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Estado de Minas REABERTURA

Um refresco na pandemia

Primeiro sábado de funcionamento dos clubes na capital foi de muito sol e máscaras. Sócios aprovaram regras de segurança contra o coronavírus


27/09/2020 04:00

No Minas Tênis, que comporta até 9 mil pessoas, lotação máxima foi reduzida para 2,5 mil pessoas e não houve filas para entrar (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
No Minas Tênis, que comporta até 9 mil pessoas, lotação máxima foi reduzida para 2,5 mil pessoas e não houve filas para entrar (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Depois de seis meses fechados ao público, os clubes de Belo Horizonte reabriram ontem. Os sócios, impedidos de frequentar as dependências dos clubes desde 18 de março por causa da pandemia de COVID-19, que já matou mais de 1,2 mil pessoas na capital, puderam retornar num dia ensolarado. Na Região Centro-Sul, a temperatura, que chegou aos 28oC por volta do meio-dia, ajudou a animar os sócios do Minas Tênis Clube, que ocuparam as piscinas e dependências do clube, no Bairro de Lourdes. No Pampulha Iate Clube (PIC) e no Iate Tênis Clube (ITC), ambos na Pampulha, a volta começou de forma tímida.

Os protocolos de segurança têm sido uma das principais preocupações dos administradores dos clubes. “Todos estão cumprindo as medidas de segurança. Um ou outro caso pontual de descumprimento, de pessoa sem máscara, mas a gente conversa e eles aceitam numa boa. Fizemos um esforço tremendo para higienizar totalmente o clube. Fui pessoalmente de uma ponta à outra do clube, que é bem grande, e está tudo dentro do planejado. Álcool, tapete sanitizante, pessoal treinado”, explicou Wilson Alvarenga, presidente do PIC.

Os sócios aprovaram a reabertura do espaço. Segundo o engenheiro Sérgio Leite, retornar ao clube foi essencial para a manutenção da sua saúde. “Uma pessoa com a minha idade, 74 anos, levantava cedo para ir ao clube, jogar tênis, peteca, conversar com os amigos. Quem é obrigado a ficar confinado, corre o risco de entrar em depressão”, comentou.

Vários clubes sofreram com a inadimplência durante a pandemia. O Iate chegou a perder 60% de sua receita, segundo o vice-presidente, José Carlos Paranhos. “Houve uma procura grande do pessoal que estava inadimplente para voltar a pagar. Chegamos a perder em torno de 60% da receita. Foi um baque violento. A maioria suspendeu a cota ou simplesmente parou de pagar. Estamos dando a oportunidade de parcelamento da dívida em várias vezes. A gente precisa dos sócios. Sem eles, nao conseguimos sobreviver.”

DISTANCIAMENTO


Por volta das 8h30, pouco mais de duas horas depois da abertura do Minas, 350 sócios já haviam entrado na unidade de Lourdes. Na hora do almoço, a quantidade de sócios presentes aumentou, chegando a 521 simultâneos. Até o início da tarde, mais de 1,7 mil pessoas já haviam passado pelo local. Como o clube tem 10 portarias, não houve filas.

O Iate, na Pampulha, suspendeu convites para visitantes durante a reabertura(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
O Iate, na Pampulha, suspendeu convites para visitantes durante a reabertura (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

Na entrada, a professora Vania Maia afirmou estar se sentido segura com as medidas de segurança adotadas pelo clube. “Parece que foram tomados todos os cuidados que devem ser  cumpridos. E aqui sempre teve uma equipe que sempre tomou conta de tudo. Até o tênis, se você tirar, e obrigado a calçar um chinelo. Acho que se alguém sair das regras, não vai poder permanecer. Temos um aplicativo que informa o número de sócios. A gente já veio sabendo se poderíamos entrar ou não”, comentou.

Seu marido, o engenheiro Orsini Maia, disse estar disposto a cumprir as regras para manter o bem-estar de todos. “Tem de ser assim. Afinal de contas, a pandemia ainda está aí. Todos os cuidados têm que ser tomados. Por exemplo, a piscina infantil está fechada. Somos sócios há muito tempo e nunca deixaram de cuidar da segurança”, afirmou. A lotação máxima permitida neste período de pandemia será de 2,5 mil pessoas. Segundo a direção do clube, em situação normal, o clube comporta até 9 mil pessoas.

CAUTELA


Antes de acessar o Minas, todos os associados tiveram de assinar virtualmente um termo de responsabilidade, disponível no site da agremiação. No documento, estão descritas todas as medidas sanitárias e os protocolos de segurança estabelecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, como distanciamento e assepsia.

Na portaria, funcionários realizavam a medição da temperatura de todos que entravam. Dentro do clube, funcionários chamados de “apoios sociais” ficaram responsáveis pela fiscalização do cumprimento dos protocolos, como o uso de máscara. A retirada do acessório facial só era permitida dentro da piscina e para alimentação. Até para tomar sol, o uso do equipamento segue sendo obrigatório.

Segundo a administração do Minas, a implementação dos protocolos de segurança sanitária começou em abril, cinco meses antes da liberação dos clubes para reabertura. De acordo com o presidente da instituição, Ricardo Santiago, o clube se organizou com base nas diretrizes fixadas pela cidade de São Paulo, que permitiu a reabertura em 29 de junho.

As três unidades de BH – nos bairros de Lourdes, Mangabeiras e Taquaril –  funcionarão com capacidade limitada de acessos simultâneos em suas dependências: 2,5 mil pessoas no Minas I; 1,2 mil no Minas II; e 600 no Minas Country. A adaptação é necessária para atender ao distanciamento entre os frequentadores, estabelecido pelo município em 2m dentro das piscinas, 7m nas áreas fechadas e 13m ao ar livre.

Cerca de 2 mil litros de álcool em gel serão disponibilizados aos associados, que precisarão usar máscaras até mesmo durante a prática de esportes. As saunas não poderão funcionar, conforme exigência da PBH. Outros serviços, como massagem e depilação, serão retomados a partir de quinta-feira, mediante agendamento prévio.

Bar é interditado em Lourdes


iscais da Prefeitura de Belo Horizonte interditaram, na madrugada de ontem, o Bar Butiqueiro, na Rua Marília de Dirceu, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de BH. O estabelecimento realizava uma festa com mais de 400 pessoas. Os fiscais chegaram por volta da meia-noite e constataram aglomerações dentro e fora do bar, com pessoas consumindo bebidas e alimentos, o que é proibido pelo decreto municipal que reabriu e bares e restaurantes na capital. Muitas estavam sem máscara.

Em nota, a  Subsecretaria de Fiscalização informou “que dentro do estabelecimento havia cerca de 400 pessoas, com venda normal de bebidas alcoólicas e alimentos”. A nota informou ainda que em relação às outras ocorrências no fim de semana, o balanço será divulgado amanhã.

Decreto estabelecendo novas regras de funcionamento para esse ramo de comércio foi publicado no Diário Oficial do Município em 19 de setembro. A venda de bebida alcoólica não é permitida nas segundas e terças. De quarta a sexta, cerveja e outras bebidas poderão ser servidas no horário restrito das 17h às 22h. Aos sábados e domingos, das 11h às 22h.

Também foi liberada música ao vivo, mas com separação da plateia com proteção de acrílico. Antes, essa atividade era proibida pela prefeitura sob a justificativa de ser propícia a causar aglomerações. (Elian Guimarães)

Em clima de praia

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Mesas sob coqueiros e o vento na calçada montavam o novo cenário do Mercado Central ontem. Os tradicionais bares do centro de comércio começaram a fazer o atendimento do lado de fora, na Avenida Augusto de Lima. A mudança, autorizada pela prefeitura para garantir maior segurança em decorrência do novo coronavírus, conquistou os clientes, que apelidaram o local de “praia de Minas”. “Resolvemos sair hoje para dar um passeio, tomar uma cervejinha. Vimos um movimento diferente e resolvemos parar. Meu marido é daqui e falou pra gente comer o famoso fígado com jiló”, conta Vanessa Leite, de Boa Esperança, que visitou o Mercado com o marido, João Ricardo Vilela. (Déborah Lima)





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