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Estado de Minas

Restauração do prédio que vai abrigar Museu Boulieu, em Ouro Preto, terá visitas guiadas

Programa tem inicio em setembro, e deve envolver principalmente estudantes, professores e pesquisadores. Acervo de 1,2 mil peças foi reunido por casal ao longo de 50 anos


postado em 28/07/2018 06:00 / atualizado em 28/07/2018 08:41

Doadas em 2004, as peças do Museu Boulieu - Caminhos da Fé foram adquiridas por casal franco-brasileiro ao longo de 50 anos de viagens pelo mundo (foto: ADOP/Divulgação)
Doadas em 2004, as peças do Museu Boulieu - Caminhos da Fé foram adquiridas por casal franco-brasileiro ao longo de 50 anos de viagens pelo mundo (foto: ADOP/Divulgação)

Arte e arquitetura sob os olhos atentos de estudantes, professores, pesquisadores, pessoas interessadas em cultura e visitantes de Ouro Preto, na Região Central. As obras de restauro e adaptação do prédio que vai abrigar o Museu Boulieu – Caminhos da Fé, a 100 metros da Praça Tiradentes, no Centro Histórico, poderão ser acompanhadas, durante a execução, em visitas guiadas. A expectativa é de que a iniciativa comece em setembro, informou, ontem, o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni Moreira. O novo equipamento da cidade reconhecida como patrimônio da humanidade terá exposta, de forma permanente, a coleção de 1,2 mil peças brasileiras e de outros países doada pelo casal franco-brasileiro Maria Helena e Jacques Boulieu.

“Vamos envolver a comunidade local e os turistas num programa de educação patrimonial. Todos poderão ver, no canteiro de obras do museu, que é um marco do Ano do Patrimônio Cultural em Ouro Preto, o processo de restauro”, disse Zaqueu. O programa de visitação tem à frente o Instituto Pedra, proponente do projeto de restauro da construção, com apoio da prefeitura, via Secretaria de Cultura e Patrimônio e presença da arquiteta Priscila Fernandes. Na manhã de quinta-feira, foi assinada a ordem de serviço para início dos trabalhos do equipamento cultural localizado na Rua Padre Rolim, com a presença do casal Boulieu.

A obra no Museu – Caminhos da Fé, que funcionará no antigo asilo componente do Paço da Misericórdia, espaço já restaurado e atualmente ocupado por setores da administração municipal, vai requerer investimentos da ordem de R$ 8 milhões. Os recursos são da Vale, via Lei Rouanet, e a intervenção de um ano terá acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

As peças foram doadas em 2004 à Arquidiocese de Mariana, à qual Ouro Preto está vinculada, e ainda estão no Rio de Janeiro (RJ), onde reside o casal. Segundo Zaqueu, todo o acervo será higienizado e restaurado, dependendo da necessidade, na sede da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), ligada ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Este ano, a Faop completa seu cinquentenário e o aniversário integra as celebrações do Ano do Patrimônio Cultural.

O espaço funcionará no antigo asilo que compõe o Paço da Misericórdia e sua preparação vai requerer investimentos de R$ 8 milhões(foto: Ane Souz/PMOP)
O espaço funcionará no antigo asilo que compõe o Paço da Misericórdia e sua preparação vai requerer investimentos de R$ 8 milhões (foto: Ane Souz/PMOP)

VISITA Na tarde de ontem, o casal Boulieu esteve no Paço da Misericórdia e lembrou que as peças doadas são fruto de 50 anos de suas viagens pelo mundo. Em 18 de dezembro de 2004, houve uma cerimônia na Basílica de Nossa Senhora do Pilar, no Centro de Ouro Preto, parar assinar protocolo de doação da coleção à Arquidiocese de Mariana. Na época, Maria Helena de Toledo, paulista criada em Belo Horizonte, contou um pouco da história: “Somos casados há 55 anos e, desde nossa lua de mel, em Salvador (BA), começamos a reunir este conjunto, que resulta das aventuras extraordinárias que usufruímos juntos”.


Com emoção, Maria Helena explicou que a doação à arquidiocese representava uma “ação de graças a Deus por uma vida plena e que deve ser compartilhada com a comunidade”. O acervo inclui imagens barrocas, pinturas e prataria do Brasil e de outras terras colonizadas pelos ibéricos: América Central, países andinos (Peru e Bolívia) e Ásia, incluindo Filipinas, Índia e China. “Sempre gostamos da arte barroca e, assim, fomos adquirindo as peças que achávamos interessantes. Como não temos filhos, embora muitos sobrinhos, vimos que o melhor seria doar a coleção para que os objetos não se dispersassem”, disse Maria Helena, esperançosa de que outras pessoas sigam esse exemplo.


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