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Estado de Minas

Moradores da Rua Carangola se mobilizam contra colégio no Bairro Santo Antônio

Comunidade local reclama de transtornos causados pela instituição, como congestionamentos, filas duplas, disparos de alarme durante a madrugada, além de ruídos excessivos


postado em 21/02/2020 13:14 / atualizado em 21/02/2020 16:19

(foto: Instagram/Reprodução)
(foto: Instagram/Reprodução)

“Você sabia? Por não estar localizada no Brasil, nessa rua, não se aplica o Código de Trânsito Brasileiro”. Publicada no Instagram, a ironia é de um grupo de moradores da Rua Carangola, situada no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles criaram um perfil na rede social - o @caosnacarangola -, para relatar a perturbação do sossego na região, atribuída a uma das unidades do Colégio Bernoulli - o Bernoulli Go

Voltada à educação infantil, a escola foi inaugurada em fevereiro do ano passado e funciona no quarteirão situado entre as ruas Desembargador Alfredo Albuquerque e Primavera. 

Entre as principais reclamações dos vizinhos do prédio estão o disparo de alarmes por longos períodos de tempo durante a madrugada, ruído excessivo decorrente tanto de obras, como de atividades estudantis, filas duplas e triplas na porta do colégio, além de intensos congestionamentos e obstrução de garagens, imputados ao fluxo de entrada e saída de alunos. 



"Inferno"

“A entrada do colégio é concebida no formato dos drive thrus, que permite aos pais deixar as crianças na porta sem ter que sair do carro para o desembarque. Isso faz com que, todos os dias, se forme uma fila de veículos imensa, que chega até a Contorno. Como se não bastasse, as pessoas formam filas duplas e até triplas na rua. É um inferno”, conta o advogado Lucas Leal, que mora a poucos metros do Bernoulli. 

A maior queixa do morador, no entanto, refere-se aos alarmes de segurança da escola, que teriam disparado por vários dias durante madrugada. Pai de um bebê de oito meses, Leal afirma que o incômodo, registrado por quase uma semana, afetou a saúde de sua esposa, bem como a qualidade do sono da criança. 

“Tenho áudios e vídeos desses disparos, que já duraram duas horas e meia. Numa das ocasiões, a sirene foi acionada num domingo. Em várias noites, eu mesmo entrei em contato com a empresa responsável pela segurança da escola, para solicitar a desativação do alarme, mas eles alegam que só o contratante tem poder para fazer isso. O que a gente já passou aqui não tem condição”, relata o advogado. 

Ele diz ter registrado um boletim de ocorrência contra o Bernoulli na Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente da capital, sob a queixa de perturbação do trabalho ou sossego alheio. O próximo movimento, conta o rapaz, será entrar com uma ação de indenização por  danos morais.

Além do Instagram, os moradores da Carangola se mobilizam ainda por meio de um grupo de WhatsApp, que reúne síndicos de prédios, entre outros membros dos condomínios da região. “Juntos, ganhamos mais força para pressionar as autoridades, para que tomem providências que nos ajudem a resolver esse caos”, comenta Leal.

Bernoulli responde

Procurado pelo Estado de Minas, o Colégio Bernoulli se pronciou por meio de nota. Segundo a instituição, a unidade Bernoulli Go busca atenuar os problemas relatados pelos moradores da Rua Carangola sobretudo por meio de ações de educação de trânsito junto à comunidade escolar, realizadas em parceria com a BHTrans. 

A escola também diz disponiblizar monitores que ajudam a sinalizar as garagens da Rua Carangola, além de profissionais que agilizam o embarque e desembarque dos alunos, visando reduzir as filas de veículos.

Outro recurso citado pela escola é um aplicativo com a funcionalidade “Estou chegando”, que permite aos pais avisar que estão prestes a buscar o aluno. Essa medida teria possibilitado a redução do tempo de entrada e saída dos veículos de 45 segundos para 15 segundos.

Com relação ao disparo do alarme, o Bernoulli diz ter resolvido o problema de forma definitiva desde 2 de fevereiro. Quanto às queixas de ruídos oriundos das atividades promovidas na quadra e no pátio do colégio, o estabelecimento informou que está providenciando o tratamento acústico desses espaços. 

Novo estudo

A reportagem também entrou em contato com a BHTrans para saber como ela planeja atuar na questão. A empresa esclareceu que promoverá um novo estudo da Rua Carangola, com o objetivo de diagnosticar o impacto gerado com a inserção do colégio no local. 

O órgão também afirma que pretende discutir com a escola novos projetos de sensibilização de pais e alunos. Destacou, por fim, a campanha Volta às Aulas, realizada semestralmente na cidade para orientar motoristas e pedestres sobre o comportamento seguro no entorno das instituições de ensino. 


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