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Estado de Minas

Cerveja contaminada: perícia encontra substância tóxica na água da Backer

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificou substâncias tóxicas na água. Análises de sete lotes da Belorizontina deram positivo para o dietilenoglicol


postado em 15/01/2020 16:39 / atualizado em 16/01/2020 14:33

Mapa voltou à fábrica da Backer, em Nova Lima, para novas diligências nesta terça-feira(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Mapa voltou à fábrica da Backer, em Nova Lima, para novas diligências nesta terça-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

A perícia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encontrou as substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol na água usada na produção da cervejaria Backer, no Bairro Olhos D'Água, na Região Oeste de Belo Horizonte.

O resultado aumenta a suspeita de que outros rótulos da empresa possam estar contaminados, e não somente a cerveja Belorizontina, associada à intoxicação de 17 pessoas.

Ainda não há resultados das análises das outras marcas produzidas pela Backer, mas o Mapa identificou sete lotes de Belorizontina contaminados – um deles com o rótulo Capixaba, nome dado à cerveja distribuída no Espírito Santo.

A inspeção do órgão federal também constatou os agentes químicos em mais de um dos 70 tanques usados na fabricação das cervejas. Na terça-feira, a empresa informou que apenas o tanque 10 teria sido lacrado.

“Inicialmente, existia uma hipótese de que essa contaminação estivesse restrita a um lote de produção ou a um tanque. Fizemos uma análise e vimos que não estava restrita a um ou outro tanque, estava distribuída em diversos tanques. Dessa forma, passamos a abordar essa contaminação a uma etapa anterior à fermentação”, disse o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Vitor Müller, em coletiva de imprensa.

A indústria foi interditada pelo órgão federal na sexta-feira até que mostre condições seguras de funcionamento. O Mapa também determinou o recolhimento de todos os produtos e a proibição da venda das cervejas da Backer, que produz 22 rótulos.

Ontem, a força-tarefa que investiga o caso voltou à indústria, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para nova perícia. Os técnicos do ministério identificaram moléculas de monoetilenoglicol e dietilenoglicol na água do tanque de resfriamento da cervejaria.

Baseado em informações concedidas pela própria Backer, Müller informou que essa água é usada para a produção da bebida. “Conseguimos identificar que a água contaminada por etilenoglicol está sendo utilizada no processo cervejeiro. O que não consegue ainda afirmar é de que forma ainda ocorre essa conbtaminação nesse tanque de água gelada”, diz.

Não se sabe o motivo de elas estarem presentes nesse local, já que essas substâncias tóxicas são usadas no sistema de serpentina que circunda o tanque, em etapa posterior da produção. A substância é capaz de resfriar o líquido, sem provocar o congelamento.

“Sabotagem pode ocorrer, vazamento, utilização incorreta de monoetilenoglicol para melhorar o desempenho, mas ainda não dá pra definir. Vamos trabalhar nessa investigação”, afirmou. Outro mistério é porque a Backer informa usar apenas o monoetilenoglicol como fluido anticongelante.

Confira os lotes em que o Mapa encontrou o dietilenoglicol:

Belorizontina L2 1354
Belorizontina L2 1348
Capixaba L2 1348
Belorizontina L2 1197
Belorizontina L2 1604
Belorizontina L2 1455
Belorizontina L2 1464


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