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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Serra do Cipó tenta controlar turismo em meio à pandemia

Prefeitura de Santana do Riacho impõe restrições a atividades econômicas e faz blitz educativa, mas enfrenta dificuldades na fiscalização


postado em 15/04/2020 15:19 / atualizado em 15/04/2020 17:22

Pessoas não respeitam distância em fila para entrar em mercado no distrito de Serra do Cipó(foto: Matheus Patrocínio/Divulgação)
Pessoas não respeitam distância em fila para entrar em mercado no distrito de Serra do Cipó (foto: Matheus Patrocínio/Divulgação)

 
Como todos os destinos turísticos, a Serra do Cipó vem sofrendo com a pandemia de coronavírus. Há denúncias de pessoas reunidas em praças, promovendo festas e churrascos, frequentando cachoeiras e não guardando a distância mínima recomendada pelas autoridades sanitárias quando em locais autorizados a funcionar, como supermercados. 

Assim, o combate à COVID-19 tem colocado em lados opostos o poder público, representado pelas prefeituras pedindo isolamento social, e empresários preocupados com a situação econômica e querendo funcionar, com a população ficando no meio do fogo cruzado.

A Prefeitura de Santana do Riacho, município ao qual pertencem não só o distrito de Serra do Cipó, mas também Lapinha da Serra, outro local muito visado pelos turistas, impôs restrições ao comércio, inclusive o funcionamento de pousadas. Com feriados em sequência, como Semana Santa, Dia de Tiradentes e Dia do Trabalhador, não tem sido fácil exigir o cumprimento das determinações.

Por isso, foi instituída multa a pessoas que promoverem aglomerações ou reuniões e sanções aos estabelecimentos comerciais. “Durante a Semana Santa foram autuados cinco estabelecimentos. Em caso de reincidência, terão o alvará suspenso”, explica Iuri Hassen, coordenador da Defesa Civil de Santana do Riacho.

Segundo ele, além da fislização, as autoridades estão realizando blitz educativas para conscientizar a população e também eventuais turistas que apareçam. Realça ainda que, baseado da Lei Municipal 746/2020, qualquer pessoa pode receber multa no valor de R$ 585 por desobediência às determinações. 

As iniciativas serão redobradas a partir desta quinta-feira (16), quando é esperado aumento do movimento em função do feriado de 21 de abril. “Há pressão de muitos empresários, principalmente os maiores, para liberar o funcionamento de pousadas, restaurantes. Mas as medidas estão mantidas”.

Houve denúncias de que pessoas têm burlado as regras alugando casas ou fechando pousadas inteiras. Com isso, promovem festas, indo em direção contrária às recomendações. Assim, a fiscalização encontra muitas dificuldades para trabalhar, sobretudo quando muitos desses imóveis são afastados, alguns com acesso restrito. 

Os moradores reafirmam o temor de serem infectados, principalmente pela falta de controle sobre os que vêm de fora. E pedem para que todos respeitem o afastamento social. "Não é hora de pensar em dinheiro. Temos de pensar em vidas. Vamos ficar em casa. A Serra do Cipó vai continuar de braços abertos para receber a todos em outra oportunidade”, afirma Danilo Candombe, que nasceu na Comunidade Quilombola do Açude e é fotógrafo, músico e compositor.


Ele lançou a hastag @respeitaaserradocipo e espera que não haja relaxamento das medidas, enquanto o risco de contágio em massa do coronavírus não esteja erradicado. “Tem empresário que respeita as determinações, mas outros, não”, diz ele, que lembra que a fiscalização fica ainda mais difícil pelo fator de a Serra do Cipó ser passagem para locais como Conceição do Mato Dentro e Diamantina.

Divisão


Realmente, há quem esteja respeitando as determinações e quem defenda a flexibilização das atividades econômicas. No primeiro caso está Raquel Machado, proprietária da Pousada Fazenda Monjolos, na Serra do Cipó. “Na minha opinião, estamos diante de uma situação desconhecida e incerta. Nosso inimigo é a COVID-19. É causada por um vírus agressivo e a evolução da doença é muito rápida. O decreto foi feito para proteger o município e a comunidade. De acordo com os boletins epidemiológicos, estamos fazendo o dever de casa. Temos de proteger a comunidade, pois ela produz muito para que a cadeia de turismo funcione. Um funcionário contaminado é um efeito dominó. Acredito que o momento é de cautela e devemos aguardar a evolução da contaminação”, afirma ela.

Ela própria, porém, admite que “existe um movimento para a flexibilização do decreto e reabertura com restrições”. “A minha grande preocupação é se conseguiremos cumprir as restrições (caso as regras sejam flexibilizadas). Não temos garantia, por exemplo, do abastecimento de álcool gel e dos EPI's aqui no município. Os funcionários ficariam muito expostos”, pondera. 


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