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Estado de Minas

Altar da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem é revelado após reforma

Durante seis meses, tecido com foto do altar-mor e dos vitrais encobriu a área onde trabalhavam os restauradores


postado em 04/08/2019 19:05

Restauração foi apresentada durante missa com o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Restauração foi apresentada durante missa com o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Nos olhos e expressões de fiéis e até de religiosos a surpresa de ver a originalidade resgatada do altar da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem após o restauro. Altar e vitrais do templo no Centro de Belo Horizonte foram revelados neste domingo (4), durante missa com a presença do arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. "O que os fiéis viram, a surpresa deles, foi a minha também. Este é um lugar de adoração perpétua e essa origem ser resgatada é como um resgate da originalidade da nossa fé eterna", afirmou dom Walmor.

Durante seis meses, o tecido encobriu o altar-mor e todo o presbitério (espaço de onde o padre conduz a celebração eucarística), enquanto os trabalhos de restauro eram feitos. E além da curiosidade para admirar as obras de arte sacra ainda mais belas, os fiéis puderam expressar sua gratidão pela expressão de sua fé, numa missa celebrada pelo arcebispo. “O Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem é pérola no coração de Belo Horizonte, marco zero da capital mineira”, considera o arcebispo, lembrando que a igreja está no local onde sempre estiveram templos e ao redor dos quais surgiram as povoações que antecederam a capital mineira, desde o século 17.

Durante seis meses, uma foto encobriu o altar-mor e todo o presbitério, enquanto os trabalhos de restauro eram feitos(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/1/19)
Durante seis meses, uma foto encobriu o altar-mor e todo o presbitério, enquanto os trabalhos de restauro eram feitos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/1/19)

As próximas etapas da restauração ainda dependem de captação de recursos e doações. “Sobretudo para a parte externa, que é muito rica em detalhes e ampla”, comentou dom Walmor. No templo, a Eucaristia é adorada de forma perpétua, aberto dia e noite, ininterruptamente. Os restauros contemplaram a composição do altar, as cores das paredes, os relevos decorativos, as pinturas artísticas e vitrais. Durante a missa, as cortinas que estão diante do presbitério foram abertas, revelando o trabalho de restauro do santuário, que ocorre por etapas.

O telhado, um dos pontos mais sensíveis e o acervo, já estão concluídos. Duas capelas laterais, que ficam no interior do templo, também foram restauradas. Nesses trabalhos, a equipe técnica descobriu as cores originais das paredes, barrados e relevos decorativos do Santuário. A imagem da Padroeira de Belo Horizonte, Nossa Senhora da Boa Viagem, do século 18, também foi restaurada.

Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja da Boa Viagem foi chamada de catedral provisória(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/1/19)
Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja da Boa Viagem foi chamada de catedral provisória (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 8/1/19)

A restauração ocorreu num esforço dos religiosos sacramentinos, de fiéis e amigos do santuário. Os serviços foram custeados a partir de doações de pessoas físicas e jurídicas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, assim como doações espontâneas de paroquianos e amigos do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem e eventos organizados pela comunidade paroquial.

Inaugurada em 1922 como monumento ao centenário da independência do Brasil, a Igreja Boa Viagem foi chamada de catedral provisória. A história da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital. Uma história de 300 anos. Em 1709, o português Francisco Homem del-Rey conseguiu autorização da Coroa Portuguesa, por meio de cartas de sesmarias, e se estabeleceu na região onde hoje se encontra Belo Horizonte.

Aspecto da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, no Centro de Belo Horizonte, nos anos 1910(foto: Arquivo EM)
Aspecto da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, no Centro de Belo Horizonte, nos anos 1910 (foto: Arquivo EM)

Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atlântico. Para homenageá-la e proteger a imagem, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela região transportando riquezas do interior do país, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida também como a padroeira dos viajantes.

Com o passar dos anos e a enorme devoção dos fiéis, a capela ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi erguida uma igreja maior. Mas, com a construção da capital, foi necessário construir um novo templo – o atual Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem. Em 1932, o título de padroeira da capital mineira foi oficializado pelo papa Pio XII, a pedido do cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota.


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