O ícone da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, disse acreditar que o Exército de seu país apoiará mudanças na Constituição que lhe permitirão se tornar presidente se vencer as próximas eleições.
A ganhadora do Nobel da Paz, que passou mais de duas décadas sob prisão domiciliar, disse ter esperança em que o parlamento aprove uma reforma constitucional, inclusive quando o Exército controla um número significativo de cadeiras.
"Acredito que os membros do nosso Exército, como o restante de nossa nação, gostaria de ver Mianmar como um país mais feliz, forte e harmonioso", disse Aung Kyi nesta sexta-feira, durante uma visita ao estado americano do Havaí.
O presidente Thein Sein, ex-general, surpreendeu os críticos com o lançamento de uma série de reformas depois que assumiu o cargo, em 2011, que incluíam a libertação de presos políticos, permitindo a entrada de Aung Kyi no parlamento.
Thein Sein disse que aceitaria Aung Kyi como presidente se a Liga Nacional para a Democracia vencesse as eleições de 2015, mas ativistas duvidam de que os radicais estejam dispostos a deixar que o Exército abandone o poder.
Segundo a Constituição de 2008, a presidência não pode ser exercida por nenhuma pessoa cujo cônjuge ou cujos filhos tenham nacionalidade estrangeira. Aung Kyi foi casada com o acadêmico britânico Michael Aris, com quem teve dois filhos.