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Estado de Minas Parto na pandemia

''Mágico'', diz pai sobre a experiência de ajudar mulher a dar à luz em casa

Empresário que celebra amanhã o primeiro Dia dos Pais com Maria, de 59 dias, recorda com emoção o momento do parto


08/08/2020 04:00 - atualizado 08/08/2020 07:48

Com Raquel e os filhos Maria e Miguel, hoje com 1 ano e meio, Ronaldo de Souza Soares celebra a magia de participar ativamente do nascimento da mais nova (foto: Nereu Jr /Divulgação)
Com Raquel e os filhos Maria e Miguel, hoje com 1 ano e meio, Ronaldo de Souza Soares celebra a magia de participar ativamente do nascimento da mais nova (foto: Nereu Jr /Divulgação)
“Mágico.” Às vésperas do Dia dos Pais, essa é a palavra que o empresário Ronaldo José de Souza Soares, de 39 anos, escolhe para definir o momento em que Maria, hoje com 59 dias, chegou ao mundo pelas suas mãos, em meio à pandemia do coronavírus. Com a bebê nos braços, Ronaldo conta que a filha nasceu em outra data importante para ele e a mulher, Raquel, de 34. Era véspera do Dia dos Namorados, 11 de junho. Naquela data, ao som de "Romaria", entoada na voz de Maria Rita – filha da cantora Elis Regina –, Raquel enfrentou um intenso trabalho de parto que duraria aproximadamente 1h20.

De acordo com Ronaldo, na tarde daquele dia seu telefone tocou. Raquel ligava para avisar que estava sentindo contrações fortes, mas o tranquilizou, ao falar que a bolsa não tinha estourado. Aos primeiros sinais do parto, o empresário correu para casa, enquanto entrava em contato com a equipe médica, mas não deu tempo de os profissionais chegarem ao endereço da família, no Bairro Castelo, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.

Enquanto o casal esperava pelos médicos, as contrações foram aumentando e Raquel sugeriu ir para debaixo do chuveiro: “Vamos para a água, para trazer leveza, pureza e alívio”. Passou aproximadamente 30 minutos sob a água quente até que sentiu as pernas tremerem – foi o mesmo sinal de quando o primeiro filho, Miguel, hoje com 1 ano e meio, nasceu, também de parto natural. “Vai nascer agora! Quero ir para a cama. Pegue várias toalhas e álcool”, disse Raquel ao marido, minutos antes do parto.

O empresário providenciou tudo o que sua esposa pediu, mas ainda faltava uma coisa, não menos importante, a “trilha sonora” do acontecimento. “No meio do parto, ela estava lá, gritando: ‘Põe minha playlist’”, relembra Ronaldo, agora sorrindo. Segundo o pai, a música Romaria trouxe conforto e fé para o momento mágico do nascimento da filha. “Tudo se acalmou, mãe e filha entraram em sintonia e Maria nasceu. Ela veio direto para os meus braços e eu a recebi com todo o carinho e segurança que um pai tem que proporcionar. Alguns segundos de silêncio tomaram conta do nosso quarto até que de repente um chorinho lindo ecoou em nossos ouvidos”, descreve, emocionado.

Apressadinha, Maria não aguentou esperar mais que 36 semanas. Após o abraço paterno, a criança foi entregue aos braços da mãe. Quando enfim chegou a equipe médica, mãe e filha foram encaminhadas para a maternidade, no Bairro Cruzeiro, Centro-Sul de BH. Lá,  ficaram 48 horas em observação, cumprindo um protocolo médico.

“Foi um momento muito emocionante, muito mesmo. A gente não sabia como conduzir direito, mas foram a preparação e a tranquilidade com que fomos trabalhando juntos durante a gestação que fizeram com que conseguíssemos ter firmeza, serenidade e força para conseguir. Deu tudo certo”, celebra Raquel.

A mãe conta que, quando Miguel nasceu, ela teve dificuldades para amamentá-lo. Ronaldo  também ajudou. “No começo, tive muita dificuldade e era ele que me ajudava a pegar e encaixar o peito na boquinha do bebê. Mesmo assim eu continuava com problemas. Aí pegamos uma mangueirinha para permitir que o Ronaldo pudesse amamentar também. Esse é o ápice da maternidade”, explicou.

PREOCUPAÇÃO


 Segundo o empresário, o maior desafio foi o nascimento da bebê em meio à pandemia de COVID-19, já que o casal estava evitando ao máximo ter contato direto com outras pessoas, que poderiam eventualmente estar infectadas pelo vírus. “A maior dificuldade que eu tive foi lidar com a tarefa de sair de casa para tomar conta da empresa e deixar a minha esposa sozinha, cuidando do Miguel, que demanda muita atenção. Além disso, por estar na fase final de gestação, ela poderia ter algum problema e não ter ninguém para ajudá-la imediatamente”, revelou.

Passados os momentos de tensão e emoção, Ronaldo espera um Dia dos Pais cheio de afeto. “Uma data em que eu consiga me entregar por inteiro, na companhia dos meus dois filhos, do nascer ao pôr do sol. Que eu possa reviver emoções e compartilhá-las com as crianças. Um dia em que eu possa surpreender meu pai, com as primeiras palavras do neto. Espero um pouco de conforto no coração e esquecer momentaneamente o lado chato da vida. Que eu possa transmitir isso para o maior número de pessoas possível e incentivá-las também”, afirma o pai herói. “Que seja mais um dia mágico. Não só na minha, mas em todas as famílias”, deseja.

*Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia



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