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Estado de Minas

Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, é reaberta ao público

Um dos principais cartões-postais de Minas, basílica de Congonhas passou por processo de restauração que durou dois anos e revelou tesouros artísticos escondidos sob a pintura


postado em 23/06/2018 06:00 / atualizado em 25/06/2018 14:41

Fachada da Basílica do Senhor Bom Jesus de Motosinhos, tombada em 1939, que será reaberta à visitação pública na quinta-feira (foto: Elaine Gouvea/Divulgação)
Fachada da Basílica do Senhor Bom Jesus de Motosinhos, tombada em 1939, que será reaberta à visitação pública na quinta-feira (foto: Elaine Gouvea/Divulgação)

Considerada uma das obras-primas do Barroco mundial e um dos principais cartões-postais de Minas Gerais, a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central do estado, será reaberta na quinta-feira, após passar por uma restauração que durou mais de dois anos. Durante as obras foram descobertas pinturas até então desconhecidas. A cerimônia de entrega da obra será realizada às 9h30, com apresentações culturais locais. A basílica está intimamente relacionada à cidade e sua história.

O serviço de restauro marca os 280 anos de nascimento de Aleijadinho, considerado um dos maiores artistas da arte colonial brasileira, e também os 80 anos de emancipação política do município. As obras se encerraram um mês antes do previsto na prorrogação do contrato. O interior da basílica, construída na segunda metade do século 18, é considerado um importante marco da arte sacra brasileira, e reúne trabalhos de alguns dos maiores escultores do período colonial mineiro, como Jerônimo Félix Teixeira, João Antunes e Vieira Servas, além de quadros e imagens de João Nepomuceno Correia e Castro e Manuel da Costa Ataíde.

De acordo com a Prefeitura de Congonhas, a obra de restauração começou pela capela-mor, que é a principal capela uma igreja, com o desmonte de todo o forro. Uma nova pintura foi encontrada no camarim do retábulo do altar -mor, sobre a tela na parte superior da cruz. Segundo informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as laterais da imagem foram removidas, deixando transparecer a pintura monocromática, em tom azul, com elementos da Paixão de Cristo. Após muitas discussões, os técnicos do Iphan decidiram manter a paisagem do fundo, protegendo a pintura antiga que está atrás.

O restauro interno contou com recursos do governo federal. A obra passou ainda pelos corredores laterais da basílica e pela sacristia. No forro da nave, que é o espaço central de uma igreja, que era cinza liso, foi encontrada uma pintura escondida: céu com nuvens em tonalidades do azul ao rosado.

(foto: Elaine Gouvea/Divulgação)
(foto: Elaine Gouvea/Divulgação)

A descoberta desses novos elementos artísticos e a necessidade de obras estruturais, como o reforço dos forros da capela, fez com que as obras, fossem prorrogadas até julho. Porém, a restauração terminou um mês antes do esperado. O serviço foi iniciado em novembro de 2015. Já a intervenção na fachada da basílica foi custeada pela Paróquia do Senhor Bom Jesus, com acompanhamento de técnicos do Iphan, além da recuperação das imagens e relicários.

"Congonhas é testemunha e símbolo do Barroco mineiro, e o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, o maior conjunto de arte colonial do Brasil. Além do tombamento pelo Iphan, o santuário também é patrimônio cultural mundial. Então, é de grande importância retomar toda a imponência desse espaço", comentou a presidente do Iphan, Kátia Bogéa. Foram investidos R$ 2,27 milhões para restauração da basílica, contemplando serviços nos 39 painéis (somando os da capela-mor, nave, coro e sacristia), balaustrada do coro e da nave, pilastras, pias, púlpitos, retábulos, arco do cruzeiro, forros, mesa do altar, Cruz Feliciano Mendes, entre outros.

PROGRAMA
A ação do tempo e, principalmente do ser humano, são agravantes para a preservação dos monumentos históricos, por isso, a Cidade dos Profetas, como Congonhas é chamada, foi um dos municípios brasileiros contemplados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas.

(foto: Elaine Gouvea/Divulgação)
(foto: Elaine Gouvea/Divulgação)
O programa já concluiu outras três outras obras no município: restauração da Igreja do Rosário, requalificação urbanística da Alameda Cidade Matosinhos de Portugal e Restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, somando investimentos de mais de R$ 4,6 milhões na cidade. Para o prefeito de Congonhas, José de Freitas Cordeiro, o Zelinho, do PSDB, a restauração da basílica é uma conquista histórica. “Com muita alegria, vamos entregar a restauração da igreja, uma das mais belas do país. Este é o maior restauro de todos os tempos” comentou.

Tombado pelo Iphan em 1939 e considerado patrimônio cultural mundial pela Unesco desde 1985, o conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos é formado por uma praça com seis capelas que remontam os passos da Paixão de Cristo, um espaço aberto em frente à igreja onde estão colocados os 12 profetas de Aleijadinho e a basílica restaurada, que leva o nome do santuário.

O evento de reabertura da basílica contará com a presença do diretor do Departamento de Projetos Especiais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Robson de Almeida, do prefeito de Congonhas e outras autoridades locais.

*Estagiária sob supervisão do editor Roney Garcia


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