Parte da história do futebol de várzea de Belo Horizonte está sendo resgatada com a construção do novo campo do Pompeia Futebol Clube, um dos times mais tradicionais da capital mineira e um dos maiores campeões. Em 2013, o campo foi desativado para a revitalização da malha ferroviária do Horto a Sabará pela mineradora Vale, que foi quem viabilizou o retorno do campo, ao financiar a obra, realizada pela Prefeitura de Belo Horizonte.
O Pompeia, que tem 102 anos, é o único time de futebol a conquistar 13 títulos consecutivos de campeão de Belo Horizonte entre 1968 e 1980. Antes disso, tinha sido bicampeão em 1951/51. Foi ainda supercampeão da capital em 1980, mesmo ano em que conquistou o Torneio Prefeito Maurício Campos. O Pompeia foi tricampeão sênior da cidade em 1987, 1988 e 1989, o que deu origem, no clube, a um projeto de ex-jogadores, o “Genérico”, que jogava, até o começo da pandemia de Covid-19, uma vez por mês.
O time foi fundado em 1921 e sempre priorizou o futebol, atendendo a comunidades carentes. Mantinha equipes em todas as categorias. Quando houve o fechamento do campo para a obra da Vale, tinha nada menos que 320 meninos em suas divisões de base.
O primeiro campo do Pompeia era no bairro de mesmo nome. Mas, em 1980, o clube foi desalojado para construir a Avenida Belém. Como compensação, recebeu um terreno na Avenida dos Andradas, na entrada dos bairros São Geraldo e Boa Vista. Lá, construiu o novo campo, que funcionou até a interdição para a construção da ferrovia suspensa.
O que era só terra, agora terá grama sintética, o que entusiasma antigos jogadores, como Kalango e Ebinho, ambos do Genérico, que não veem a hora de entrar em campo. O novo espaço terá um campo de futebol, que poderá ser usado com quadras de futebol soçaite, uma quadra de peteca e seis vestiários.