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Estado de Minas

Casos de caxumba aumentam 304% em Minas entre 2015 e 2018

O aumento é um fenômeno mundial. Infectologistas lembram que a doença pode acometer pessoas que já foram vacinadas, depois de 13 anos protegidas


postado em 24/04/2019 11:45 / atualizado em 24/04/2019 12:03

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA PRESS)
(foto: Edésio Ferreira/EM/DA PRESS)

 

Nos três primeiros meses de 2019, foram registrados 813 casos de caxumba em Minas Gerais. De 2015 a 2018, foi verificado aumento de 304% no número de casos, que passaram de 1.371 para 4.166. A situação em Minas acompanha fenômeno que ocorre em todo mundo, de acordo com o professor da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana, o infectologista José Geraldo Ribeiro. “Para surpresa de muitos, estamos vendo o aumento dos casos”, afirma. 

O aumento indica que o tempo de proteção da vacina não é vitalício, durando em torno de 13 anos. “Descobrimos que a vacina protege temporariamente”, completa o especialista. A caxumba é uma das doenças combatidas pela tríplice viral, vacina que ainda protege contra o sarampo e a rubéola. No calendário vacinal brasileiro, as duas doses devem ser ministradas na criança até o segundo ano de vida. 
 
No entanto, o especialista alerta que não há motivos para preocupação. Segundo ele, os casos de caxumba em pessoas que já haviam recebido as duas doses da tríplice viral são atenuados. “É uma caxumba leve. Bem diferente da forma como a doença se manifesta em quem não foi vacinado”, afirma. Em pessoas não vacinadas, as complicações da caxumba podem levar a meningoencefalite. “A complicação não ocorre nesses casos que estamos tendo”, diz. Segundo ele, nenhum país no mundo adotou como medida ministrar a terceira dose da tríplice viral. 

O Ministério da Saúde recomenda as duas doses da tríplice viral até o segundo ano de vida da criança. As duas doses devem ser tomadas até os 29 anos. De 29 a 49 anos, a pessoa deve receber dose única. Acima dos 49 anos, a vacina não é recomendada. “A pessoa pode até receber a terceira dose, mas, em cinco ou seis anos, os níveis de anticorpos retornam ao anterior à vacina. Não é aconselhado que as pessoas se vacinem reincidentemente”, esclarece. 

Em casos de surtos, que costumam ocorrer em escolas infantis, a orientação do especialista é para que haja verificação da cobertura vacinal dos alunos. “Se não tiverem tomado a segunda dose, é importante orientar os pais para que possam completar o esquema vacinal”, diz. No entanto, o especialista alerta que não é indicado que as pessoas, que já receberam as duas doses, busquem a terceira dose.  Ele lembra que há escassez da vacina no mundo e, por isso, é importante priorizar a aplicação no combate à epidemia de sarampo, doença mais grave. “A caxumba é uma doença benigna que não tem complicações”, afirma. 

Casos de caxumba jan/2015 a abr/2019 em Minas Gerais

2015
1.371

2016
3.025

2017
3.717

2018
4.166

2019
813

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde


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