(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Violência contra a mulher marca início da semana em Minas

Cinco casos de estupro e feminicídio entre domingo e essa terça-feira engrossam a lista de agressões contra elas no estado, depois de semana em que ataques sexuais horrorizaram população da capital


postado em 05/09/2018 06:00 / atualizado em 05/09/2018 08:31

(foto: TJMG e Abrasel)
(foto: TJMG e Abrasel)

Somente entre domingo e ontem foram noticiados cinco casos de violência sexual e de feminicídio em Minas Gerais: mulheres mortas a facadas e a tijoladas e adolescentes estupradas e assassinadas. Isso depois de uma semana marcada por episódios de ataques sexuais contra mulheres, que já haviam horrorizado moradores de Belo Horizonte. Os casos que mais ganharam repercussão ocorreram no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul, onde uma jovem de 22 anos foi abordada em um ponto de ônibus e estuprada na última quarta-feira, e no Bairro Cruzeiro, na mesma região. Nesse, uma mulher de 26 denunciou um estupro quando voltava para a casa em 25 de agosto, um sábado, próximo ao McDonald’s da Avenida Afonso Pena. O criminoso é procurado, por meio de retrato falado divulgado pela Polícia Civil. Enquanto isso, ainda há quem acredite que esse tipo de violência pode virar piada: dois estudantes, em Inconfidentes, no Sul de Minas, se fantasiaram de Bruno e Macarrão – condenados pelo assassinato de Eliza Samudio – para uma festa (leia texto abaixo).

O dia de ontem foi marcado por mais dois episódios de violência de gênero em Belo Horizonte e região metropolitana. Em um deles, uma mulher de 30 anos foi morta a facadas em uma rua do Bairro Nova Conquista, em Santa Luzia. O crime ocorreu na madrugada e o pai viu a filhar gritar por socorro, mas foi ameaçado pelo criminoso, que fugiu em uma motocicleta e ainda é procurado. A mulher, identificada como Márcia Silva Martins, chegou a ser levada por familiares à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) São Benedito, mas morreu. Ao todo foram oito facadas nos braços, nuca e no dorso. Já no Bairro Viena, em Ribeirão das Neves, também na Grande BH, um guarda municipal de Betim foi preso, suspeito de tentar matar a ex-companheira. Segundo a PM, o suspeito efetuou vários disparos com arma de fogo em direção a uma mulher e à filha dela, que estavam em um bar. Felizmente, nenhuma foi atingida e ele foi preso em flagrante. Um inquérito para apuração do ato de violência foi instaurado.

Na onda da barbárie, um dos casos que mais chamou a atenção no início da semana foi o de uma mulher de 28 morta por agressões do companheiro, que usou até um tijolo, na madrugada de segunda-feira em Além Paraíba, na Zona da Mata. De acordo com o boletim de ocorrência, os militares encontraram Mara Muniz Rosa caída dentro de casa, sem sinais vitais. O companheiro de Mara foi preso na casa do irmão, para onde foi depois do crime. Após ser atendido no Hospital São Salvador, ele foi levado para a Delegacia de Além Paraíba.

Retrato falado do homem acusado de estuprar uma mulher de 26 anos na Região Centro-Sul de BH e que continua sendo procurado pela Polícia (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Retrato falado do homem acusado de estuprar uma mulher de 26 anos na Região Centro-Sul de BH e que continua sendo procurado pela Polícia (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Outro caso na mesma região envolveu um homem de 49, detido sob suspeita de estuprar uma adolescente de 14 em Juiz de Fora. Segundo a PM, a vítima disse que foi atacada por ele em duas ocasiões. Na presença da mãe, a menina contou ter sido abordada pelo vizinho a caminho da escola, no início da tarde. Ele ofereceu carona no carro e ela aceitou. No entanto, o homem não parou na porta da instituição de ensino e a levou a um local que ela não soube dizer onde fica. Lá, ele usou a força para tocar as partes íntimas dela. Ainda segundo a polícia, a estudante também afirmou que há dois meses recebeu dele um celular em troca de sexo e foi estuprada. Nos meses subsequentes, recebeu mensagens dele no WhatsApp em que a chamava de “meu amor” e dizia que queria se casar com ela. Diante da denúncia, os policiais rastrearam o suspeito, que foi localizado e levado para a delegacia de plantão da cidade. Segundo a PM, ele negou ter dado carona para a menina e os estupros, a alegou  ter dado o celular de presente a ela porque tem uma boa relação com a família. Entretanto, exame médico realizado na menina no pronto-socorro da cidade deu positivo para conjunção carnal. O caso ficou a cargo da Polícia Civil.

Outro episódio envolvendo menor ocorreu na cidade de Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Uma adolescente de 15 anos foi morta com o golpe de faca, no domingo. O suspeito é o padrasto, de 33. O corpo de Karoline Nicole Cordeiro Santos foi encontrado por seu irmão, de 10, dentro da casa da família. De acordo com a corporação, o homem apenas afirmou que havia se desentendido com a jovem momentos antes do homicídio. A PM encaminhou o padrasto à delegacia da cidade e não revelou o nome do detido, pois ele tem sido ameaçado em Nova Serrana. A Polícia Civil confirmou que o suspeito foi autuado por feminicídio e encaminhado ao sistema prisional do estado. *Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia

Fantasia na mira da polícia


A Polícia Civil vai instaurar inquérito para apurar a conduta de dois estudantes do Instituto Federal Sul de Minas – Câmpus Inconfidentes, cidade do Sul do estado, que participaram de uma festa fantasiados de goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza e de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, condenados pela morte da modelo Eliza Samudio.

Na fantasia, que teve uma imagem postada na internet, os dois ainda colocaram o nome de Eliza em um saco preto (foto). O delegado Waldir Pelarico, da Delegacia de Ouro Fino, que também é responsável por Inconfidentes, informou que já requisitou ao IF Sul de Minas a identificação dos dois alunos para qualificá-los e abrir um procedimento de investigação com base no artigo 287 do Código Penal.

(foto: Instagram/Reprodução da internet)
(foto: Instagram/Reprodução da internet)


Esse artigo trata como crime o ato de fazer publicamente apologia de fato criminoso ou de autor de crime. A punição é de detenção de três a seis meses ou multa. Segundo o policial, apesar de o fato não ter sido registrado na polícia, a Lei 12.830/2013 permite ao delegado solicitar informações que possam ser necessárias para abertura de investigação, por isso os dados dos dois foram requisitados.

Em nota, o Instituto Federal do Sul de Minas informou que lamenta o caso e que a festa em questão não possui qualquer relação com o câmpus da cidade de Inconfidentes ou com as atividades acadêmicas desenvolvidas na unidade. A instituição confirmou que os dois estudantes são alunos do IF Sul de Minas, mas pontuou que eles são livres para participar de eventos, assumindo as consequências de seus atos. Como o fato ocorreu fora dos limites do câmpus, os alunos não serão responsabilizados pela unidade educacional, conforme o instituto.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)