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Estado de Minas FRAUDE

Presos em Nova Lima três funcionários da AngloGold que deram golpe na empresa

Eles cobraram de R$ 5 mil a R$ 25 mil por contrato de comodato em terrenos da empresa, que não deveria envolver dinheiro algum; há suspeita de outros envolvidos no esquema fraudulento


17/09/2020 18:36 - atualizado 17/09/2020 19:11

As investigações começaram em 2019 e envolveram três setores da Polícia Civil mineira(foto: Polícia Civil/Divulgação)
As investigações começaram em 2019 e envolveram três setores da Polícia Civil mineira (foto: Polícia Civil/Divulgação)

Presos em Nova Lima três funcionários da AngloGold Ashanti, todos da diretoria imobiliária, acusados de concessão fraudulenta de comodatos e loteamento irregular de terras da empresa. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.

Na manhã desta quinta-feira, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo três de prisões. Existem ainda outros suspeitos de participação no esquema, sendo um vereador de Raposos, e do envolvimento de um cartório. Não está afastada a hipótese de haverem outras pessoas integrantes do grupo de estelionatários.

As investigações tiveram início no final de 2019 e envolveram a 3ª Delegacia de Fraudes, comandada pelo delegado Marlon Pacheco; a Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária, que tem como chefe o delegado Domiciano Monteiro; e a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção, dirigida pelo delegado Agnelo Abreu Baez.

 

Segundo o delegado Marlon Pacheco, a vítima é a Mineradora Morro Velho e a Anglogold, que trabalham em parceria na exploração de minas de ouro. “Os funcionários aproveitaram seus cargos para praticar crimes imobiliários. Eles cobraram, por exemplo, de R$ 5 mil a R$ 25 mil pela concessão de um comodato, o que é irregular, pois a empresa não cobra por esse tipo de concessão. Cada comodatário tem apenas de cuidar da parte que lhe foi concedida, não tendo de pagar nada por isso.”

 

Segundo ele, hoje os negócios imobiliários são um dos grandes investimentos da AngloGold. Os negócios feitos por esses três funcionários da empresa levantaram suspeitas, segundo Pacheco, o que fez com que a companhia procurasse a polícia no final de 2019.

 

Nas investigações, não só os comodatos chamaram a atenção dos policiais, mas também o fato de haver uma espécie de loteamento ilegal em terra da AngloGold. “Já ocorreu problema semelhante. Tanto que hoje a empresa faz uma negociação com compradores de lotes numa área negociada ilegalmente, o que traz problemas para a AngloGold.”

 

O delegado diz que existem mais de três mil lotes e áreas da AngloGold. No caso dos que fizeram regime de comodato, o caso estará resolvido de imediato. No entanto, aqueles que adquiriram lotes irregularmente, estarão no prejuízo.

 

As investigações apontaram que nas áreas de comodatos poderiam estar funcionando empresas inexistentes ou não, pois em muitas delas foram encontradas construções, o que é proibido. “Quem recebe o contrato de comodato tem como obrigação, apenas, cuidar da área, não sendo permitido fazer qualquer construção. E nem mesmo tem de pagar por isso.”

 

No início, segundo o delegado, houve tentativa de interferência de um político para cessar o prosseguimento das investigações, o que fez a polícia ligar o grupo a um vereador específico.

 

Os nomes dos três presos, do político e do cartório, por enquanto, não serão divulgados para investigação seguir em segredo de justiça. Mas ele admite que as investigações prosseguirão e que existe a suspeita de outras pessoas estarem envolvidas.

Uma visita à AngloGold para verificação de documentos na diretoria imobiliária está prevista e deve acontecer a qualquer momento. “A empresa é vítima e não tem interesse em prejudicar a investigação. Pelo contrário. Até o momento, tem colaborado ao máximo e aberto todos os caminhos que a polícia necessita. Por enquanto, detectamos 100 contratos entre comodato e venda ilegal de lote. As investigações acontecem em Nova Lima, Raposos e Rio Acima.”

 

O que diz a AngloGold

 

A nota, na íntegra:


“AngloGold Ashanti informa que hoje, 17 de setembro, pela manhã, a Polícia Civil de Minas Gerais executou uma ação em Nova Lima (MG) e região. O foco é uma denúncia feita pela própria empresa sobre possíveis fraudes envolvendo negociações de seus ativos imobiliários. Como vítima da situação, a AngloGold Ashanti encaminhou as informações às autoridades para devida apuração dos fatos, uma vez que envolve também terceiros.


A operação de hoje envolveu a prisão de suspeitos, empregados da companhia.  A empresa está cooperando plenamente com a autoridade policial para que a investigação possa ser concluída de forma justa e com todo rigor necessário.


A AngloGold Ashanti reafirma seu compromisso com a ética e a legislação, baseada em seus valores e princípios, conforme preconizado em seu Código de Ética e Conduta.” 


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