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Estado de Minas COVID-19

Após anúncio de lei seca, tráfego de BH disparou na saideira de sábado

Waze indica que ruas ficaram cheias depois que prefeitura anunciou proibição de venda de bebidas em bares a partir de segunda-feira


08/12/2020 04:00 - atualizado 08/12/2020 08:14

Movimentação em bares da Savassi na noite de sábado: monitoramento mostra que tráfego nas ruas foi mais intenso do que antes do isolamento (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Movimentação em bares da Savassi na noite de sábado: monitoramento mostra que tráfego nas ruas foi mais intenso do que antes do isolamento (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
O decreto da Prefeitura de Belo Horizonte proibindo o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes coincidiu com disparada no movimento de veículos nas ruas da capital mineira. De acordo com dados do aplicativo de trânsito Waze, a média de tráfego semanal em novembro, antes do alerta do prefeito Alexandre Kalil de que poderia aumentar o rigor do isolamento caso os índices da COVID-19 não melhorassem, já era alto – equivalente a 84,5% do normal pré-pandemia. Após a advertência, o tráfego na cidade praticamente se manteve. Contudo, após a publicação do decreto restringindo o comércio de bebidas, o número de carros nas ruas disparou na sexta-feira (92% do índice anterior à pandemia) e no sábado (102%) que antecederam a restrição. Os dados de domingo ainda não foram computados.

Para se ter uma ideia, a corrida ao que pode ser o último fim de semana de bares vendendo bebidas no fim de ano – época em que tradicionalmente se fazem confraternizações e festas corporativas – fez da última a sexta-feira mais movimentada desde o início da pandemia, batendo a sexta 13 de novembro, que tinha chegado a registrar 87% do índice verificado na semana que antecedeu o monitoramento pelo Waze dos engarrafamentos na pandemia (a partir de 16 de março).

O tráfego intenso de sábado, com 102% do movimento pré-pandemia, também impressionou como o terceiro mais intenso desse dia da semana durante o distanciamento social na capital dos bares. Em 22 de agosto, no auge do relaxamento de restrições, quando mesmo com chuvas parte da população buscou praças e parques durante o sábado e lotou bares e calçadas no fim de tarde e noite, o movimento chegou a 113%. O segundo sábado com mais movimento foi 13 de junho, com 109%, dia em que se foi celebrado o São João com carreatas de grupos de quadrilha, mesmo com o Arraial de Belo Horizonte suspenso.

Já em 25 de novembro, quando o prefeito Alexandre Kalil fez o alerta de que os índices pioravam e que poderia retroceder na flexibilização das atividades, resultou em colaboração imediata, com o índice daquele dia fechando em 24% do normal, a maior queda de tráfego já registrada desde 29 de abril, mês com os mais altos índices de isolamento, quando a média mensal foi de 75% menos veículos em circulação. Essa colaboração continuou, à exceção dos domingos, dias de intenso movimento de veículos em BH desde o início da pandemia, voltando a disparar após o anúncio de que os bares parariam de servir bebidas alcoólicas.

A repressão que se seguiu aos pedidos da prefeitura para cooperação com o distanciamento social fez com que 10 estabelecimentos fossem fechados por desrespeitar regras sanitárias, no sábado e domingo, segundo a fiscalização municipal.

Eleição teve registro de mais congestionamentos

O primeiro turno das eleições municipais fizeram do domingo, dia 15 de novembro, o mais movimentado desde o início da pandemia, com registro de congestionamentos equivalente a 178% do regular no mês de março pré-pandemia. Antes, os dois dias com maior tráfego eram 14 de junho, primeiro domingo após mais um anúncio de flexibilização das atividades (155% do movimento normal), e 21 de junho (120,7%).

A redução do afastamento social nos fins de semana tem sido marca do comportamento do belo-horizontino desde o início da pandemia na capital mineira. Os sábados, que com a pandemia em março tinham 28% do movimento regular, bateram a média de 93,2% em novembro. O domingo é o dia em que menos se respeita o isolamento social. Em março, após o afastamento, a concentração média de carros caiu para 42% do normal. Já em abril foi a 45,25%, saltou para 58,4% em maio e em junho já representava 89%, se elevando em novembro para 136% dos patamares de antes da COVID-19.

Assim que as aulas foram suspensas, em 18 de março, o movimento de veículos caiu dramaticamente, despencando 69,85% na sexta-feira, dia 20, quando o decreto de situação de calamidade pública estadual (Decreto 47.891/20) foi publicado. O mês de abril registrou as menores concentrações de veículos nas ruas durante a semana.

O dia menos movimentado em março, no início do isolamento, era a sexta-feira, com 22% da intensidade de engarrafamentos pré-pandemia. Em abril, a média das terças-feiras atingiu a menor concentração de todos os dias da semana: 15,5% do usual. Já o dia de menor movimento foi 10 de abril, uma sexta-feira, com 9,91% do movimento normal da cidade, justamente um dia depois de começar a vigorar o decreto municipal que suspendeu o alvará de funcionamento de estabelecimentos considerados não essenciais, como boates, casas de festas e eventos, feiras, exposições, congressos e seminários, shoppings, cinemas, teatros, clubes, academias, parques, bares, restaurantes e lanchonetes.



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