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Estado de Minas Transporte público

Motoristas de ônibus de BH devem entrar em greve

Rodoviários anunciam paralisação na segunda-feira, na capital. Trabalhadores pedem 8,2% de reajuste e empresas oferecem 7,19%


14/01/2023 04:00 - atualizado 14/01/2023 11:47

ônibus
Com possibilidade de redução no número de veículos, usuários esperam transtornos para locomoção na segunda-feira (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 25/3/22)


O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH) anunciou que a categoria deve fazer greve dos ônibus de BH na segunda-feira. De acordo com o sindicato, a greve, que englobará somente a cidade de Belo Horizonte, incluindo as linhas do Move, terá início à 0h da segunda, e não tem previsão de término. O STTRBH afirmou que o impacto da paralisação poderá ser mensurado apenas no dia da greve, dependendo da adesão dos trabalhadores.
 
A categoria reivindica avanços em pontos como o retorno do tíquete de alimentação nas férias, mudança no intervalo e reajuste com ganho real. O acordo já foi fechado na região metropolitana, com um índice de 8,2%, mas o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) oferece 7,19% aos profissionais da capital. Isso significaria que o motorista de Belo Horizonte receberia menos que os trabalhadores das cidades vizinhas.
 
O STTRBH já havia anunciado uma greve para 26 de dezembro de 2022, mas, após uma reunião de emergência solicitada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), suspendeu a paralisação. Na ocasião, ficou definido que os sindicatos voltariam a discutir a campanha salarial, buscando atender aos anseios da categoria. A rodada de negociação seguinte foi marcada para 4 de janeiro. Porém, o Setra manteve a posição do reajuste de 7,19%, e na quarta-feira realizou assembleia com seus filiados, que votaram pela continuidade dessa proposta.  Diante disso, o STTRBH afirmou que respeitou o prazo pedido na reunião, de deliberação de greve até 15 de janeiro e, como não houve avanço,  voltou a convocar o movimento grevista.
 
Evelly Ferreira, de 25 anos, é advogada e assistente administrativa e depende dos ônibus diariamente para trabalhar. Ela afirmou que o impacto de uma greve seria muito grande em sua vida, pois atravessa a cidade, mas ressaltou que as greves são um direito. “Os trabalhadores têm o direito de se manifestar por condições melhores, porém a gente tem que ver nosso lado também. Isso afeta toda a mobilidade da cidade”, disse ela. A advogada disse que vai recorrer ao metrô na segunda-feira, mas imagina que ele esteja muito cheio. Outras alternativas apontadas por Evelly foram recorrer aos táxi-lotação ou dividir o Uber com outras pessoas.
 
Clodoaldo Santos de Oliveira, de 51, auxiliar de serviços gerais, afirmou que, em caso de greve dos ônibus, a vida do belo-horizontino se tornará um caos. “Se param poucas linhas, Belo Horizonte para.” O auxiliar de serviços gerais foi mais um que citaram a sobrecarga de outros meios de transporte, como metrô e Uber, em decorrência da greve. Para ele, em caso de paralisação, outros setores deveriam parar juntos, pois, mesmo que o trabalhador consiga ir trabalhar, pode acontecer de ele ficar impossibilitado de voltar para casa após o expediente.

Escala mínima A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que seja respeitada uma escala mínima de funcionamento dos ônibus na capital diante do anúncio de greve dos trabalhadores rodoviários a partir de segunda-feira. 
       De acordo com estimativa da CDL, a paralisação dos motoristas de ônibus afetará o transporte de um milhão de passageiros em BH e região metropolitana e trará prejuízos ao setor de comércio da capital.
 
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, também lembrou que este é o segundo indicativo de greve da categoria em menos de um mês. Em dezembro do ano passado, o STTRBH convocou uma paralisação que não foi a cabo após determinação judicial para que os trabalhadores e o sindicato patronal participassem de uma reunião de conciliação. “Sabemos o quanto o direito à greve é legítimo. Todos os trabalhadores têm o direito de reivindicar melhores condições salariais e de trabalho. Contudo, os passageiros e a principal atividade econômica da cidade não podem ser prejudicados por ações de terceiros”, disse o dirigente.
 
A CDL não informou como seria o funcionamento do transporte na escala mínima solicitada. A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Trabalho para solicitar informações sobre o andamento do pedido da CDL. Até o fechamento desta edição, não houve resposta.

O que diz a PBH Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apelou para que os sindicatos patronal e laboral cheguem a um acordo nas negociações. Segundo o Executivo municipal, o atual contrato com as concessionárias prevê que as empresas têm responsabilidade exclusiva na negociação com os funcionários. A PBH ainda afirma que o índice de 8,2% de reajuste reivindicado pelos trabalhadores será considerado no equilíbrio econômico-financeiro do contrato firmado com as concessionárias.


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