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Estado de Minas

Tragédia Brumadinho: sindicatos e familiares cobram justiça e leis mais rígidas na Alemanha

Rompimento provocou a maior catástrofe humana e socioambiental do Brasil, deixando 259 pessoas mortas e 11 desaparecidas. Familiares e sindicatos pedem responsabilização de empresa alemã


postado em 21/01/2020 13:22 / atualizado em 21/01/2020 18:03

 

Barragem rompeu em 25 de janeiro derramando lama com rejeitos de minério (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
Barragem rompeu em 25 de janeiro derramando lama com rejeitos de minério (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
Leis mais rígidas e justiça na Alemanha. Essas foram algumas das pautas levantadas pelo advogado alemão Rudiger Helm para tratar das medidas tomadas em relação à Tüv Süd, empresa alemã contratada pela Vale para inspecionar a estrutura da barragem e garantir sua estabilidade, por conta da sua responsabilidade pelas mortes registradas na tragédia de Brumadinho. Participaram da coletiva a Associação das Vítimas e Atingidos no Desastre de Brumadinho (Avabrum), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de Minas e o Sindicato (Metabase-Brumadinho).

A ruptura das barragens 1, 4 e 4A da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, aconteceu em 25 de janeiro. O rompimento provocou a maior catástrofe humana e socioambiental do Brasil, deixando 259 pessoas mortas e 11 desaparecidas sob mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A lama de rejeitos também atingiu o Rio Paraopeba.

O objetivo das ações tomadas pelos sindicatos é tornar a legislação mais rígida para empresas que cometem crimes como o que ocorreu em Brumadinho. Trata-se da criação de novas leis que responsabilizam a empresa por toda a cadeia produtiva e uma constituição que garanta a proteção as pessoas que denunciam irregularidades nas empresas em que trabalham. "Funcionários poderiam ter denunciado a situação. O que impede muito é o medo de retaliação e da possibilidade de perder o emprego", disse Rudiger Helm. 

Isso porque as investigações indicam e-mails trocados entre funcionários da Tüv Süd comprovam que a Vale pressionava os empregados. Em 13 de maio de 2018, o engenheiro Makoto Namba (Tüv Süd), enviou um e-mail a Arsênio Negro Júnior, Vinícius da Mota Wedekin e Marlísio Cecílio, todos empregados da Tüv Süd, às 22h16 alertando a instabilidade da barragem. 

Os sindicatos acreditam que executivos alemães também precisam ser responsabilizados já que existe uma supervisão cotidiana na empresa. "E a Alemanha não permite a extradição de cicadães alemães. Portanto, a condenação desses executivos tem que ocorrer no país de origem", esclarece o advogado brasileiro Maximiliano Garcez.

Em visita a Alemanha, a representante Josiane de Oliveira Melo, representando da Associação das Vítimas e Atingidos no Desastre de Brumadinho foi surpreendida pela falta de informações sobre o caso e a responsabilidade da empresa alemã no episódio. "Foi um choque. Por se tratar de um país de primeiro mundo, imaginava que a Justiça era melhor. Mas, percebemos que as pessoas pouco sabem sobre a responsabilidade da Tüv Süd no caso Brumadinho. Muito pouco é dito na mídia. Ela continua sendo uma das maiores empresas do mundo", explicou.

Ela clama por justiça após um ano desde a tragédia. "Temos que trabalhar para que eles sejam corresponsáveis. Para as famílias, justiça é igual a cadeia. Mesmo presos, eles ainda vão poder receber seus familiares na prisão. E nós? Nós não vamos rever nossos parentes nunca mais", disse emocionada.

 

 

 


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