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Copa América reforça alerta para o risco do sarampo

Cobertura vacinal baixa em Minas e chegada de turistas para a competição preocupam autoridades. Belo Horizonte já registra caso com contágio provável na própria cidade, o primeiro desde 1997


postado em 11/06/2019 06:00 / atualizado em 11/06/2019 08:15

Em Minas Gerais, apenas 41,43% da população de 1 a 29 anos tomou a segunda dose contra o sarampo (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em Minas Gerais, apenas 41,43% da população de 1 a 29 anos tomou a segunda dose contra o sarampo (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


O sarampo voltou a circular em diferentes partes do mundo e tem provocado surtos em países como os Estados Unidos, onde centenas de pessoas foram infectadas este ano. Em Minas Gerais, quatro casos foram registrados, sendo um autóctone – quando a transmissão ocorre dentro do território –, o primeiro há 20 anos. O risco de a doença, que é altamente contagiosa, se disseminar pelo estado é grande. Isso se deve ao grande número de pessoas que ainda não receberam a vacina tríplice viral. A estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é de que 5,5 milhões de moradores de todos os municípios mineiros não receberam a segunda dose, enquanto que outros 3,9 milhões não tomaram sequer a primeira dose. Na capital, a cobertura em 2019 está em 76,2% na segunda vacina, e 95,2% na primeira. O início da Copa América nesta semana aumenta a preocupação das autoridades com relação ao sarampo, devido à maior presença de turistas de outros países circulando pelas cidades que vão sediar jogos, entre elas Belo Horizonte, que receberá cinco jogos da competição.


A proteção mais eficaz contra o sarampo é justamente a vacinação. São necessárias duas doses da vacina tríplice viral, que também protege contra a rubéola e a caxumba, para pessoas entre 1 a 29 anos de idade. Para os moradores acima de 29 anos, uma dose é suficiente. Em BH, a cobertura na primeira dose está dentro da meta, mas o retorno para o reforço preocupa. “Temos uma boa adesão na primeira dose e, às vezes, as mães atrasam a segunda dose. Neste intervalo, a criança não fica totalmente coberta contra a doença”, explica Lúcia Paixão, diretora de Promoção à saúde e vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).


"Às vezes, os pais atrasam a segunda dose. A criança não fica, nesse intervalo, totalmente coberta contra a doença"

Lúcia Paixão, diretora de promoção à saúde e vigilância epidemiológica de BH


Essa situação perigosa teve um caso confirmado na semana passada. Uma criança de 1 ano, moradora de BH, teve diagnóstico positivo para o sarampo. A paciente tinha recebido a primeira dose da vacina em novembro de 2018, mas não chegou a tomar a segunda, que deveria ser aplicada três meses depois. De acordo com a prefeitura, as investigações epidemiológicas apontam a cidade, onde nenhum caso autóctone ocorria desde 1997, como o local mais provável de contágio. “Foi identificado o vírus selvagem que circulou em Minas vindo da Europa, provavelmente por um italiano, residente em Betim, que foi confirmado com sarampo no início deste ano. Como ele circulava pela região metropolitana, há essa possibilidade”, diz Lúcia Paixão.


Em Minas, a cobertura vacinal está abaixo da necessária. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) mostram que na primeira dose, apenas 74% do grupo alvo recebeu a vacina. Já no reforço a situação é ainda mais crítica. Apenas 41% procuraram os postos de saúde de toda Minas para receber a segunda dose. A baixa procura faz o vírus circular e coloca em risco, principalmente, as crianças abaixo de um ano, que não recebem as doses das vacinas.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


COMPLICAÇÕES A doença pode provocar lesões graves e levar o paciente à morte. “O sarampo pode associar-se a outras complicações clínicas em alguns doentes podendo causar a morte, principalmente em crianças menores de 5 anos ou em adultos com mais de 30 anos com má nutrição e/ou com deficiência de vitamina A ou cujo sistema imunológico esteja enfraquecido pelo HIV/Aids ou outras doenças. As complicações mais graves da doença incluem cegueira, encefalite, diarreia grave, infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia”, alerta a SES. Com a epidemia de dengue em Minas, a atenção tem que ser ainda maior dos profissionais de saúde, pois os sintomas das doenças são parecidos. Se não identificado rapidamente, pode provocar uma subnotificação e coloca em risco outras pessoas que tiveram contato com o paciente.


Os casos de sarampo no Brasil também aumentam a cada dia. Balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde mostra que 123 pessoas já foram infectadas em sete estados neste ano. Sendo 51 em São Paulo, 53 no Pará, sete no Rio de Janeiro, quatro em Minas e no Amazonas, três em Santa Catarina, e uma em Roraima. “No momento, três estados estão com surto ativo do sarampo: São Paulo, Rio de Janeiro e Pará”, segundo relatório do ministério. Em 2018, o Brasil enfrentou a reintrodução do vírus da doença, com a ocorrência de surtos em 11 estados. No total, foram 10.326 casos confirmados.


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