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Estado de Minas

'Discriminação social e perseguição': suspeito dá sua versão sobre denúncia de abusos em colégio

H.N.F, de 22 anos, deve prestar depoimento à polícia nos próximos dias. Ele afirma que vem sendo ameaçado nas redes sociais


postado em 08/10/2019 17:27 / atualizado em 08/10/2019 18:24

Polícia Civil já ouviu 18 pessoas no inquérito que investiga os casos(foto: Flávia Ayer/EM/D.A.Press)
Polícia Civil já ouviu 18 pessoas no inquérito que investiga os casos (foto: Flávia Ayer/EM/D.A.Press)

O jovem que foi denunciado por abuso sexual por familiares de estudantes do Colégio Magnum - Cidade Nova, no Bairro Nova Floresta, Região Nordeste de Belo Horizonte, deve prestar  depoimento à Polícia Civil nos próximos dias. Em conversa com o Estado de Minas, ele nega as acusações, diz que está vivendo um momento de extrema turbulência com “acusações injustas”. Além disso, afirma que vem sendo ameaçado nas redes sociais. Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas.

Ao menos dois casos de abuso estão sendo investigados. A segunda denúncia foi levada à polícia no domingo à noite e relatada durante reunião de pais, nessa segunda-feira de manhã, convocada em caráter de emergência. A nova suspeita envolve, assim como no primeiro caso, uma criança de 3 anos. Nos dois casos, Hudson Nunes de Freitas, de 22 anos, é apontado como suspeito.

O jovem afirma que está sendo acusado injustamente. “Estou passando por este momento difícil e delicado. Sendo acusado de uma coisa que não fiz. E quando isso acontece com pessoas como eu, de classe social baixa, por questão de cor e raça, gera comoção por parte da sociedade. Estou aqui para dizer que não tenho culpa nenhuma. Estou pronto para qualquer tipo de declaração sobre as investigações. Quero só que esta turbulência passe na minha vida”, contou.

Denúncias apontam que abusos teriam acontecido dentro de colégio(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A.Press)
Denúncias apontam que abusos teriam acontecido dentro de colégio (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A.Press)


Hudson afirma que durante o estágio que prestava no colégio era subordinado a um professor e não ficava sozinho com os alunos. “Na escola, era estagiário de educação física. Lá, fazia estágio remunerado. Minha relação com as crianças era no suporte que eu dava ao professor. Não tinha autonomia nenhuma para poder tirar qualquer criança da aula para poder levar ao banheiro, trocar de roupa ou levá-las para a sala de aula, ou de lá para o espaço onde ocorriam as aulas. Antes de fazerem qualquer julgamento, precisam analisar os fatos. Estou com a consciência tranquila." 

O jovem não trabalha na instituição de ensino desde a semana passada. Segundo ele, o comunicado do colégio era que ele seria desligado por motivos financeiros. Porém, não acredita na explicação e diz que as acusações feitas por familiares de estudantes podem ter contribuído para sua saída.

Advogados monitoram ameaças


Hudson deve prestar depoimento nos próximos dias. Ele seria ouvido nesta terça-feira, mas a presença dele na delegacia foi adiada por causa da oitiva de familiares de estudantes e funcionários do colégio. “Nós procuramos a Policia Civil. Fomos orientados a não ir hoje, mas foi remarcada uma nova data”, explicou o advogado Marciano Soares Andrade, que representa o jovem.

Desde que as acusações vieram à tona, Hudson diz que está sendo ameaçado nas redes sociais. Os perfis estão sendo monitorados pelos advogados. “Pessoas que fazem postagem com julgamentos antecipados podem responder por crime. A defesa está de olho nisso e medidas serão tomadas”, afirmou o advogado Fabiano Lopes. A defesa conta que pais de estudantes do colégio também criaram um grupo para apoiá-lo.

Câmeras de segurança


Os advogados acreditam na inocência de Hudson. “Em primeiro lugar, a escola é extremamente monitorada. Existem estagiárias pedagogas que são responsáveis por levar as crianças aos banheiros, para troca de roupa e conduzir até a sala de aula. Hudson é estagiário de educação física. Ele é totalmente submisso às ordens de um professor. Não tem prerrogativa de tomar qualquer tipo de decisão nas aulas”, comentou Lopes.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para investigar o caso. “Os trabalhos estão sendo realizados com todo rigor e eficácia para que os fatos sejam esclarecidos o mais breve possível. Familiares das crianças estiveram na delegacia e receberam toda orientação necessária. A PC já recolheu as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento e ouviu os representantes da escola”, afirmou. Já foram ouvidas 18 pessoas pela equipe responsável pelo caso.

Posicionamento do Magnum


Por meio de nota, divulgada nesta terça-feira, a escola afirmou que prestou “os esclarecimentos necessários à Polícia Civil e aguarda a conclusão das investigações, cujo inquérito tramita sob sigilo”. Em relação ao afastamento de Hudson, informou que “a rescisão do contrato de estágio visou preservar a integridade de todos os envolvidos e a transparência da apuração do caso”.


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