Sua floração é muito sensível à condição climática imediatamente anterior, conforme explica o professor e pesquisador de ecologia e evolução da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Sérvio Pontes Ribeiro. “Se há um conjunto longo de dias secos e um pouco de calor associado, aumenta o estresse que a árvore está sofrendo. Esse é o gatilho para a floração”, diz.
O professor lembra um dito popular de pessoas do interior: “Semente de ipê não cai na poeira”. Ou pelo menos não caía, quando o clima tinha certa regularidade. Se antes, o surgimento da semente de um dos símbolos do cerrado era sinal de água, agora, não necessariamente. “O estresse já está no pico e a árvore percebeu, já que seu relógio não é cronológico. Este ano, a produção de semente, provavelmente, será antecipada e não haverá germinação.”
O rosa é o mais comum, com 9.665 mil exemplares e com floração sempre em julho e agosto. Já a espécie mais rara é o ipê-verde, que tem apenas 20 unidades na capital. A cidade tem ainda ipês nas cores tabaco (6.034), amarelo (2.807), roxo (2.612) e branco (2.446), além das variedades mirim (2.475), sete-folhas (901) e do-cerrado (140).