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Estado de Minas

BH tem média de quatro furtos e roubos de celular a cada hora

Em época de festejos e grandes aglomerações, a ordem é evitar deixar os aparelhos à mostra e não ter dor de cabeça


postado em 30/12/2018 06:00 / atualizado em 30/12/2018 07:37

A distração durante o uso dos telefones, cena comum nas ruas da capital mineira, facilita os furtos, que tiveram alta de 23,9% na cidade(foto: Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
A distração durante o uso dos telefones, cena comum nas ruas da capital mineira, facilita os furtos, que tiveram alta de 23,9% na cidade (foto: Fotos: Marcos Vieira/EM/D.A Press )

 

Ano-Novo. Festas em clubes, na rua, boates e bares. E o ritmo continua nas férias. Hora de curtir, mas sem virar alvo de criminosos. Atenção é a norma para evitar furtos e roubos de celulares, especialmente em locais com grandes aglomerações, onde esses crimes são recorrentes. Quanto menos à vista ficar o aparelho, menor o risco.

E não é só durante os eventos. Os ladrões estão a postos em pontos e dentro dos ônibus, rodoviárias, aeroportos, onde quer que haja gente, principalmente distraída.

Mesmo com a soma das duas modalidades de ocorrências – com e sem uso de violência – apresentando queda de 10,3% entre janeiro e outubro deste ano na comparação com igual período de 2017, a capital mineira registrou, em média, quatro ataques por hora para levar os aparelhos das vítimas.

Destaque para os furtos – quando o bem é surrupiado sem ameaça ao dono, muitas vezes até sem que ele perceba –, que cresceram 23,9% em 2018. 


Os prejuízos sofridos com a perda dos celulares já fizeram com que moradores mudassem o estilo de vida. Funcionária de uma academia de Belo Horizonte, Fernanda Naiara Araújo Martins, de 24 anos, não esquece nem do susto nem das perdas que sofreu neste ano ao ser vítima de criminosos. Ela estava no ônibus da linha 8208 (Santa Cruz/UNI/Estoril) quando foi surpreendida pelos ladrões.

“Foi muito rápido. Era de dia, em horário de pico. O ônibus passava pela Praça Sete quando uma mulher e dois homens entraram e anunciaram o assalto. Armados, saíram pegando as bolsas e celulares de todos”, contou. Segundo a jovem, o assalto fez com que ela mudasse seus hábitos.

“Quando acontece, você fica com medo de tudo. Como se toda hora você fosse ser assaltado. Agora eu já me resguardo. Fico mais atenta. Passei a guardar o aparelho de uma forma que o ladrão não vai perceber. Também só deixo o celular no silencioso”, contou. 

Assalto


Também o engenheiro Bruno Armanelli evita o uso do aparelho em público depois de ter sido vítima do ato ilícito. “Fui assaltado há quase dois anos no Coração Eucarístico (Noroeste). Na região que eu frequentava, diminui o uso do telefone celular, porque não me sinto seguro para andar com ele à mostra”, contou. 

Bruno evitar usar o aparelho na rua (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Bruno evitar usar o aparelho na rua (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Alvo dos bandidos por quatro vezes, Nadjara Martins lamenta a recorrência dos casos. “Levaram meu celular uma vez em Venda Nova, duas no Centro e uma no São Gabriel. Em nenhuma delas sofri violência física”.

Ainda assim, ela confessa que não mudou seus hábitos depois de ter sido alvo dos crimes. Vítima como Bruno e Nadjara, Thaís Paranhos foi alvo de um arrastão em um ônibus da linha 2760 (Granjas/Vista Alegre via Linda Vista/Belo Horizonte) há dois anos.

 “Foram três pessoas: uma que roubou o motorista, um que atacou os passageiros e outro que puxava as bolsas pela janela. Eu tinha coisas de valor pessoal na minha bolsa, por isso preferi dar meu celular”, conta Thaís. A insegurança fez com que ela evitasse levar o item pessoal para locais com grande aglomeração de pessoas.

Thaís Paranhosm roubada em ônibus (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Thaís Paranhosm roubada em ônibus (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
“No Carnaval, por exemplo, nem levo meu celular, por mais que eu queira tirar fotos. É triste saber que vão roubar um aparelho de R$ 2 mil e vender no Centro por R$ 50. Não é justo e a cada dia que passa a gente fica mais ameaçada”, disse.

As estatísticas dos crimes mostram que essas vítimas não estão sozinhas. Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) apontam que, de janeiro a outubro, foram registrados 13.219 roubos de celulares em Belo Horizonte, média de 43,4 por dia.

 Em comparação com o mesmo período de 2017, este tipo de crime teve diminuição de 32,3%. No ano passado, foram 19.534 ocorrências, média de 64,2 registros diários. Já os furtos tiveram aumento na capital mineira. Nos 10 primeiros meses, foram registrados 15.493 crimes dessa natureza, média de 50,9 por dia. Houve alta de 23,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

 Em 2017, foram 12.495 ocorrências, uma média de 41,1 denúncias diárias. No transporte público, fica claro o impacto do descuido das próprias vítimas nas estatísticas do crime. Com a utilização cada vez maior dos cartões para o pagamento de passagem, a rotatividade de dinheiro nos veículos diminuiu e, com ela, os roubos. Com isso, os criminosos elegeram os celulares como alvo.

De janeiro a outubro, segundo a Sesp, foram 1.119 roubos dentro dos ônibus e do metrô na capital mineira. O valor está abaixo dos 1.731 registros do ano passado. Em contrapartida, os furtos aumentaram. Em 2018, foram 2.098 ocorrências, e em 2017, 1.943.

Cuidados  

O tenente Washington Amaral,  comandante do Setor Terminal Rodoviário do 1º Batalhão da Polícia Militar (PM), ressalta que os criminosos normalmente se aproveitam da distração das pessoas para cometer os crimes. “O furto ocorre principalmente com o descuido da vítima em relação ao seu bem.

 Seja dentro do carro, seja na rua ou no ônibus. Se a pessoa não ficar atenta, é uma provável vítima. Em Belo Horizonte, por exemplo, o furto de celular ocorre em locais com grande aglomerações de pessoas”, afirmou. 

Em algumas situações específicas, o cuidado deve ser redobrado, alerta. “Dentro do carro, quando ele para no semáforo ou nos ônibus é aconselhável evitar de falar ao celular próximo as janelas, pois os criminosos pulam e pegam o aparelho. Em locais com grandes aglomerações, como shows e festas, é preciso evitar de fazer o uso contínuo do celular de modo que se demonstre estar com o aparelho. Se for colocar no bolso da calça, guarde na frente. Se for guardar na mochila, fique atento à bolsa”, lista. 

Receptadores 

A facilidade de encontrar receptadores faz com que os celulares sejam um dos produtos prediletos pelos ladrões.

“Tendo em vista a potencialidade na vida do homem moderno, os celulares viraram uma grande e importante moeda de troca. As peças são utilizadas na montagem de outros celulares, ou até mesmo o aparelho roubado por ser usado por outra pessoa. Por isso, é importante que as pessoas não comprem aparelhos sem nota fiscal e que só utilizem lojas credenciadas para fazer manutenções”, finalizou o tenente. 

Bloqueio dos aparelhos 

Uma forma de impedir o uso do aparelho roubado é por meio da Central de Bloqueio de Celulares (Cbloc), criada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp).  Pelo site da Sesp, a Cbloc (https://cbloc.seguranca.mg.gov.br/) bloqueia equipamentos cujo registro da ocorrência tenha sido feito até 48 horas antes.

O bloqueio no site pode ser feito por duas opções: com o número do telefone utilizado pelo usuário, a partir da vinculação com uma operadora e o fornecimento de informações pessoais; ou a partir da Identificação Internacional de Equipamento Móvel (Imei) do telefone para casos em que o aparelho ainda não tenha sido vinculado a uma operadora, e o fornecimento de informações pessoais.

É importante destacar que nas duas situações é preciso ter registrado um boletim de ocorrência de furto ou roubo em uma unidade policial. Isso porque o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) precisará ser anexado ao formulário.

 

 

 


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