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Estado de Minas COVID-19

Manifestação de fé sem aglomerações


05/04/2021 04:00

No topo da Serra da Piedade, em Caeté, procissão de curta duração e com número reduzido de participantes(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)
No topo da Serra da Piedade, em Caeté, procissão de curta duração e com número reduzido de participantes (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)


Procissão nas alturas, tapetes ornamentais nas igrejas, anjos na sacada dos casarões, altar doméstico e a fé permeando todos os espaços. Dentro das limitações impostas pela pandemia, a tradição de festejar a ressurreição de Jesus Cristo exigiu criatividade para manter acesa a chama da esperança de valorizar a vida. Em Caeté, Sabará, Santa Luzia e Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), padres e moradores celebraram a Páscoa sem aglomeração, mas com novas ideias.
 
No topo da Serra da Piedade, em Caeté, uma procissão de curta duração, número reduzido de participantes e emoção "nas alturas" marcou a data mais importante no calendário dos cristãos: a ressurreição de Jesus. O cortejo ao ar livre com o santíssimo sacramento e o crucifixo começou às 11h, ao fim da missa celebrada pelo pró-reitor do Santuário Nossa Senhora da Piedade, padre Felipe Carvalho de Macêdo.
 
Um dos momentos mais emocionantes ocorreu quando o padre Felipe levantou o ostensório com a hóstia consagrada, representando Cristo ressuscitado, em direção aos quatro cantos da RMBH. "Pedimos a proteção de Deus para todo o estado de Minas Gerais. Neste tempo de pandemia, o povo precisa de força." Durante a missa, o sacerdote rezou pelos enfermos, pelas famílias enlutadas devido à COVID-19, pelos desesperados que procuram paz e também pelos que têm fome e estão desempregados. "A Páscoa mostra que a vida tem sentido e que precisamos entender a profundidade do amor de Deus."
 
Na manhã de sol, a procissão, formada pelo pró-reitor, quatro seminaristas (três da Arquidiocese de BH e um da diocese de Caicó-PE) e voluntários, partiu do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade - Padroeira de Minas Gerais (a menor basílica do mundo) e deu a volta na praça, de onde se tem uma bela vista de municípios da região metropolitana, incluindo a capital.
"Estou feliz por estar na casa da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, neste dia de Páscoa. O que mais precisamos é de paz. Parece que estamos mais juntos de Deus, do céu", destacou o voluntário João Evangelista, residente em BH. Desde que o programa estadual Minas Consciente expandiu para todo o estado a onda roxa, o santuário está fechado à visitação pública. Em tempos normais, o patrimônio espiritual, histórico, paisagístico e ambiental recebe cerca de 500 mil pessoas por ano.

ANJOS NAS 
SACADAS 

Na tricentenária Sabará, o domingo de Páscoa começou com três anjos na sacada de um casarão,  do século 18, recém-restaurado no Centro Histórico da cidade. Numa iniciativa das secretarias municipais de Cultura e Turismo, em parceria com a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, as figuras aladas foram colocadas na frente do Solar Padre Corrêa (antiga sede da prefeitura) a fim de manter a tradição da centenária procissão da ressurreição de Jesus, que arrebanhava multidões em tempos pré-pandêmicos. Os três manequins, com vestimentas de anjos, ficaram durante todo o dia.
 
Sabará teve as cerimônias da semana santa, no Centro Histórico, restritas à Igreja São Francisco e Matriz Nossa Senhora da Conceição. Devido à onda roxa e à progressão dos casos de COVID-19 no estado, os mais de 15 mil visitantes que chegavam à cidade tiveram que ficar em casa. "Gostei muito. A ideia resgata o patrimônio e fortalece a identidade do povo", afirmou o advogado José Patrício de Figueiredo ao lado da mulher, a engenheira ambiental Manuela Diniz Siqueira. Para Manuela, a decoração serve para "acalentar o coração do nosso povo neste momento difícil da pandemia ". O operador Isaías Maia, de 35, foi surpreendido ao passar na Rua Dom Pedro II e também se mostrou bastante satisfeito com a preservação do patrimônio.
 
O prefeito de Sabará, Wander Borges, disse que a iniciativa busca manter viva a memória e dar esperanças à comunidade. "Apesar de singela, tem um significado muito forte. A semana santa em Sabará sempre nos reservou momentos para fortalecer a nossa fé. Neste momento crítico, mais do que nunca precisamos ter esperança de que, assim como nossas tradições, a fé vai prevalecer." A montagem e decoração dos anjos nas janelas, de frente para o casario colonial e a Igreja São Francisco, ficou a cargo de Adriano Júnior, da Secretaria Municipal de Cultura, e Elouise Marcelino, da Secretaria Municipal de Turismo.
 
Tapetes ornamentais cobriram o santuário dedicado à padroeira, na Praça da Matriz, em Santa Luzia(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)
Tapetes ornamentais cobriram o santuário dedicado à padroeira, na Praça da Matriz, em Santa Luzia (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)
 
 
Tradição em Santa Luzia, os tapetes ornamentais cobriram os espaços do santuário dedicados à padroeira, na Praça da Matriz. Ontem, houve missas solenes para saudar a Páscoa. À frente das celebrações, o pároco e reitor do Santuário Santa Luzia, vinculado à Arquidiocese de BH, padre Felipe Lemos de Queirós, explicou que a ornamentação com tapetes é uma herança portuguesa, usada nas ruas, diante das casas, nas festas litúrgicas, a exemplo dos santos padroeiros.
 
Na confecção dos tapetes, estavam jovens que capricharam na escolha das cores, com destaque para o amarelo. Para poupar os pais e avós dos perigos do coronavírus, a garotada começou o trabalho cedo e varou a noite de sábado para concluir a tarefa para a passagem do santíssimo sacramento.
 
No município de Jaboticatubas, também de forte tradição nas celebrações da semana santa e tríduo pascal, muitos moradores montaram altares em casa. Foi assim que Maria da Conceição Ribeiro do Nascimento, residente no Centro, fez as preces em família. "Neste tempo de pandemia, achamos melhor a 'igreja em casa' para evitar aglomeração", disse o filho dela, Eudarlen Nascimento.
 
(foto: Matheus Andrade/Santuário Nacional )
(foto: Matheus Andrade/Santuário Nacional )
 
 
Basílica de Aparecida

A missa de Páscoa na Basílica de Aparecida (SP) contou com a presença de fiéis. O Santuário Nacional abriu parcialmente a celebração depois da decisão liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o Santuário Nacional, 154 fiéis assistiram à missa das 8h, sentados com distanciamento nos bancos e com máscara. A decisão de Nunes Marques limita à ocupação de até 25% da capacidade total. Na Basílica de Aparecida, 25% representam até mil pessoas. Celebrações religiosas coletivas estavam proibidas em todo o estado de São Paulo desde 15 de março, quando começou a fase emergencial do Plano São Paulo de retomada econômica. 


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