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Estado de Minas CLIMA NATALINO

Verdadeiro espírito de Natal: confira como foi o almoço especial do Restaurante Popular de BH

Cerca de 5 mil pessoas aproveitaram para celebrar a data no local. Criançada fez a festa com Papai Noel e ainda levou presentes para casa


postado em 26/12/2019 06:00 / atualizado em 26/12/2019 07:20

Saguão ficou lotado e atrações não faltaram: além do Papai Noel, o grupo Doutores Palhaços também fez a alegria da garotada(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Saguão ficou lotado e atrações não faltaram: além do Papai Noel, o grupo Doutores Palhaços também fez a alegria da garotada (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

A cozinheira Maria Vitória dos Santos Almeida levantou bem cedo nessa quarta-feira, e acordou também os seis netos, para ninguém perder a hora. Logo a família se pôs rumo ao Restaurante Popular I – Herbert de Souza, no Centro de Belo Horizonte, para participar do tradicional almoço de Natal, que, desta vez, superando as expectativas das autoridades municipais, serviu cerca de 5 mil pessoas. “É a primeira vez que venho aqui, e resolvi trazer os meninos. Nessa idade, eles têm muita energia e, se ficam sozinhos em casa, acabam fazendo bagunça e até brigando”, contou, entre uma garfada e outra, a moradora do Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da capital, de olho nas crianças, que foram se apresentando: Estêvão, de 4, Paulo, de 6, João Vitor, de 9, Bernardo, de 4, Caíque Augusto e Luiz Fernando, ambos de 8. “Tenho mais duas netinhas, mas ainda são pequenas para vir”, acrescentou.

Daiane Nunes chegou cedo para
Daiane Nunes chegou cedo para "a festa" e se disse recompensada ao ver a alegria no rosto da filha Emily, presenteada com uma bola colorida (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

“Ano que vem, vou me apresentar como voluntária para cozinhar aqui. Faço isso na escola onde trabalho. Além da beleza da festa, só tenho a dizer que a comida está muito boa”, disse Maria Vitória. Após o almoço, os netos receberam os presentes arrecadados durante meses para tornar a comemoração do nascimento de Jesus ainda mais completa para a criançada. Quem estava lá, e não podia faltar, era Papai Noel, desta vez na companhia de uma Mamãe Noel “legítima”, a finlandesa Maria Matilla, de 25, professora de música.

“Minha mãe é da Lapônia (Norte da Finlândia), a terra de Papai Noel”, disse a jovem que, nesta primeira vez no verão brasileiro, só estranhou um pouco o calor e, portanto, roupas mais leves caíram bem. Maria Mattila veio a BH com o namorado, Leonardo de Assis, sobrinho de Mário de Assis, que, há 25 anos, alegra a criançada no Almoço de Natal promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), via Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional. Com a roupa de veludo, gorro e botas, o bom velhinho conversou com quem se aproximou, abraçou crianças e cantou músicas natalinas no microfone. E, acostumado com a temperatura, “distribuiu” calor humano.

Procura

Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra Colares, o número de pessoas superou a expectativa – o número esperado era de 4,5 mil pessoas. “Estamos preparados para receber quem vier”, afirmou a secretária, creditando as longas filas à divulgação e também “ao momento”, com alta de preços de alguns alimentos, principalmente a carne.

A comida servida deixou muita gente com água na boca e gostinho de quero mais. No prato principal, frango assado ao molho de maçã com cebola caramelizada acompanhado de arroz com alho, tutu de feijão e maionese de legumes e salada verão (alface, agrião, repolho roxo, rúcula e tomate). E mais: suco de manga e abacaxi com hortelã de sobremesa. Para atender tanta gente, um batalhão de voluntários entrou em ação, com a cozinha arrebanhando a maior parte, 100 pessoas, e o salão outras 50. O grupo Doutores Palhaços, de Belo Horizonte, ajudou a elevar a temperatura da alegria. “Este é o verdadeiro espírito de Natal”, disse o integrante do grupo Rafael Matias.

Dizendo que “trabalha de tudo”, incluindo o serviço de servente de pedreiro, sua última ocupação em uma empresa de construção, Marilete Pereira, de 59, moradora do Morro das Pedras, na Região Oeste, fez questão de abraçar Papai Noel. “Fiz uma cirurgia no joelho, coloquei prótese, e vim com uma amiga”, contou a mulher, que tirou uma cartinha da mochila, contando seus problemas de saúde, e a entregou ao bom velhinho.

Solidários

Não muito longe dali, Daiane Nunes, de 24, do Abrigo Pompeia, relevava o início da ensolarada manhã de Natal em BH. Chegou às 8h ao restaurante com a filha Emily, de um ano e seis meses. “É muita gente, né? Mas tá bom, é festa”, comentou a mulher, mostrando a bola colorida que a menina ganhara de presente. Moradora de Contagem, na Região Metropolitana de BH, Silvana Elvira de Jesus, levou os netos Miguel, de 9, Wesley, de 7, e Enzo, de 6. “Está tudo ótimo, bom para celebrar o Natal e também pelos presentes. Lá em casa está todo mundo desempregado, então vir aqui ajuda muito. As crianças ficam felizes.”

Em nota, a PBH informa que BH é referência nacional em segurança alimentar, gentileza e solidariedade. Os técnicos lembram que “historicamente, o 25 de dezembro celebra o encontro dessas três características da cidade no almoço de Natal do Restaurante Popular, servido por voluntários que apoiam a iniciativa da prefeitura”.


Terra da lenda

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A Mamãe Noel do almoço de Natal de ontem, no Restaurante Popular de BH, a finlandesa Maria Mattila (foto), não fala português, mas nem precisava: distribuiu sorrisos, posou para fotos e circulou com desenvoltura no meio dos presentes. “Minha mãe é da Lapônia, terra do Papai Noel”, contou a jovem. Mas é bom entender melhor essa história. Reza a lenda que o bom velhinho mora no extremo Norte, numa casa coberta de neve, na companhia de Mamãe Noel e das renas que puxam o trenó no Natal. Mas há outra versão: ele habita as montanhas de Korvatunturi na Lapônia, Finlândia, partindo no fim do ano para levar presentes para as crianças. A história teria se originado nas boas ações para com os pobres de um bispo chamado Nicolau, nascido na Turquia em 280 d.C.
 







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