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Estado de Minas

Justiça hondurenha ordena prisão de ex-ministro de Zelaya

Enrique Flores Lanza e membros da Frente Nacional de Resistência Popular acusam os tribunais do país de fazer perseguição política e violar o Acordo de Cartagena


postado em 16/06/2011 11:59

A Justiça hondurenha ordenou a prisão domiciliar de um ex-ministro do governo do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe de Estado em 2009, por acusação de corrupção envolvendo cerca de US$ 5,6 milhões.

Enrique Flores Lanza, ex-ministro da Presidência e principal assessor de Zelaya durante seu governo, apresentou-se ontem voluntariamente a quatro audiências nos tribunais de Justiça para esclarecer as acusações movidas pelo Ministério Público (MP) contra ele.

Nas duas primeiras audiências, os juízes ordenaram não apenas a prisão domiciliar do ex-ministro, como também o pagamento de uma fiança totalizando o equivalente a US$ 1,4 milhões. Caso o pagamento não ocorra em 30 dias, ele será detido na Penitenciária Nacional.

As outras duas audiências foram postergadas para sexta-feira. A previsão da defesa de Lanza é de que a fiança totalize o equivalente a US$ 2,1 milhões, o que corresponderia aos fundos sacados do Banco Central (BC) para financiar a consulta popular que Zelaya pretendia realizar para instaurar uma Assembleia Geral Constituinte.

Lanza voltou a Honduras em 28 de maio ao lado do ex-mandatário deposto, que foi permitido com o Acordo de Cartagena, ou Acordo para a Reconciliação Nacional em Honduras, empreendido pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, e assinado pelo atual mandatário, Porfírio Lobo, além de Zelaya.

Ao sair dos tribunais, o ex-ministro declarou que não tem condições de pagar a fiança e acusou a Justiça de seu país de querer "cortar nossa liberdade". "O mais preocupante é que vai para o espaço e praticamente se rompe o Acordo de Cartagena, que busca uma reconciliação".

A sentença também foi condenada pelo grupo de apoio a Zelaya, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), que considera a prisão como um ato de perseguição política contra ex-membros do governo do mandatário deposto, comprometendo o tratado.

Para o subcoordenador da frente, Juan Barahona, o acordo e o compromisso do atual chefe do Executivo de não perseguir politicamente os exilados acabou "em nada".

"Aqui em Honduras o que há é uma verdadeira parcialização na aplicação da Justiça, porque o Poder Judiciário, confabulado com a oligarquia deste país, persegue a equipe que esteve com Manuel Zelaya na Presidência e protege aos que deram o golpe de Estado, porque nenhum golpista foi chamado aos tribunais para prestar contas", protestou Barahona.

Ele anunciou uma reunião do grupo "para tomar as decisões" necessárias, afirmando que não se pode deixar Lanza "sozinho".


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