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Estado de Minas TESTAGEM

COVID-19: BH tem aumento de testes rápidos e diminuição dos exames PCR

Testes rápidos podem oferecer falso negativo


19/03/2021 19:06 - atualizado 19/03/2021 20:18

Testes PCR e antígeno são feitos com a secreção respiratória coletada pelo swab (tipo de cotonete)(foto: AFP /Arun SANKAR)
Testes PCR e antígeno são feitos com a secreção respiratória coletada pelo swab (tipo de cotonete) (foto: AFP /Arun SANKAR)
O número de exames PCR para diagnóstico da COVID-19 caiu em Belo Horizonte, de acordo com o último boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, do dia 18/03. Em contrapartida, a quantidade de testes rápidos aumentou a partir da metade do mês de fevereiro. 
 
Segundo Alessandro Ferreira, vice-presidente do Hermes Pardini, a rede aumentou o número de testes PCR nas últimas quatro semanas, mas observou que não foi um comportamento geral na cidade: “Quando se observa as ocupações nos hospitais e números de óbitos, eles não batem com a quantidade de testes para um real controle da pandemia”. 
 
Ele completa que para cada teste positivo, precisam ser realizados de 10 a 15 exames em pessoas que tiveram contato com o infectado, para criar uma barreira sanitária e impedir que o vírus seja disseminado. 
 
A infectologista Luana Mariano alerta para o ‘falso negativo’ que os testes rápidos podem oferecer: “Hoje, o diagnóstico da COVID-19 não é só laboratorial, ele é clínico, epidemiológico e laboratorial. Se o paciente der positivo, é positivo. Mas se for negativo, dependendo do histórico, também pode ser positivo”.
 
De acordo com ela, um paciente que teve contato com um infectado e depois de poucos dias apresentar sintomas, mas o exame estiver negativo, não se deve excluir a possibilidade de ele ter contraído a COVID-19: “Precisa considerar a pessoa como positiva, até que ele possa fazer outro exame. Isola, acompanha, repete o teste e avalia. Um teste negativo não exclui a doença”.
 
Há um ano enfrentando o coronavírus, muitos testes estão disponíveis para a população e cada um é indicado para momentos diferentes nos sintomas, segundo a infectologista.
 
Veja:
 
  • Teste de Detecção Viral – PCR
Qual o material utilizado? Secreção respiratória coletada com swab
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do terceiro dia de doença. Podem ser utilizados em sintomáticos ou assintomáticos, mas é importante saber que em sintomáticos a sensibilidade é maior.
  • Testes Sorológicos: IgA, IgM ou IgG 
Qual o material utilizado? Sangue: veias ou furinho no dedo
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do sétimo dia de doença.
  • Antígenos 
Qual o material utilizado? Secreção respiratória coletada com swab
Quando fazer? Recomenda-se coletar a partir do terceiro dia de doença. Podem ser utilizados em sintomáticos ou assintomáticos, mas é importante saber que em sintomáticos a sensibilidade é maior, da mesma forma que o PCR. 
 
Segundo Luana, a grande diferença entre o antígeno e o PCR, é que esse último pode dar mais informações quantitativas sobre a doença, além de ser mais caro e exigir uma estrutura complexa para a sua realização. Algo que o antígeno não tem, já que é mais barato, entrega respostas mais rápidas e pode ser feito, possivelmente, sem a necessidade de estrutura laboratorial complexa.
 
O receio de fazer o exame e receber o resultado positivo pode influenciar no combate à pandemia. Pessoas assintomáticas ou pouco sintomáticas (chamadas de oligossintomáticos) podem transmitir a doença, uma vez que não se isolam, por apresentarem sintomas leves e não terem certeza se estão ou não com a COVID-19. 
 
Segundo Alessandro, a dúvida se alguns sintomas são alérgicos, por exemplo, ou COVID-19 deve ser tirada: “A melhor maneira é se empoderar do resultado correto, se não, vamos continuar com muitas pessoas assim, sem saber que estão positivas e transmitindo a doença”. Ele argumenta que além de proteger outras pessoas, sabendo que tem a doença, o paciente tem maneiras de se preparar, caso os sintomas piorem e precise de atendimento médico. 
 
A testagem em massa é uma das maneiras de enfrentar a pandemia, mas não é suficiente. Outras medidas, como a quarentena de todas as pessoas identificadas como positivas, mesmo assintomáticas, são necessárias. Segundo Luana: “É preciso fechar a torneira, não só aumentar o tamanho do copo, impedindo que ele transborde. Temos que impedir a disseminação do vírus”.
 
“A testagem é fundamental, mas ela não é suficiente para resolver tudo, precisa de outras medidas estratégicas. Não adianta testar, se não puder isolar, ter leitos para quem precisar e vacina para todos”, finaliza. 
 
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte comunicou que para processar todos os testes realizados, demanda maior tempo e por isso, o boletim epidemiológico e assistencial consta, inicialmente menos testes PCRs realizados desde a metade do mês de fevereiro.
 
Veja a nota na íntegra:
 
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que os dados do gráfico 13 do Boletim Epidemiológico e Assistencial, reúnem os exames realizados para diagnóstico da Covid-19 em laboratórios públicos e privados.
Como primeiro passo, as notificações são encaminhadas pelos laboratórios privados à Secretaria Estadual de Saúde. Desta forma, é necessário um período para o recebimento da notificação, o processamento e a inclusão do dado, que posteriormente é disponibilizado à SMSA, sendo este o principal motivo de, em um primeiro momento, os dados de exames mais recentes indicarem uma impressão de decréscimo.
A testagem não é feita de forma indiscriminada na população, nem na rede pública nem na privada. Os testes são feitos seguindo prescrição médica e critérios determinados por nota técnica no caso da rede SUS-BH.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira


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