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Estado de Minas PROFISSÃO

Helicópteros viram grandes aliados no combate aos incêndios florestais

Aeronaves contam como vantagens, como alta capacidade de armazenamento de água e possibilidade de transportar vítimas


01/01/2021 04:00 - atualizado 01/01/2021 08:49

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
As equipes de brigadistas por terra também tem outro grande aliado no combate aos incêndios florestais que vem pelo céu e não é necessariamente a chuva: o helicóptero. A aeronave apresenta várias vantagens nas missões contra o fogo. “O helicóptero, devido sua versatilidade, é empregado em uma vasta gama de operações no combate aos incêndios florestais”, enfatiza o capitão Carlos Henrique Dutra Miranda, natural de Juiz de Fora, que há oito anos é piloto desse de aeronave como in do Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo da Polícia Militar de Minas Gerais – Corpaer e que atua também no combate às queimadas.
 
Ele ressalta que o helicóptero transporta o chamado Bambi Bucket (bolsa de água acoplada à “barriga da aeronave”), que pode levar 540 litros de água em cada vez. A vantagem é que o equipamento permite apanhar água em qualquer reservatório ou uma piscina mais próxima do incêndio. Além disso, a aeronave é usada para o transporte de brigadistas e resgate de vítimas, transporte de alimentação e de suprimentos, como ferramentas, bombas costais de reposição para os brigadistas, informa militar do Corpaer.

“O trabalho como piloto nos incêndios florestais nos faz sentir úteis à causa do meio ambiente. Pelo ar podemos contemplar verdadeiras maravilhas naturais que podem se perder diante do fogo. São veredas, cachoeiras, aves exóticas e raras, formações vegetais que estão ameaçadas. Por isso, fazer parte desta defesa, ainda que (de forma) pequena, nos faz sentir enobrecidos pela missão”, confessa Miranda.

Ele também comenta sobre a sensação de risco no enfrentamento ao fogo pelo ar. “A sensação é de uma apreensão misturada com responsabilidade pois o voo em combate a incêndio florestais leva ao limite de tensão, tanto a máquina – no caso a aeronave, quanto de todas as pessoas envolvidas. Há riscos severos que devem ser cuidadosamente medidos para verificar a viabilidade ou não, na execução de determinado voo”, comenta o piloto do Corpaer.

Operação perigosa 


Piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros há 11 anos, o capitão Thiago Pereira Miranda, de 38, salienta que os riscos crescem consideravelmente durante o combate ao fogo, exigindo cuidados para se evitar acidentes. “O risco aumenta bastante no momento dos incêndios florestais porque o ar ali em volta da aeronave é um ar geralmente aquecido”, descreve.

Capitão Carlos Henrique Dutra opera aeronave e revela satisfação com senso de ser útil na preservação do meio ambiente (foto: Arquivo pessoal)
Capitão Carlos Henrique Dutra opera aeronave e revela satisfação com senso de ser útil na preservação do meio ambiente (foto: Arquivo pessoal)

Ele explica que devido à elevação da temperatura, “as moléculas ficam mais distantes e o ar se expande. Então, a sustentação não é a mesma. Existe aquele risco de a gente entrar em bolsão com esse ar mais instável e a aeronave ter tendência maior para “afundar” (perder altitude). Já passei por isso. Existe toda uma situação em que a gente precisa ter muita habilidade ali para não deixar acontecer um acidente”, relata.

“Vários colegas já passaram também por situações assim. Mundialmente, falando, a gente tem relatos e observações até de acidentes graves por conta disso. Então, é muito importante a atenção”, completa o piloto. “A companhia dos tripulantes operacionais – que são aqueles bombeiros conosco embarcados – é essencial para visualizar objetos que possam ser atingidos pela aeronave, e não só no rotor de cima, mas também no rotor da cauda. Então, tudo tem que ser feito com bastante cuidado pra gente evitar acidentes”, destaca o militar.

‘Voar é uma atividade, por si, arriscada. Contudo, o suporte terrestre na manutenção das aeronaves nos deixa seguros de poder contar com a aeronave para as missões de combate a incêndio. O risco da operação nos deixa muito mais cautelosos em cada missão. A tensão envolvida deixa o piloto mais atento em cada detalhe. Isto vem com o tempo e experiência nos voos’, declara o piloto Carlos Miranda.

Situação tensa 

O piloto Carlos Miranda cita uma “situação tensa” no combate a um incêndio florestal na Área de Preservação Ambiental (APA) Cochá Gibão, entre os municípios de Januária e Bonito de Minas, no Norte do estado, neste ano.  “Durante o combate ao fogo, um brigadista torceu a perna e não conseguia andar. Os colegas dele estavam fatigados. Era por volta das 15h e onde ele estava não dava para o helicóptero pousar. Aí, o nosso tripulante efetuou uma descida da aeronave através de um rapel (Descida por cordas), enquanto mantínhamos o helicóptero em voo parado. O tripulante efetuou as amarrações no brigadista e retiramos ele em um resgate aéreo até uma área segura onde um carro do IEF socorreu o brigadista ferido, que foi levado ao hospital”, relata Miranda.






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