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Estado de Minas Orgulho Autista

Um dia para celebrar o respeito à diferença


18/06/2021 04:00

 

No Dia Mundial do Orgulho Autista, comemorado hoje, uma live organizada por entidades apoiadoras de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) premiará sete destaques autistas em 2020. O evento é organizado pela Comissão das Associações de Defesa do Direito dos Autista e tem início previsto para as 19h, pelo canal no YouTube Galeria Aut.

 

Um dos organizadores do evento, realizado on-line neste ano, o artista plástico e cineasta Ernani Alves, de 44 anos, com autismo leve, diz que será uma cerimônia de premiação aos sete indicados por destaques em 2020, entre cantores, pintores e desenhistas. “A ideia é incentivar a promoção da causa autista”, diz. Serão contempladas com medalhas também crianças que participaram de um concurso de redação na internet . 

 

O artista plástico e cineasta Ernani Alves, com autismo leve, é um dos organizadores da programação:
O artista plástico e cineasta Ernani Alves, com autismo leve, é um dos organizadores da programação: "A ideia é incentivar a promoção da causa" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.a press)

 

A data foi instituída em 2005, para esclarecer a sociedade sobre as características únicas das pessoas diagnosticadas com TEA. A intenção é demonstrar que o autista não tem uma doença, apenas apresenta condições e características especiais que trazem desafios e também recompensas aos seus familiares e à comunidade.

 

A Organização Mundial da Saúde estima que haja 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, 2 milhões somente no Brasil. Pessoas com TEA podem ter dificuldades de se expressar, principalmente quando não falam de maneira efetiva.

 

O transtorno foi identificado pela primeira vez em 1943. No Brasil, a partir de 1980, comunidades acadêmicas passaram a investigar e a identificar que não havia no mundo um autismo clássico, mas um espectro com variantes entre leve e severa. São pessoas que convivem socialmente, mas com limitações na interação social.

 

Vice-presidente da Associação de Apoio à Deficiência Nossa Senhora das Graças, de BH, Maristela Barros Mayer Ferreira diz que o evento é uma oportunidade de esclarecer a realidade dessas pessoas. Ela é mãe de Clarice, de 35 anos, com autismo severo e que desenvolveu agravantes por falta de estímulos na fase precoce.

 

“Naquela época, havia pouca informação, a própria medicina tinha poucos acessos. Eu tinha vários sobrinhos e comecei a comparar o desenvolvimento da minha filha com os da mesma faixa etária. Já tinha ouvido falar e procurei uma psicóloga.” O que Maristela acreditava ser um breve tratamento se transformou em mais de 30 anos de busca por respostas.

 

Ela diz que até hoje não tem todas. “São várias informações, mesmo assim há dúvidas a respeito do que venha a ser o transtorno. Já se sabe que são influências genéticas e ambientais, ainda no desenvolvimento do bebê desde o útero. No caso de não haver estímulo na fase precoce, o aspecto cognitivo fica muito comprometido.”

 

A filha de Maristela requer cuidados permantentes. “Mas temos toda uma relação de respeitar o ritmo dela. A pessoa com transtorno tem sua própria forma de perceber as coisas, o que dificulta a convivência com as demais pessoas. É uma luta para se impor, para que a sociedade respeite as limitações e contemple as habilidades que muitas vezes não conseguimos desenvolver. Quando eles recebem estímulo nos marcos do desenvolvimento humano, desencadeiam uma confiança natural e passam a devolver isso para a sociedade”, explica. 

 


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