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Estado de Minas INVESTIGAÇÃO

Ex-prefeito pode ter matado mulher por não aceitar fim do relacionamento

Policia vai ouvir depoimento de pai da vítima, que declarou que a filha revelou intenção de separar do marido uma semana antes de morrer


05/09/2023 19:34 - atualizado 05/09/2023 19:58
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foto mostra casal.
Ex-prefeito de Catuji, Fuvio Luziano esta preso pela suspeita da mulher, a médicca Juliana. (foto: Redes sociais/divulgação)
Um possível feminicídio, tendo como motivação o fato de o marido não aceitar o fim da separação. Esta é uma das principais linhas da investigação policial  sobre a morte da médica e psiquiatra e nutróloga Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, cujo principal suspeito é o marido dela, o ex-prefeito da cidade mineira de Catuji, no Vale do Mucuri, Fuvio Luziano Serafim, de 44. 

 

  

O ex-prefeito está preso preventivamente em Colatina, no Espírito Santo, onde, na madrugada de sábado (02/09), a médica foi encontrada morta em um quarto de hotel.

 

O motorista de Fuvio, Robson Gonçalves dos Santos, de 52, também está preso preventivamente pela suspeita de envolvimento no  crime.

  

Delegado de Homicídios de Colatina, Deverly Pereira Junior
Delegado de Homicídios de Colatina, Deverly Pereira Junior (foto: Polícia Civil ES/divulgação)
Em entrevista ao Estado de Minas, o delegado de Homicídios de Colatina, Deverly Pereira Junior, que chefia a investigação do caso, disse que recebeu oficialmente o laudo do exame cadavérico do Serviço de Medicina Legal (SML), que aponta que a causa morte de  Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi “traumatismo craniano, causada pela bronquioaspiração do  conteúdo gástrico”.

 

Também foi constatado que a vítima teve traumatismo craniano, “com duas leões consideráveis na  cabeça que a levou a inconsciência e acabou fazendo com ela aspirasse o próprio vômito”, informou Deverly.

 

Embora o laudo do exame da necropsia aponte que o corpo de juliana apresentou marcas de violência e traumatismo craniano, o delegado afirmou que é preciso espera o avanço das investigações para saber se as lesões foram mesmo provocadas pelo suspeito do crime ou tiveram outra causa, como uma queda ou pancada contra a parede.

 

“Essa dinâmica a gente está tentando ainda entender. Pode ter sido uma ação direta do agressor. Mas isso a gente não pode confirmar ainda. A gente confirmou que existiam lesões na cabeça dela e em outras partes do corpo dela também”, pontuou.

 

Deverly salienta que embora ainda não se pode “cravar 100%” a motivação do crime, o que só sera possível ao final do trabalho de investigações, “de acordo com as evidências que forem colhidas”.

 

“Mas, ao tudo indica até o momento, foi feminicído, foi violência de gênero. Há indicativo de que a vítima estava planejando se separar do principal suspeito, que é o marido, e, provavelmente, ele não aceitou essa situação e  aí acabou cometendo esse crime”, declarou o delegado.

 

As suspeitas de que o Fuvio pode ter ceifado a vida da mulher por não aceitar a separação foram reforçadas pelas declarações do pai da médica, o ex-prefeito e médico Teófilo Otoni Samir El Aouar. Ele afirmou que poucos antes de morrer, a filha lhe pediu ajuda para se separar alegando sofrer com a violência do marido.

 

“Ela já não aguentava mais. Veio aqui em casa e conversou comigo. Pediu ajuda para separar dele uma semana antes e arrumar um advogado. Ele [marido] planejou a morte da minha filha. Aproveitou a consulta dela em outro estado para fazer isso com ela. Só que não esperava que a polícia fosse ágil", declarou o pai da vítima, em entrevista à imprensa.

 

O delegado Deverly Pereira Junior informou que o pai da médica será ouvido pela polícia, visando aprofundar a linha de investigação sobre o real motivo da morte de Juliana. Ele informou que já encamhou uma carta precatória para a delegacia da policia civil em Teófilo Otoni, visando a coleta do depoimento de Samir El Aouar.

foto mostra casal.
Ex-prefeito de Catuji, Fuvio Luziano esta preso pela suspeita da mulher, a médicca Juliana. (foto: Redes sociais/divulgação)
 

 

De acordo com Deverly, o objetivo da oitiva é saber do ex-prefeito de Teófilo Otoni e pai da vítima “se a filha dele “realmente tinha a intenção de separar, se ela manifestou a mesma coisa mais alguém e se isso chegou ao ouvido do marido, de forma que ele possa ter planejado o atentado contra ela por causa da intenção dela de se separar dele”. 


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