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Estado de Minas

Bloqueio em estradas deixa 40% da população rural ilhada em Brumadinho

Três estradas estão bloqueadas. Com a ajuda de voluntários, máquinas pesadas e cães, Corpo de Bombeiros localiza oito corpos e total de mortos sobe para 142


postado em 06/02/2019 06:00 / atualizado em 06/02/2019 08:44

Risco de desabamento provoca bloqueio até de veículos em serviço em estrada: muro de contenção deverá ser construído até sábado(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Risco de desabamento provoca bloqueio até de veículos em serviço em estrada: muro de contenção deverá ser construído até sábado (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

 

Brumadinho – Mais oito corpos foram localizados ontem durante as buscas comandadas pelo Corpo de Bombeiros nas áreas invadidas pela lama que vazou da barragem da Vale que se rompeu em Córrego do Feijão, distrito de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e transportados por helicópteros para o centro de operações montado na localidade. De acordo com dados da Defesa Civil, 142 mortos foram encontrados, dos quais 122 identificados pela Polícia Civil por meio do Instituto Médico-Legal (IML). No total, 194 pessoas permanecem desaparecidas.

As buscas ao longo do dia se concentraram em 22 pontos e contaram com o trabalho de 375 bombeiros e 37 voluntários, apoiados por 22 máquinas pesadas. Cães também auxiliaram nas ações. Do total de efetivo, 64 pessoas são militares da Força Nacional, empenhados nas buscas na Pousada Nova Estância, que foi destruída pelo mar de lama. Também atuam no local do desastre bombeiros de Minas Gerais e de outros estados.

Uma das equipes esteve focada em acessar um carro no Rio Paraopeba, com o uso de ferramentas hidráulicas de corte de ferragens. Máquinas anfíbias também trabalhavam, devido à presença de lama fofa no terreno devastado pela passagem da onda de rejeitos. A suspeita do Corpo de Bombeiros é de que o veículo encontrado tenha sido arrastado pelos rejeitos da barragem da Vale. Localizado por militares que percorriam o rio em barcos, o veículo estava com as rodas para o alto, um Uno vermelho. As buscas foram suspensas sem que nenhum corpo tenha sido encontrado e serão retomadas hoje, de acordo com a corporação.

Ainda ontem, o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo Barcelos, informou que um muro de contenção com pedras será construído nos pontos onde a estrada que liga a sede da cidade a seus principais distritos e também a Belo Horizonte, via BR-040, foi tomada pela lama. De acordo o chefe do Executivo municipal, a ideia é barrar a lama que continua caindo na estrada 12 dias após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. A expectativa é que a via seja liberada até sábado.

Na manhã de ontem, um dos trechos da via chegou a ser liberado para veículos autorizados, ambulâncias e viaturas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, mas logo depois foi bloqueado novamente. O motivo, segundo militares, era o risco de desabamento na via. “Não dá para passar mais nada. Corre o risco de ceder”, disse um dos policiais que estava no ponto de bloqueio. Ainda de acordo com os militares, a limpeza da via estava adiantada, mas a chuva da madrugada de segunda-feira voltou a arrastar lama para os pontos, o que causou a interdição e preocupação de técnicos do Departamento de Estradas e Rodagens de Minas Gerais (DEER-MG).

Bombeiros usaram ferramentas hidráulicas para tentar acessar o interior de um Uno encontrado com as rodas para cima no leito do Rio Paraopeba
Bombeiros usaram ferramentas hidráulicas para tentar acessar o interior de um Uno encontrado com as rodas para cima no leito do Rio Paraopeba


ILHADOS De acordo com a prefeitura, três estradas de Brumadinho ainda estão bloqueadas, deixando mais de 40% da população da zona rural ilhada. “Não tem como passar nada. Está prejudicando muita gente, por exemplo, era para começar o transporte escolar nesta segunda, mas tivemos que adiar, porque a gente tira lama que está lá e cai outra”, afirmou. Com o bloqueio, o deslocamento, que normalmente levaria 15 quilômetros até um dos distritos, por exemplo, acaba se transformando em viagens de 70, 90 quilômetros de distância.

Na tarde ontem, técnicos do DEER, engenheiros da Vale, empresa responsável pela barragem da Mina do Córrego do Feijão e da Prefeitura de Brumadinho se reuniram para discutir e  buscar soluções para o problema. Segundo Avimar, a Vale se comprometeu a construir barreiras de contenção nos trechos onde há risco de a lama tomar novamente a estrada. “As obras começaram hoje (ontem) e até sábado a gente acredita que as vias estejam liberadas”, afirmou.

Por meio de nota, o DEER informou que desde o dia do desastre está no local “orientando e estudando a melhor maneira de desobstruir a via”. Ainda segundo texto, o órgão fez um levantamento topográfico desse ponto, onde a lama interditou a rodovia, e entregou ontem à Vale. “Uma equipe da fiscalização do DEER/MG continua na região auxiliando na orientação do tráfego e um agente do departamento está, diariamente, no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) apoiando o monitoramento das ações, junto com os outros órgãos”, finalizou a nota. Procurada a Vale disse que não comentaria o problema da estrada.


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