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Estado de Minas

Cruzes pela dor nacional

Na sexta-feira da Paixão, Santuário de São José homenageia linha de frente da saúde e os mais de 300 mil mortos no Brasil na pandemia


03/04/2021 04:00 - atualizado 02/04/2021 22:37

Instalação no adro do templo dedicado ao pai adotivo de Jesus, no Centro de Belo Horizonte, lembra as vítimas da COVID-19 e pode ser vista até as 15h de hoje(foto: fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Instalação no adro do templo dedicado ao pai adotivo de Jesus, no Centro de Belo Horizonte, lembra as vítimas da COVID-19 e pode ser vista até as 15h de hoje (foto: fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)

O Santuário Arquidiocesano São José, no Centro de Belo Horizonte, se tornou, na tarde de ontem, cenário emocionante para a recriação de dois flagelos – o primeiro, o de Cristo, o segundo, atual e para toda a humanidade. Enquanto no interior do templo ocorriam as tradicionais cerimônias da sexta-feira da Paixão, do lado de fora, no adro, 15 cruzes simbolizavam os mais de 300 mil mortos no país em decorrência da COVID-19.
 
Profissionais de saúde carregaram uma cruz de três metros de comprimento, feita em papel machê, da entrada ao altar do santuário
Profissionais de saúde carregaram uma cruz de três metros de comprimento, feita em papel machê, da entrada ao altar do santuário
Com início às 15h, houve um momento especial para destacar o trabalho de profissionais da área de saúde que atuam na linha de frente nos hospitais: médicos e enfermeiros entraram no templo e seguiram até o altar carregando uma cruz, com três metros de comprimento, feita de papel machê, "material bem leve", conforme observou o reitor do santuário e titular da Paróquia São José, padre José Cláudio Teixeira, que celebrou o momento de adoração da cruz.
 
Segundo padre Cláudio, o objetivo era homenagear os profissionais de saúde e também condenar o negacionismo de muitos contra a ciência e as vacinas. "Devemos lembrar que muitos não acreditaram em Jesus como o filho de Deus nem nas suas palavras", afirmou. Ainda conhecido como Igreja São José, o templo centenário da Avenida Afonso Pena se tornou oficialmente Santuário Arquidiocesano São José em 19 de março, data consagrada ao pai adotivo de Jesus.
 
Quem passar pelo adro do santuário até as 15h de hoje poderá ver a reverência aos mortos pela COVID-19 no Brasil. Por iniciativa da Paróquia São José, foram colocadas 15 cruzes, com máscaras remetendo à pandemia do novo coronavírus. Padre Cláudio ressaltou que três das cruzes estão com camisetas, nas quais se leem as palavras Toda vida importa. "Não podemos, em momento algum, esquecer o grande número de mortos no Brasil", reforçou o padre. As cruzes ficarão hoje no local até o início da vigília pascal.
 
Para este sábado, com transmissão pelas redes sociais do Santuário Arquidiocesano São José, e sem a presença dos fiéis, está programada a vigília pascal (18h). Já amanhã, domingo de Páscoa, haverá Missa da Ressurreição (10h) e adoração ao Santíssimo (18h).

ANO DO PADROEIRO Uma das igrejas mais tradicionais e antigas da capital, a São José se tornou santuário em 19 de março de 2021, ano que marca as comemorações dos 150 anos da proclamação de São José como patrono da Igreja.
 
De acordo com a Arquidiocese de BH, a missa celebrada, na data, pelo arcebispo metropolitano de BH e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, integrou também a abertura do Ano Amoris laetitiae. Trata-se de "um tempo especial vivido pela Igreja em todo o mundo até 26 de junho de 2022 para celebrar os cinco anos de publicação da exortação apostólica Amoris laetitiae – sobre a beleza e a alegria do amor familiar, publicada pelo papa Francisco".
 
Uma igreja ou outro local sagrado se torna santuário quando os fiéis, em grande número, por algum motivo especial de piedade, fazem peregrinações, com aprovação da autoridade da Igreja local (bispo ou arcebispo). No território da Arquidiocese de BH, que reúne 28 municípios, há mais 11 santuários, sendo cinco na capital – Nossa Senhora da Boa Viagem, São Paulo da Cruz, Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, da Saúde e da Paz (Padre Eustáquio) e São Judas Tadeu – e em Caeté, Brumadinho, Confins, Contagem, Santa Luzia e Sabará.


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