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Estado de Minas SEGUNDA ONDA

Em fevereiro, Uberlândia tem mais mortes por COVID-19 do que todo janeiro

Neste mês, município avançou para mais de 900 mortes confirmadas por causa do coronavírus


18/02/2021 09:55 - atualizado 18/02/2021 13:18

Uberlândia teve 101 óbitos por COVID-19 nos 17 dias(foto: Reprodução/Wikimedia/will7)
Uberlândia teve 101 óbitos por COVID-19 nos 17 dias (foto: Reprodução/Wikimedia/will7)
Ainda no início da segunda quinzena de fevereiro, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, já tem mais mortes por COVID-19 que em todo o mês de janeiro. Ainda neste mês, o município avançou para mais de 900 óbitos confirmados por causa do coronavírus. É aguardado para o fim de semana um novo decreto de restrições das atividades locais.

Segundo dados mais atualizados sobre a doença, Uberlândia teve 101 óbitos por COVID-19 nos 17 dias de fevereiro. Nos 30 dias de janeiro, a cidade registrou 73 mortes cuasadas pela doença. O que ainda chama a atenção é que o primeiro mês de 2021 foi aquele mais teve casos desde o início da pandemia, com a confirmação de mais de 12,8 mil novos doentes.

Fevereiro, até aqui, teve uma média de quase 6 mortes em decorrência do vírus por dia no município. Isso é quase o triplo da média diária de janeiro, quando foram registrados pouco mais de 2 óbitos. Seguindo dessa forma, o segundo mês de 2021 pode beirar 170 óbitos em seus 28 dias.

Nesta quarta-feira (18/02) mais 13 mortes foram contabilizadas, sendo que cinco vítimas eram de pessoas com menos de 60 anos. O mais jovem era um homem de 36 anos. Uberlândia chegou a 919 óbitos por COVID-19. Há 63.552 casos da doença desde o início da pandemia. Pelo quinto dia seguido, a ocupação de leitos de UTI locais ficou acima de 90%, com 95% dos leitos gerais na rede municipal sendo usados.

“A situação é grave. Tivemos que aumentar 10 leitos de UTI no Hospital Municipal à medida que a unidade de cirurgia ambulatorial foi desativada. Vamos convertê-la em UTI”, adiantou o secretário municipal de Saúde, Gladstone Rodrigues. Segundo a prefeitura, quase 100 pacientes aguardam transferência para leito intensivos.
 
Paciente espera UTI
 
A preocupação pela abertura de leitos para atendimento da grande demanda de pessoas com COVID-19 afeta outro casos de pacientes graves. Há oito dias, por exemplo, Clovis Pereira de Souza, de 61 anos, está internado na Unidade de Atendimento Integrado do bairro Luizote em Uberlândia. Com problemas cardíacos e renais, ele espera uma vaga de UTI para receber o atendimento necessário.

O caso é considerado grave, mas as vagas de unidades intensivas que são abertas ainda não foram suficientes para que ele pudesse ser transferido para o tratamento de alta complexidade.

A filha dele, Danielle Brito, contou à reportagem que buscou ajuda no Ministério Público de Minas Gerais. “Foi ingressada uma ação e nós recebemos o parecer favorável da Justiça, agora a gente aguarda a transferência. Vamos procurar a Regulação. Estamos perdendo ele aos poucos”, disse.

Danielle Brito ainda falou que entende a gravidade da situação em relação à COVID-19, mas há outros pacientes, como o pai dela, em situação também muito grave. “Ele tem recebido o melhor atendimento possível da UAI, mas lá lá não é o lugar adequado. Ele precisa da UTI”. 

Clovis Pereira aguarda há 8 dias po UTI(foto: Arquivo pessoal)
Clovis Pereira aguarda há 8 dias po UTI (foto: Arquivo pessoal)


Demanda e leitos

Esse aumento de leitos fez com que a cidade chegasse, nesse momento, a 112 unidades intensivas inteiramente municipais. A prefeitura abriu mais leitos de acordo com o crescimento da demanda. Após uma queda de casos no fim do ano passado, a cidade entrou em uma segunda onda ainda mais grave que em 2020. 

O número de novos casos de janeiro foi quase 50% maior que o mês de setembro, que até então tinha sido o pico de confirmações de COVID-19 na cidade. Depois disso, outubro e novembro apresentaram queda nas contaminações, registrando 6,1 mil e 3 mil respectivamente. Dezembro retomou o aumento, com 4 mil casos novos. Chama a atenção, contudo, que nesse início de 2021 as confirmações tenham mais que triplicado em janeiro.

Festas e comércio

Ainda em janeiro, mesmo com os números de contaminação mostrando tendência de aumento, o comércio de Uberlândia não foi restrito. O secretário de Saúde, Gladstone Rodrigues, afirmou, à época, que o momento era reflexo da contaminação que aconteceu nas festas de fim de ano.

Com a curva ainda crescente, no início de fevereiro, o comércio de bebidas alcoólicas foi restrito até às 18h e proibido em qualquer estabelecimento aos finais de semana. Passadas duas semanas, os números de contaminações continuaram crescendo, o que foi atribuído à festas clandestinas no período pré-carnaval e desrespeito às atuais regras. A fiscalização municipal fechou 80 estabelecimentos por descumprimento de protocolos e restrições só em fevereiro.

Ainda não se sabe em que medida as atividades municipais e comerciais serão restringidas, mas um novo decreto já está pronto e deve ser publicado até nesta sexta-feira (19/02), passando a valer no sábado (20/02). Se seguir as outras cidades do Triângulo Mineiro, Uberlândia pode, além de fechar o comércio, estabelecer lei seca para prevenir festas clandestinas.

UBERLÂNDIA

699 mil habitantes
63.552 casos de COVID-19
919 mortes por COVID-19
Há 112 leitos de UTI e 142 de enfermaria municipais
95% leitos de UTI ocupados


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