Com o bloqueio do aparelho, a Sesp informa que além da garantia de que o infrator não vai usar o aparelho, o crime se torna menos atrativo e o mercado clandestino desse tipo de equipamento fica menos rentável e procurado. A pasta destaca ainda que, de posse do aparelho, acabavam ficando expostas informações pessoais sensíveis, como mensagens de texto e até questões que envolvem segurança, como trajetos percorridos diariamente pelo dono, por meio dos aplicativos que acessam o GPS.
MENOS CRIMES. De acordo com dados da secretaria, entre janeiro e abril deste ano ocorreu uma redução de 27,6% nos registros de roubos e furtos de telefones celulares na comparação com o mesmo período de 2017. Ainda assim, o volume é considerado alto, com 16.651 aparelhos tendo sido levados de seus proprietários. Do total de roubos ocorridos no estado, 56,6% eram relativos ao de smartphones. O perfil de vítimas mais visado é de mulheres com idades entre 18 e 24 anos.
Outro objetivo é inibir o uso de celulares roubados na prática de outros crimes. Lojistas e transportadores também poderão bloquear os aparelhos que tiverem sido roubados de seus carregamentos. Mas, como ainda não há números vinculados a esses equipamentos, será necessário a uso do Imei.
Apesar de ter o aparelho bloqueado, o proprietário da linha não perde seu número, nem qualquer outro benefício de que disponha junto à sua operadora. Contudo, é importante que o cliente também informe à operadora sobre o crime e o bloqueio. O serviço de bloqueio imediato também abre a possibilidade de ter o aparelho de volta, caso seja apreendido em alguma operação policial. Recebendo a solicitação, do outro lado da conexão estarão profissionais da Secretaria de Segurança Pública que providenciarão a inutilização do celular junto à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em até 24 horas.
NÚMEROS. O hábito de usar o celular em qualquer momento é um grande atrativo para os bandidos. Tanto que o furto de celulares vem aumentando a cada ano em Belo Horizonte. Somente entre janeiro e março último, a média foi de 55,8 ocorrências desse tipo por dia, 27% a mais que no mesmo período do ano passado. Os roubos – casos em que o bem é retirado com uso de violência – tiveram queda no primeiro trimestre (veja quadro). Mesmo assim, a média não é muito diferente: foram 55,3 casos diários. Eventos onde existe aglomeração de pessoas – jogos ou festas públicas – criam o ambiente ideal para que esses números se mantenham em alta.
Apesar de o número de roubos de celulares estar em queda na capital e no estado como um todo, o conjunto de crimes ainda é alto. Sempre considerando o período janeiro/março, neste ano foram 4.977 casos, menos que em 2017, quando houve 6.663 registros. Em Minas, ocorreram 12.921 roubos no período, contra 17.886 na mesma época do ano passado.
OCASIÃO FAZ O LADRÃO. Pessoas que roubam e furtam celulares normalmente se valem da distração e da vulnerabilidade das vítimas em potencial, que facilitam o “trabalho” dos criminosos. Por isso é preciso ter muita atenção. “Portas de escolas são um dos pontos vulneráveis, pois é onde os estudantes, até por serem menores, são visados. Então, o alerta é para que as pessoas, principalmente estudantes e idosos, não saiam com celulares nas mãos. Quando estão na rua, devem deixá-lo guardado no bolso, na mochila, na bolsa, e evitar colocar as bolsas para trás. O objetivo é não despertar a curiosidade dos ladrões, que agem em situação de oportunidade”, afirma o delegado José Luiz Quintão, da 3ª Delegacia da Polícia Civil.
Uma das formas de impedir o aumento dos roubos e furtos de celulares é o cerco aos receptadores, alvos frequentes de operações das polícias Civil e Militar. “O ladrão, o autor do furto ou roubo, normalmente não subtrai para uso próprio e, sim, para revenda. Existe o executor imediato e os mentores intelectuais, que são os cabeças, recebem o material e são responsáveis pelo reingresso no mercado. São os receptadores que incentivam esse mercado”, afirma o delegado.