(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TRAGÉDIA EM MONLEVADE

Motorista confirma problema mecânico em ônibus que caiu de ponte na BR-381

Em depoimento à Polícia Civil, condutor do veículo que se acidentou disse que fugiu do local por medo de represálias


07/12/2020 21:02 - atualizado 07/12/2020 22:19

Delegado Regional de João Monlevade, Paulo Tavares ouviu o motorista na tarde desta segunda-feira (7/12)(foto: Cíntia Araújo)
Delegado Regional de João Monlevade, Paulo Tavares ouviu o motorista na tarde desta segunda-feira (7/12) (foto: Cíntia Araújo)
Durou três horas o depoimento do motorista Luiz Viana de Lima, que conduzia o ônibus que caiu de uma ponte na BR-381, em João Monlevade, na Região Central de Minas, na última sexta-feira (4/12). Durante sua fala, o condutor confirmou que o veículo apresentou problemas mecânicos no momento do acidente, que deixou 19 pessoas mortas.

O motorista foi ouvido em João Monlevade. Ele estava desaparecido desde o dia do acidente. Luiz Viana teria pulado do veículo com outras cinco pessoas antes de o coletivo cair da ponte, de uma altura de 35 metros. De acordo com o delegado Paulo Tavares, Viana disse que fugiu do local por medo. Ele só reapareceu nesta segunda-feira (7/12), acompanhado de um advogado que não é ligado à empresa Localima, dona do ônibus envolvido na tragédia.

“Ele fugiu, segundo ele, porque ficou com medo. Muitas pessoas que paravam no local, alguns outros motoristas, estavam procurando por ele, perguntando cadê o motorista. Então ele se sentiu acuado e resolveu fugir”, disse o delegado.

Em entrevista coletiva, Paulo Tavares evitou dar detalhes do depoimento do motorista, mas contou que Luiz Viana confirmou que o ônibus apresentou problema mecânico no momento do acidente. De acordo com o delegado, o condutor disse que o coletivo teve um problema no freio e disse que o veículo passou por uma troca de correia durante o percurso entre Mata Grande/AL e João Monlevade, local da tragédia.

“Segundo ele – isso vai ser confirmado ou não, posteriormente, por meio das provas periciais e demais provas testemunhais – houve uma falha técnica. O ônibus voltou (de marcha ré). Segundo ele, houve um problema no freio do ônibus”, afirmou.

O motorista, de acordo com Paulo Tavares, estava emocionalmente abalado e chorou o tempo todo durante o depoimento. Luiz Viana não teve escoriações ao saltar do ônibus em queda e, segundo o delegado, não chegou a deixar a região de João Monlevade durante a fuga do local do acidente.

Apesar do estado emocional de Luiz, ele deu “informações relevantes” durante o depoimento, segundo o delegado. O condutor não deixou de responder a nenhuma pergunta e foi bastante claro nas respostas. Ele não foi detido e deverá ser ouvido novamente nos próximos dias.

“Ele não foi detido, até porque não havia nenhuma cautelar ainda contra ele. Ele foi ouvido e agora as investigações vão dar prosseguimento. Ele deve dar novas declarações, ainda tem novas colaborações em relação ao inquérito policial. Não há, neste momento, a necessidade da custódia cautelar dele”, destacou Tavares.

Filha da dona da Localima passa mal em depoimento


Além do motorista, a Polícia Civil ouviu, nesta segunda-feira, a filha da dona da Localima, que representou a empresa dona do coletivo em Belo Horizonte e João Monlevade. Ao delegado, ela destacou que não conhece ao certo os trâmites da empresa, mas apresentou documentos que mostravam o arrendamento do ônibus junto à empresa JS Turismo. Durante a oitiva, a mulher chegou a passar mal, tendo que receber atendimento médico.

“Ela alegou no depoimento que ela não conhece muito bem os trâmites da empresa, que a empresa está no nome da mãe dela, e quem conduz essa empresa é a mãe e o pai, além dos irmãos. Durante o depoimento, ela teve um mal estar e foi atendida por um médico da Polícia Civil, sem maiores consequências, e resolvemos encerrar o depoimento dela naquele momento, até porque ela não trazia muitas qualidades no depoimento que pudesse ser usado como elemento probatório”, ressaltou Paulo Tavares.

O delegado afirmou que aguarda a mãe e o pai da mulher, que são donos da Localima, para prestar depoimento na próxima semana. De acordo com Paulo Tavares, 10 pessoas já foram ouvidas formalmente até o momento. A conclusão do inquérito depende dos resultados da perícia técnica e de diligências fora de Minas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)