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Estado de Minas

Um mês após anunciar plano para a chuva, PBH faz autocrítica e reúne grupo de ação

Kalil admite erro em projeto contra cheias na Avenida Vilarinho, anuncia revisão e convoca reunião com autoridades responsáveis por plano de emergência


postado em 01/11/2019 06:00 / atualizado em 01/11/2019 07:55

Teste de isolamento de área na Avenida Vilarinho: fechamento de cruzamentos e retirada de moradores é estratégia enquanto obras, que estão sendo reprogramadas, não chegam(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 1/9/19)
Teste de isolamento de área na Avenida Vilarinho: fechamento de cruzamentos e retirada de moradores é estratégia enquanto obras, que estão sendo reprogramadas, não chegam (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 1/9/19)

Novas chuvas, velhos problemas e o cenário preocupante que se repete ano após ano: falta de intervenções capazes de conter a força das águas na capital, como ficou claro durante o temporal de terça-feira. Depois de o prefeito Alexandre Kalil afirmar, ontem, que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) errou no projeto elaborado para enfrentamento das chuvas na Avenida Vilarinho, na Região de Venda Nova – um dos pontos críticos de alagamento na cidade – uma reunião convocada com autoridades municipais para hoje sinaliza possível revisão dos projetos e medidas para enfrentar os desafios da estação na capital. O encontro ocorre pouco mais de um mês depois de a administração municipal apresentar o conjunto de providências com nortearia as ações oficiais em caso de tempestades, e já em meio à temporada de enchentes e alagamentos.

Como mostrou o Estado de Minas em sua edição de ontem, o plano de prevenção na Avenida Tereza Cristina, em especial no Bairro Betânia, na Região Oeste, não foi suficiente para impedir transtornos aos moradores da área, depois do temporal de terça-feira na capital, assim como casos de carros e pessoas que tiveram de ser resgatados da correnteza. Conforme a Defesa Civil, a terça-feira em BH concentrou a chuva próxima à média histórica de outubro nas regiões Norte e Nordeste, ambas registrando 99,2 milímetros. A média histórica para o mês inteiro em BH é de 104,7 milímetros.

No caso da Avenida Vilarinho – no entorno da qual quatro pessoas morreram em 2018 em consequência da chuva – o projeto original foi modificado, estando em análise alterações para lançar nova licitação. Destacando que “houve problemas e a prefeitura tem que ter a humildade de dizer que nós erramos no projeto”, o prefeito Alexandre Kalil afirmou ainda que “não vamos, porque anunciamos, fazer uma lambança de R$ 300 milhões”. E acrescentou: “Temos responsabilidade. Estamos com projeto pronto e juntos, Ministério Público, Tribunal de Justiça e prefeitura, equacionando, de modo mais rápido, para que seja licitado – com todos à mesa para que não haja dúvida”.

O prefeito argumentou que o problema das chuvas em Belo Horizonte remonta a 50 anos, afirmando que não será solucionado em uma única gestão. “A situação está se resolvendo. A imprensa tem que investigar as obras que estão sendo feitas – invisíveis, porque é obra que não dá voto –, para absorver um pouco dessa água. A prevenção foi feita com muita competência. Deus permita que ela continue. São problemas de 50 anos, alguém tem que começar e nós já começamos. Vai ser resolvido”, afirmou Kalil.

Ao anunciar pela primeira vez o plano para atravessar a atual chuvosa, no mês passado, a Prefeitura de Belo Horizonte listou nove, dos 82 pontos de alagamento destacados em 2015 pela Carta de Inundações de Belo Horizonte, considerando-os de alto risco. Neles, seriam intensificadas ações de Defesa Civil, visando à preparação para o período. A estratégia divulgada era a de prevenir que a população circulasse pelos trechos que poderiam ser alagadas durante as tempestades. Segundo avaliou na época o subsecretário municipal de Proteção e Defesa Civil, coronel Waldir Figueiredo Vieira, o monitoramento das chuvas e níveis dos córregos, os alertas e o isolamento das áreas de inundações eram a aposta para impedir tragédias. “Belo Horizonte nunca esteve tão bem preparada para evitar que mortes ocorram durante um período chuvoso”, afirmou o coronel, há cerca de um mês.

Projetos


Em nota divulgada ontem, a Prefeitura de BH informou sobre medidas implementadas para as áreas apontadas como mais vulneráveis no último temporal – as avenidas Vilarinho, em Venda Nova, e Tereza Cristina, em especial no Bairro Betânia, na Região Oeste. “A proposta inicial para os projetos da avenida Vilarinho, apresentados em janeiro deste ano, mostrou-se insuficiente após estudos mais detalhados. Sendo assim, em setembro foi apresentada a nova proposta para resolver os problemas relacionados com inundações na avenida. A solução apresentada prevê a ampliação da capacidade de armazenamento de água excedente em pontos estratégicos dos córregos Nado e Vilarinho. Serão implantados novos grandes reservatórios e ampliadas as capacidades dos outros quatro reservatórios que já existem na região”, informou o texto.

A nota oficial diz ainda que, “para mitigar os impactos das chuvas na Avenida Tereza Cristina, foram concluídas, no (Ribeirão) Arrudas, as bacias de detenção da primeira etapa do Córrego Jatobá/Olaria e a bacia de detenção do Córrego Bonsucesso. Também foram concluídas as obras de recuperação do canal do Arrudas, no trecho que vai da Rua Rio de Janeiro à Alameda Ezequiel Dias, numa extensão de 1,5 mil metros, e implantadas duas bacias no Córrego Túnel Camarões, na Região do Barreiro, retendo volumes significativos de água”.

A PBH adiantou que será iniciada, este ano, a implantação da bacia de detenção do Bairro das Indústrias, que contribuirá para amenizar os impactos na região. “Importante ressaltar que, para reduzir o risco das inundações na Avenida Tereza Cristina, é necessário a conclusão das intervenções no Córrego Ferrugem, em Contagem, na Grande BH, iniciadas pelo governo estadual, em que estava prevista a construção de três bacias de detenção”, informou a prefeitura da capital.

Efeitos


O temporal de terça-feira, que concentrou em apenas um dia quase a chuva inteira prevista para outubro, trouxe de volta o medo aos belo-horizontinos. Especialmente no Bairro Betânia, onde a inundação da Avenida Tereza Cristina deixou rastro de destruição, embora os moradores avaliem que ações adotadas para enfrentamento das enchentes, mesmo insuficientes, amenizaram danos. Pela primeira vez, o plano de contingência de órgãos de Defesa Civil de BH para reduzir riscos nas chuvas foi posto em prática, com fechamentos de 23 pontos na Avenida Vilarinho, 12 pontos na Avenida Tereza Cristina e a tentativa de retirar pessoas em áreas sujeitas a inundação.

Mesmo com a iniciativa de isolamento da área, no entorno do Ribeirão Arrudas motoristas e pedestres foram pegos no meio do alagamento da Tereza Cristina. A própria Defesa Civil municipal relatou o salvamento de 13 crianças que estavam em uma van arrastada pela enchente. Moradores e comerciantes da vizinhança também informaram casos de pessoas que foram salvas das águas pela própria comunidade e de carros arrastados pela correnteza em que se transformou a pista da avenida.

O nervosismo tomou conta de comerciantes da Avenida Tereza Cristina, a exemplo de Vicente Carvalho, de 71 anos, proprietário da loja de colchões Vida Nova. “As pessoas não imaginam como a gente está hoje: tensão nervosa e cansaço mental”, disse, enquanto contabilizava prejuízos na Tereza Cristina, tomada pelo Ribeirão Arrudas. Além do plano oficial, os moradores se mobilizaram para salvar vidas e evitar mortes, como as quatro ocorridas em BH na temporada chuvosa de 2018. Vicente e o filho Paulo Carvalho, de 34, ajudaram a salvar uma mulher e evitar que fosse arrastada pela enxurrada. “Ela estava desesperada, gritava e chorava. A correnteza estava levando. Peguei uma corda para resgatá-la”, relata.

Pontos vulneráveis     


Os nove pontos de alto risco de inundação destacados pela prefeitura, ao lançar as medidas de prevenção em setembro: Avenida Vilarinho com Rua Doutor Álvaro Camargos, Avenida Heráclito Mourão de Miranda com Avenida Clóvis Salgado, Avenida Bernardo Vasconcelos com Avenida Cristiano Machado, Rua Pitangui com Avenida Silviano Brandão, Avenida Cristiano Machado, entre os bairros Primeiro de Maio e Suzana, com Avenida Sebastião de Brito, Avenida Tereza Cristina com Avenida Palestina, Avenida Silva Lobo com Avenida Barão Homem de Melo,  Avenida Francisco Sá com Rua Erê, e Avenida Prudente de Morais com Rua Joaquim Murtinho.     
Fonte: PBH

Grupo de ação reunido


Hoje, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, em esclarecimento sobre as medidas para a prevenção de enchentes na capital durante o período chuvoso, estarão presentes o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Josué Valadão, o presidente da BHTrans, Celio Bouzada, o superintendente de Limpeza Urbana, coronel Genedempsey Bicalho, o subsecretário de Proteção e Defesa Civil, Waldir Figueiredo, o secretário municipal de Segurança e Prevenção, Genilson Zeferino, e o comandante da Guarda Civil Municipal, Sérgio Prates, além de representantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.


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