
As manifestações são uma resposta da categoria que vem realizando uma série de atos como parte do movimento nacional, organizado em todas as capitais do país contra a retirada de direitos, como adicional de 30% do salário-base, redução do valor do tíquete-restaurante e corte do auxílio pago a empregados que têm filhos com deficiências, como a síndrome de Down.
Segundo o Sintect/MG, os benefícios constavam no dissídio coletivo julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no ano passado, com validade de dois anos. A ECT, entretanto, conseguiu derrubar 60 das 79 cláusulas do acordo por meio de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo com a pandemia a empresa não parou suas operações por ser considerado um serviço essencial. “A empresa não quis falar quantos trabalhadores foram infectados, quantos morreram com a pandemia. Pela nossa contabilidade a gente já perdeu mais de 80 companheiros no Brasil”, afirma Luiz Rocha, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios (Sintect).
Para Luiz, a retirada desses direitos neste momento, torna a situação ainda mais dura para os profissionais que têm se arriscado neste momento tão delicado. “Mesmo diante de todo esse cenário a empresa ainda tenta reduzir nossos salários, mesmo as cláusulas que tratam sobre racismo, situações que não causam impacto financeiro a empresa, ela quer retirar do acordo coletivo”.
Ainda de acordo com o diretor do Sintect, o ato denuncia uma suposta pressão do governo federal pela privatização da ECT.
“A gente entende que é uma política para privatizar a empresa. Para facilitar essa venda da estatal, porém os trabalhadores estão sofrendo. Até então, eles estavam na rua fazendo o serviço. Ninguém queria que essa greve fosse por conta de todas essas retiradas a gente quer a nossa dignidade de volta. As nossas perdas são inimagináveis”, conclui.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
