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Em meio ao debate sobre porte, BH tem 10 armas irregulares apreendidas ao dia

Nos três primeiros meses do ano, foram 962 apreensões ou recuperações. Produção artesanal chama a atenção


postado em 15/05/2019 06:00 / atualizado em 15/05/2019 07:08

Média de recolhimentos de janeiro a março foi superada ontem em BH. Apenas em uma ação, foram encontradas sete submetralhadoras de fabricação caseira(foto: Polícia Militar/Divulgação)
Média de recolhimentos de janeiro a março foi superada ontem em BH. Apenas em uma ação, foram encontradas sete submetralhadoras de fabricação caseira (foto: Polícia Militar/Divulgação)

Em meio à discussão sobre a flexibilização da posse e do porte de armamento no país, o número de armas de fogo apreendidas e recuperadas pela Polícia Militar vem experimentando uma escalada em Belo Horizonte. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-MG), apenas na capital mineira foram apreendidas 962 armas em situação irregular, somente de janeiro a março deste ano.

Os dados apontam que houve um aumento de 31% dos recolhimentos em relação ao mesmo período de 2018 (veja gráficos). Analisando a média de armamentos irregulares recolhidos nos primeiros três meses dos cinco anos anteriores, 677 entre 2014 e 2018, o resultado em 2019 é ainda mais expressivo: 285 armas a mais, ou acréscimo de 42%.


Os dados revelam que, em média, são mais de 10 armas apreendidas por dia na capital em três meses deste ano, número que foi inclusive superado ontem em operações da Polícia Militar. Em quatro ações, foram recolhidos 11 armamentos, a maior parte deles em incursão no Morro das Pedras, aglomerado entre as avenidas Barão Homem de Melo e Raja Gabaglia, na Região Oeste de Belo Horizonte, onde foram encontradas sete submetralhadoras de fabricação caseira. A ocorrência chama a atenção para outro tipo de apreensão que vem subindo na cidade: a de equipamentos produzidos artesanalmente, que cresceu quase 40% de janeiro a março deste ano em BH.


A ação policial em que foram apreendidas as submetralhadoras ocorreu na madrugada de ontem, e também resultou no recolhimento de 35 cápsulas, quatro radiocomunicadores, um carregador e duas toucas ninja. Segundo a Polícia Militar, o alvo foi um local considerado zona quente de criminalidade dentro do morro, e a operação ocorreu com o objetivo de prevenir crimes violentos, como homicídios.


Segundo o tenente Gilson dos Santos Júnior, que comandava o turno de serviço pelo 22º Batalhão, um trio de militares do Grupamento Especializado em Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) avistou um homem em atitude suspeita no Beco Fernandes. Ao perceber a chegada dos militares, ele correu e logo depois os policiais avistaram um segundo homem, que pulava do teto de um imóvel. Os dois conseguiram escapar, mas a fuga chamou a atenção dos PMs, que começaram a vasculhar as imediações. Uma bolsa foi encontrada em cima de uma laje, com todos os materiais recolhidos.


As demais apreensões de ontem na capital ocorreram em três outras operações. No Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul, foram recolhidas uma pistola Glock e munição, além de drogas e dinheiro. No Jardim Leblon, em Venda Nova, PMs recolheram uma submetralhadora artesanal 9 milímetros e uma pistola 635, e também drogas e munição. No Bairro Primeiro de Maio, Região Norte, a apreensão foi de um revólver e porções de cocaína e maconha.


Levando em conta a média das apreensões em Belo Horizonte nos três primeiros meses do ano, caso as forças de segurança mantenham o ritmo de recolhimento de armamento na capital a projeção é de que sejam retiradas de circulação, até o fim  do ano, 3.901 armas irregulares. Desde 2014, o maior índice de apreensões ocorreu no ano passado, quando foram recolhidas 2.893 armas, cerca de 26% a menos do que o projetado para este ano.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


NO ESTADO Os dados também são expressivos quando se leva em consideração a situação em Minas Gerais. Até março, já haviam sido recolhidas no estado 6.242 armas de fogo em situação irregular. Dessas, 926 eram de fabricação artesanal.


A média registrada nos três primeiros meses de 2014 a 2018 é de 6.048 armas em Minas, 194 a menos do que o verificado neste ano. Calcula-se que, ao todo, foram apreendidas quase 70 armas de fogo por dia no estado durante os três primeiros meses de 2019. A média total dos anos anteriores, também nesse período, é de 67 armas.


Caso a média de apreensões registrada em três meses se mantenha até o fim do ano, Minas apreenderia, ao todo, mais de 25 mil armas de fogo em 2019, número que excederia os índices de cada um dos cinco anos anteriores, de 2014 a 2018. No intervalo, o maior número consolidado foi em 2017, quando as polícias apreenderam ou recuperaram 23.544 armas.


A Polícia Militar considera que a retirada de armas irregulares de circulação é importante para prevenção e repressão de inúmeros crimes, principalmente o de homicídio, que, segundo a corporação, registra em Belo Horizonte queda de 18,1% no primeiro quadrimestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2018. O resultado, sustenta a PM, é produto de várias estratégias, incluindo o aprimoramento da análise criminal, o monitoramento de criminosos, o uso de tecnologias para potencializar o trabalho policial e o acompanhamento de índices, via gestão de desempenho operacional.

FLEXIBILIZAÇÃO O aumento em apreensões de armas coincide com o momento em que a sociedade discute a flexibilização na posse e no porte de armamento no país. Na semana passada, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), assinou decreto que libera o direito a andar armado para várias categorias.


O texto autoriza o porte de armas para políticos, advogados que trabalham para órgãos públicos, motoristas de veículos de carga, proprietários rurais, jornalistas que cobrem assuntos policiais, conselheiros tutelares, agentes socioeducativos, entre outros profissionais. Inicialmente, a liberação foi divulgada apenas para colecionadores, atiradores esportivos e caçadores.


Além disso, o decreto tirou o poder da Polícia Federal de analisar o pedido de porte de arma de fogo. Antes da assinatura do documento, era necessário apresentar justificativa para obter o direito. Agora, a declaração de necessidade não pode ser mais contestada.

* Estagiário sob supervisão do editor Roney Garcia

Combate ao tráfico

Por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Militar, o Ministério Público de Minas Gerais desencadeou a 2ª fase da Operação Proditor, em combate ao tráfico de armas de fogo e munições. As autoridades cumpriram ontem cinco mandados de prisão preventiva nas cidades de Passos e São Sebastião do Paraíso, ambas na Região Sul do estado. Dois policiais militares, um advogado e dois civis foram detidos. O Gaeco e a PM chegaram ao grupo graças à 1ª fase da força-tarefa, que apreendeu 23 armas de fogo e 1.279 munições em outubro. Doze pessoas foram presas naquela ocasião.


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