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Estado de Minas VAQUINHA ONLINE

República de Ouro Preto que sofreu golpe faz 'vaquinha' para pagar dívidas

Membros da República Partenon acusam tesoureiro de desvio de dinheiro de aproximadamente R$ 500 mil, e dívidas chegam a R$ 70 mil


21/03/2023 20:28 - atualizado 21/03/2023 20:46
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República em Ouro Preto
Moradores da República Partenon registraram um Boletim de Ocorrência e uma notícia-crime no Ministério Público de Minas Gerais contra o tesoureiro (foto: Reprodução/ Google Street View)
Uma vaquinha online feita por moradores da república estudantil Partenon, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, quer arrecadar R$ 70 mil para quitar dívidas contraídas após um aluno e tesoureiro do local ter desviado cerca de R$ 500 mil.
 
De acordo com a Associação República Partenon de Ouro Preto (Arpop), além do tesoureiro e estudante do curso de ciências econômicas Ygor Fernandes de Araújo ter feito o desvio de quase todo o patrimônio da associação, ele não pagou diversas dívidas feitas em nome da república para a realização do evento de carnaval de 2023.
 
Um morador que não quer se identificar disse que república é particular, e a maior fonte de renda vem do carnaval, data em que há uma grande demanda de turistas para a cidade histórica.
 
“Para acomodar os turistas, vendemos um pacote com várias comodidades inclusas, e para isso, fizemos uma dívida com os fornecedores que seria paga, como em todos os anos anteriores, com o dinheiro do carnaval. O que sobra, usamos para a manutenção da casa e para a compra de um imóvel próprio", disse o morador.

Só que neste ano, em vez de lucro, a república se vê em dívidas, e o sonho de comprar um imóvel para acolher os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) foi por água abaixo.
 
O estudante conta que, ao longo de 27 anos, a Arpop conseguiu arrecadar aproximadamente R$ 450 mil e que, no fim de 2022, a entidade havia encontrado um imóvel. Assim, foi assinado um contrato de promessa de compra e venda.
 
O estudante também conta que o aluguel do mês de março no valor de R$ 6 mil está vencido, e a conta de água no valor de R$ 6.154,76 também venceu.

“Para piorar nossa situação, o dono do imóvel nos comunicou que haverá um reajuste que passará para R$ 8 mil. Há mais de cinco anos, a associação paga R$ 6 mil de aluguel e, devido ao bom relacionamento com os donos esse valor, não foi reajustado por anos. Entretanto, no fim do ano passado, os proprietários nos informaram que depois do carnaval o valor seria reajustado."

 

Notícia-crime e BO

 
Ao saberem do rombo na conta, os membros da Associação República Partenon de Ouro Preto (Arpop), entidade que administra a república estudantil, procuraram a Delegacia de Polícia Civil de Ouro Preto no dia 9 de março e registraram um Boletim de Ocorrência (BO).
 
Além do BO, a Arpop registrou uma notícia-crime ao Ministério Público de Minas Gerais, por meio da Promotoria de Justiça de Ouro Preto e endereçou cópia para a UFOP.
 
Na notícia-crime, os moradores contam que o rombo se deu após o tesoureiro aproveitar a realização do carnaval de 2023 para abrir uma conta em nome da república no Banco Efí, antiga Gerencianet, para assim realizar movimentações bancárias sem a autorização do presidente da Arpop.
 
“Ygor ocupava o cargo de tesoureiro desde outubro de 2021 e era um dos associados mais velhos que moravam na república e que, por isso, tinha o respeito e a confiança dos demais moradores."
 
De acordo com a notícia-crime, a Apop tinha uma conta bancária no Bando do Brasil que exigia a assinatura do presidente e do tesoureiro da associação para todas as movimentações. A pedido de Ygor, com a justificativa de facilitar o pagamento dos fornecedores do carnaval e agilizar a compra do imóvel, seria mais ágil uma conta bancária que não exigisse autorização do presidente nas movimentações.
 
“Por isso, o tesoureiro recebeu uma senha única, sem qualquer acesso dos demais moradores, uma vez que alterou o telefone de autenticação para seu pessoal. O tesoureiro disse que conta deveria ser criada com o intuito de ser uma plataforma de recebimento do dinheiro de turistas que adquirissem o pacote de carnaval."
 
O morador afirma que a situação tem afetado a vida pessoal dos moradores da república, que só conseguem manter as despesas em Ouro Preto porque dividem as despesas da casa.
 
“Infelizmente há alunos que sinalizam que, se o valor do aluguel aumentar, não vão conseguir se manter na república e terão que voltar para a cidade de origem deixando o curso."
 
Procurado pela reportagem, Ygor de Araújo não atendeu ao telefonema. 


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