forças de manutenção da paz das Nações Unidas (capacetes azuis) ao país. O objetivo é contribuir com a força dos países da África Ocidental prevista originalmente, apesar das reticências do governo malinense.

Três semanas após o início da guerra francesa contra os grupos islamistas radicais do Mali, a visita a Paris feita pelo vice-presidente americano Joe Biden deixou clara a convergência entre França e Estados Unidos.

"Nós estamos de acordo com o fato de que a força africana no Mali seja subordinada à ONU o mais rápido possível", declarou Joe Biden em coletiva de imprensa ao lado do presidente francês, François Hollande.

O chefe de estado francês também considerou que a intervenção "deva se tornar uma operação de manutenção da paz" das Nações Unidas.

Inicialmente, a ONU havia autorizado o envio de uma força interafricana de 3.300 homens para o Mali, encarregados de ajudar as forças armadas do país a reconquistar a região norte, controlada por grupos islamistas armados. Nesse contexto, a França e outros países deveriam se limitar a dar um apoio logístico a esta força. Ao mesmo tempo, a União Europeia prometeu uma missão de formação para o Exército malinense, que deveria começar em meados de fevereiro.

Mas a deflagração da guerra da França no Mali em 11 de janeiro mudou a situação.

Além das tropas francesas, um contingente de soldados chadianos participa das operações militares com o que resta das forças armadas malinenses, sub-equipadas e carentes de formação e treinamento. As forças africanas da missão internacional de apoio ao Mali (Misma, na sigla em francês) começam aos poucos a chegar ao território e falta pouco para que elas entrem em operação.


Precedente marfinense


Na semana passada, diplomatas e altos funcionários da ONU indicaram à Nova York que as Nações Unidas refletiam sobre o posicionamento de uma força de manutenção de paz de capacetes azuis, que substituiria a missão internacional de apoio ao Mali (Misma).

A futura força poderia integrar todas as forças africanas mobilizadas no Mali, principalmente os chadianos, que não pertencem à Misma. Ex-potência colonial no Mali, a França poderia contribuir com o novo dispositivo com uma força de reação rápida situada em Bamaco, segundo as mesmas fontes.

"É evidente que vamos desempenhar nosso papel neste momento", declarou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, questionado sobre uma possível missão dos capacetes azuis.

Cosultado nesta segunda-feira pela AFP sobre a eventual transformação da Misma em uma força das Nações Unidas de manutenção de paz, o chefe da diplomacia malinense se mostrou prudente. "Manutenção da paz, com qual objetivo?", indagou Tiéman Coulibaly.

"Hoje, nós combatemos o terrorismo. A Misma é uma missão de assistência ao Mali. Se ela tiver que ser transformada em força de manutenção da paz, é preciso definir entre quem e quem. Manter a paz entre o Mali e os terroristas? Não. E negociar com terroristas está fora de questão", acrescentou.

A França não indicou se o contingente francês seria incorporado aos capacetes azuis ou se eles agiriam como apoio, como aconteceu na Costa do Marfim. Em 2011, a Operação Licorne (tropas de manutenção de paz da ONU e força militar francesa) permitiu a detenção do ex-presidente Laurent Gbagbo.

"O principal é saber quantos homens (franceses) vamos enviar, este será o cerne das próximas discussões", ressalta Paris.

Uma força da ONU teria a vantagem de incorporar 2 mil soldados do Chade, país não-membro da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que deveria fazer parte da Misma.

Uma outra vantagem é financeira, já que uma missão de manutenção de paz da ONU é automaticamente financiada pelo orçamento das Nações Unidas, e não por doações de países voluntários.


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