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Estado de Minas PATRIMÔNIO IMATERIAL DA HUMANDADE

Governo inicia campanha para reconhecimento de queijo artesanal pela Unesco

Candidatura a patrimônio da humanidade é pioneira no Brasil para um bem dessa natureza


17/11/2022 19:09 - atualizado 17/11/2022 19:46

queijo
No Museu das Minas e do Metal, autoridades participaram do encontro para tornar o queijo patrimônio da humanidade (foto: Leo Bicalho/Secult/Divulgação)
De Minas para o mundo, levando a bordo a cultura, as tradições, e, claro, o gostinho das montanhas. Com história centenária e quase tradução das Gerais, o queijo minas artesanal quer atravessar fronteiras, conquistar outras terras e mostrar seu valor em qualidade e sabor, seduzindo novos paladares. Nesta quinta-feira (17/11), no Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, o governo estadual, em parceria com autoridades federais, deu a partida para candidatura dos “modos de fazer” o produto a patrimônio imaterial da humanidade. A iniciativa será apresentada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no Marrocos.  

Conforme material divulgado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), trata-se da primeira vez que um bem cultural brasileiro descrito no Livro de Registro dos Saberes vai buscar esse reconhecimento internacionalmente. Unindo forças, produtores do estado, por meio da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), vão integrar uma comitiva que participará da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, em Marrocos. 

As ações têm apoio do governo de Minas, via Secult, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG),  e, na esfera federal, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 24 de setembro, o Estado de Minas e o Portal Uai anteciparam essa escalada rumo ao reconhecimento pela Unesco, durante a 4ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, evento promovido pelo Sistema Faemg Senar e o Sebrae/MG, em Belo Horizonte.


A 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco ocorrerá a partir entre os dias 27 de novembro e 2 de dezembro, sendo voltado para a análise de diversas candidaturas. Conforme a Secult, “a intenção dessa campanha é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental sobre a importância dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal e realizar uma maior divulgação da proposta brasileira para o público participante e para a imprensa internacional”. 

Objetivos


Uma programação complementar vai contribuir para a escalada rumo ao título: a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um workshop de Experiência Imersiva sobre os Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas no evento.

A candidatura deverá promover mundialmente a cozinha mineira e a cultura brasileira, divulgando os Modos de Fazer O Queijo Minas Artesanal e potencializando a economia, diz secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira. “Esse reconhecimento da Unesco pode elevar nosso queijo a outro patamar. Hoje compramos queijos do mundo todo, mas não podemos exportá-lo. Estamos trabalhando para que a legislação seja atualizada, e o título de patrimônio imaterial da humanidade pode contribuir muito nesse sentido porque tem um nome muito grande. É uma chancela que vai além dos governos”, diz.  

O secretário destaca os benefícios para o turismo: “O reconhecimento poderá favorecer a atração de mais visitantes interessados em conhecer de perto os modos de fazer o queijo artesanal de Minas. Então, as fazendas vão poder oferecer essa experiência, movimentando a rede hoteleira e a atividade turística, o que reforça a imagem de Minas Gerais como destino mundial de gastronomia”. 


Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, há a oportunidade para demonstrar o quanto os produtores mineiros de queijos artesanais têm evoluído no atendimento das demandas da sociedade, cada vez mais exigente. “Nossos queijos têm mantido a tradição ao mesmo tempo que seguem inovando com as boas práticas de produção, viabilizando a entrada em mercados cada vez mais diferenciados. O reconhecimento vai levar o modo de produção do Queijo Minas Artesanal para uma escala de alcance de todos os países e isso é muito importante para Minas Gerais”.

Próximos passos


Após a participação no evento da Unesco no país africano, as autoridades darão sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura cujo prazo vai até 30 de março de 2023. Uma das etapas é o encaminhamento de um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que o entregará em seguida à Unesco. A avaliação final da candidatura é feita até 2024.  

Em Minas, há cerca de 30 mil produtores de queijos, e, desse total, 9 mil são produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) com produção aproximada de 40 mil toneladas anuais. Além disso, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária com o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional.

São dez as principais regiões produtoras do QMA – onde o Modo de Fazer, o clima, o território e a biodiversidade de cada região conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores que vêm conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas.

Tanto que, em 2022, seis queijos mineiros conquistaram medalhas no World Cheese Awards, importante concurso europeu que aconteceu desta vez no País de Gales. E, em 2021, os produtores mineiros conquistaram 40 medalhas no concurso internacional “Mondial du Fromage et des Produits Laitiers”, realizado na França.

Em 2002, o Modo de Fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial. Em 2008, o Iphan registrou o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, contemplando três regiões: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba.

Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões identificadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As novas regiões identificadas foram: Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.


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