
“Estávamos indo à embaixada, mas ela fechou. Passaram-nos um contato, da embaixada. A gente liga e só mandam a gente esperar. Não falam mais nada. Mas estamos sabendo que virá, do Brasil, um avião para buscar os funcionários da embaixada. E nós? Como vamos fazer? Vão nos abandonar aqui?”, indagou.
“A quarentena aqui, acabou. Pensamos, então, em ir de carro até a fronteira de Roraima e atravessar. Mas o problema é que aqui não tem gasolina, em nenhum deles. Não tem jeito. Temos de fazer tudo a pé.”
Tawler conta ainda que tentaram, junto ao governo venezuelano, um salvo conduto, para fazer a viagem de carro, mas que isso foi também negado. “A gente nem sabe como está a situação em Roraima. Não sabemos, por exemplo, como está a situação lá”, disse.
Sua maior preocupação é que suas férias já terminaram. “Foi no último dia 5. Liguei e pedi para usarem o banco de horas. Fizeram isso, mas me avisaram que tenho de estar de volta no dia 13. Isso é na segunda-feira. Estou desesperado. Não sei o que fazer, pois não existem voos. Seria preciso que o governo brasileiro nos resgatasse, até domingo. Mas não falam nada. Parece que nos abandonaram.”
Em dólar
A vida em Caracas é muito cara, segundo ele conta. Para se ter uma ideia, um dólar vale 50.906 bolivares soberanos. O dólar é a moeda corrente no país.
“Tenho de fazer compra de comida, em supermercado. O problema é o troco. Você paga em dólar e o troco vem aquele monte de dinheiro. Não dá. Não cabe no bolso. Precisaria de uma mala ou um carinho para transportas o dinheiro. Por isso, sou obrigado a comprar de 20 em 20 dólares”, conta Tawler.
O fato de ser Semana Santa deixa Tawler desanimado. Segundo conta, todo o contato com a embaixada brasileira é feito através de contato por WhatsApp e e-mail.
O fato de ser Semana Santa deixa Tawler desanimado. Segundo conta, todo o contato com a embaixada brasileira é feito através de contato por WhatsApp e e-mail.
“Você faz um contato, por WhatsApp, e eles mandam um formulário para preencher. Toda vez é isso. Respondo preenchido. Mas se mandamos mensagem por e-mail, nem resposta vem. Estou com medo de ser abandonado aqui e de perder meu emprego.”
Contatado pela reportagem, o Itamaraty não responde até o fechamento desta matéria.
