Ao ser questionado sobre a relação da irmã com o namorado, seu primo de primeiro-grau, Werleis disse não ter convivido muito com os dois. “Ele mudou há muito tempo para Portugal. Não tínhamos mais contato”, disse. “Ele veio visitar a família e aí começou a se relacionar com a Camila. Na verdade, eles começaram a namorar muito recentemente. Neste dia 15, iria completar cinco meses”, declarou.
De acordo com o irmão da vítima, Camila chegou a apanhar do namorado em Portugal. “Ela contou para minha mãe, procurou a polícia, mas ficou com medo de ser deportada”, disse. “Ela queria ter uma vida lá, era difícil, tinha planos de levar a filha”, comentou. Werleis afirmou que, depois da agressão, Camila perdoou o companheiro e eles continuaram a viver juntos.
Werleis ainda disse que não teria conseguido trazer o corpo da irmã de Portugal se não fosse a comunidade brasileira que vive na cidade de Arruda dos Vinhos. “Brasileiro que vai para lá fica em comunidade, né. É mais fácil”, disse. "Ficamos sabendo tudo por eles, até a notícia que ela tinha sido encontrada morta." Ao ser questionado sobre a ajuda do governo, ele afirmou que foi inexistente. “Nem o governo de Portugal, nem a embaixada brasileira, nem a portuguesa - ninguém nos ajudou”, declarou.
A família chegou fazer uma vaquinha para acumular o valor de R$30 mil para o traslado do corpo. O valor total foi arrecadado nesta última quinta-feira.
Vítima de feminicídio, Camila era muito querida em sua cidade natal. Segundo Werleis, seus pais estão inconformados com a situação, porque, além de terem perdido a filha, eram parentes de quem a matou. “A reação dos meus pais foi de inconformismo. Eles não aceitam. Estão arrasados. Minha mãe está inconformada, ainda mais por ele ser um parente nosso”, disse.
Entenda o caso
No teceiro dia deste mês, o corpo de Camila da Silva Mendes foi encontrado dentro de uma mala, na cidade de Arruda dos Vinhos, Portugal. Segundo as investigações, o crime teria sido cometido por Robson Mandela, seu companheiro.
Robson foi preso na quinta-feira e espera julgamento. De acordo com o irmão da vítima, ele pode enfrentar 25 anos de prisão. “Pelo que sabemos, ele está preso, esperando o julgamento. Mas deve pegar a máxima, 25 anos”, finalizou.
*A estagiária está sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.