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Estado de Minas

Missão da ONU no Haiti volta ao banco dos réus após acusações

Caso de estupro será encaminhado para o parlamento, vídeo onde capacetes azuis estupram haitiano foi postado na internet


postado em 06/09/2011 20:04 / atualizado em 06/09/2011 20:15

Os soldados da ONU presentes no Haiti, já acusados de ter introduzido a cólera no país, estão novamente no banco dos réus após um caso de estupro, reativando os pedidos para a retirada dos capacetes azuis. Desde a divulgação na internet de imagens mostrando capacetes azuis uruguaios estuprando um jovem haitiano, centenas de pessoas, entre elas legisladores locais, protestaram nessa segunda-feira em frente a uma base de soldados uruguaios em Port-Salut (sul) para exigir a retirada das forças da ONU.

"Vamos apresentar uma resolução ao Parlamento para exigir a retirada progressiva dos soldados da Minustah", a missão das Nações Unidas no Haiti, declarou o senador Your Latortue, presente na manifestação, enquanto outros funcionários haitianos exigiam que os soldados suspeitos de estupro do jovem de 18 anos fossem julgados no Haiti.

Estes últimos "estão em Porto Príncipe, e em breve serão repatriados (...). Partirão sem dúvida esta semana", declarou à AFP um porta-voz da Minustah. O governo uruguaio apresentou uma demanda diante da Justiça do país contra seus quatro capacetes azuis, anunciou nesta segunda-feira o secretário da presidência, Alberto Breccia. "Há uma denúncia penal formulada pelo Ministério da Defesa diante dos tribunais uruguaios", disse.

"O convênio que existe quando se enviam tropas para missões nas Nações Unidas estabelece que todos aqueles atos aparentemente criminosos cometidos por oficiais militares em cumprimento de missões de paz deverão ser julgados pelos tribunais do país de origem dos oficiais", explicou.

Essa decisão foi tomada no dia seguinte ao anúncio de que o chefe do batalhão uruguaio tinha sido chamado pelo Ministério da Defesa. Em Porto Príncipe, o presidente Michel Martelly condenou "este ato que comove a consciência nacional" e pediu "um relatório detalhado, estabelendo com exatidão, as circunstâncias em que os fatos ocorreram".

Um juiz haitiano, Paul Tarte, abriu na sexta-feira uma investigação, mas lamenta não ter podido interrogar os soldados uruguaios. A Minustah, que conta com 12.000 oficiais, anunciou a abertura de uma investigação. Seu chefe, Mariano Fernandez, pediu desculpas ao governo haitiano e prometeu reforçar a disciplina interna na missão da ONU.

No fim de 2010, o Haiti foi sacudido por violentos protestos contra a presença dos capacetes azuis, acusados de terem desatado uma epidemia de cólera que deixou mais de 40.000 doentes e cerca de 4.000 mortos, segundo as últimas cifras oficiais publicadas no fim de agosto. Especialistas internacionais confirmaram posteriormente que os soldados do Nepal tinham introduzido a bactéria mortal.


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