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Estado de Minas

Itabira e a mineradora Vale cresceram juntas

A mineradora e a própria extração do minério de ferro nasceram no município, que alimenta o negócio da Vale há 62 anos


postado em 22/03/2019 06:00 / atualizado em 22/03/2019 07:40

Mineração em Itabira(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 17/10/2012)
Mineração em Itabira (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 17/10/2012)


O destino da “cidade do ferro”, como Itabira era chamada nos tempos dos pioneiros da indústria da mineração em Minas Gerais, esteve historicamente ligado à mineradora Vale, e tão cedo não deve se dissociar dos rumos da companhia, apesar do desgaste gerado principalmente pelos últimos acontecimentos. A mineradora e a própria extração do minério de ferro nasceram no município, que alimenta o negócio da Vale há 62 anos, com participação ainda hoje essencial na produção e nas exportações da matéria-prima. A empresa confirmou em seu relatório parcial de atividades de 2018 que só prevê dentro de 10 anos (em 2028) a exaustão das minas em operação na terra do poeta Carlos Drummond de Andrade.

O valor histórico e monetário das reservas de ferro de Itabira se confunde com a expressão do estado como produtor e exportador de ferro. O complexo minerador da Vale na cidade compreende duas minas (Conceição e Mina do Meio), a área da extinta Mina do Cauê – onde ficam as barragens de rejeitos interditadas pela Justiça –, e três usinas de processamento do minério. As unidades em operação foram responsáveis por quase 40% da produção mineira da Vale e cerca de 11% de todo o ferro explorado pela empresa no Brasil.

Itabira ocupa a segunda posição no ranking das maiores minas do país, só perdendo para Serra Norte em Carajás, no Pará. O desempenho da cidade ajuda Minas Gerais a assegurar 46% do valor da produção mineral brasileira, estimada ao redor de R$ 72 bilhões. O estado responderia, assim, por algo em torno de R$ 33,6 bilhões da cifra total, com base em estatísticas do Ministério de Minas e Energia.

De janeiro a setembro de 2018, resultado mais recente divulgado pela Vale, foram retiradas do complexo de Itabira 30,465 milhões de toneladas de minério de ferro, volume 10,8% superior ao registrado no mesmo período de 2017. O minério atualmente explorado pela mineradora no município é o do tipo itabiritos, com teor de ferro que varia de 35% a 60%, e que passa por instalações preparadas para elevar sua qualidade e sua atratividade no mercado internacional. As unidades da companhia no município receberam obras de modernização e expansão nos últimos anos.

Com o porte das atividades da Vale, Itabira também cresceu dependente da empresa, que tem impacto sobre algo em torno de 60% da arrecadação do município, influenciando uma cadeia de negócios e compras locais formada por fornecedores de insumos e prestadores de serviços. A companhia tem reservas provadas e prováveis na cidade de mais de 900 milhões de toneladas.

As minas de Itabira começaram a ser exploradas pela Vale em 1957, mas o histórico da companhia começou bem antes disso, na corrida pelo brilho acinzentado intenso do Pico do Cauê, símbolo derrubado pela extração de ferro. A companhia foi criada em 1942, como sucessora da então Itabira Iron Ore Co., empresa que pertenceu ao visionário americano Percival Farquhar. Ele chegou ao Brasil com sua experiência na construção de ferrovias e a fome dos empreendedores da época, tendo conquistado a primeira autorização para explorar ferro na região do Pico do Cauê, mas acabou vendendo o negócio, em meio a disputas e pressões políticas dos governos brasileiros.


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