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Estado de Minas

Assistente social luta para aliviar dor psicológica da população de Brumadinho

Há mais de 30 anos no serviço de assistência básica, nascida em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, Rose é muito conhecida na região porque trabalhou na área rural. Desde o dia do colapso da barragem, atua sozinha e sem descanso


postado em 30/01/2019 08:07 / atualizado em 30/01/2019 10:04

Ver galeria . 26 Fotos  Tragédia de Brumadinho - Rompimento de rejeitos da Barragem 1 da Mina Feijão (Córrego Feijão)Gladyston Rodrigues/EM/D.A press
Tragédia de Brumadinho - Rompimento de rejeitos da Barragem 1 da Mina Feijão (Córrego Feijão) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A press )


Quase sem esperança de atender a sobreviventes do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), a assistente social Rosileide Almeida, a Rose da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de 49 anos, deu outro foco a seu trabalho: as condições emocionais da população. "A saúde psicológica das famílias de Brumadinho está cada vez pior. A gente não cansa (do trabalho) quando é algo que a gente vê necessidade", diz. Ela relata que perdeu dez pessoas próximas e quase 50 conhecidas.

Há mais de 30 anos no serviço de assistência básica, nascida em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, Rose é muito conhecida na região porque trabalhou na área rural. Desde o dia do colapso da barragem, atua sozinha e sem descanso. Sua única colega de profissão na UPA perdeu o marido - e agora cuida da própria dor. "Estou sentindo na própria pele quando ouço uma mãe me sacudir e dizer: 'Rose, traga pelo menos uma mão do meu filho porque eu quero um pedaço dele que a mineração comeu'. Isso é uma dor indescritível, e conheço a maioria dessas pessoas."

Moradores prestam homenagem às vítimas no letreiro da entrada da cidade(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Moradores prestam homenagem às vítimas no letreiro da entrada da cidade (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Rose conta que, na noite do acidente, mais de 30 famílias passaram pela UPA "em desespero". Ela teve notícias a dar para apenas oito delas. "A maioria (dos atingidos salvos com vida) não veio para a gente com trauma. São vítimas com dificuldade de resgate, que são atendidas pelos bombeiros e encaminhadas diretamente para hospitais de maior complexidade", conta. Segundo Rosa, as vítimas indiretas da tragédia é que continuam chegando. "A gente atende as famílias, na agonia de não achar as pessoas em nenhum hospital, e muitos que perderam um parente próximo e não suportam a dor." 


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