Um novo passo foi dado para a realocação dos antigos moradores de Bento Rodrigues, subdistrito destruído pelo mar de lama consequente do rompimento da Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, em 5 de novembro de 2015, em Mariana, Região Central de Minas Gerais. A Fundação Renova – criada para lidar com os danos provocados pelo desastre da Samarco – recebeu a autorização para instalar o canteiro de obras no terreno escolhido pela comunidade atingida para a construção do novo distrito. O comunicado foi feito pela Superintendência de Projetos Prioritários da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) em 27 de abril e o prazo para a mobilização da empresa é de cerca de 30 dias. Porém, o início das obras continua incerto, uma vez que sua instalação depende de licença ambiental ainda não pedida pela Renova.
A expectativa é de que o novo Bento Rodrigues fique pronto em março de 2019. Com 98 hectares, o terreno, na localidade de Lavoura, fica a oito quilômetros do subdistrito destruído pela lama. “A implantação do canteiro tem o objetivo de antecipar a construção dos escritórios e estruturas de apoio das empresas que executarão as obras”, informou a Fundação Renova, por meio de nota. O próximo passo é concluir a obtenção dos documentos necessários para a formalização do pedido de licença ambiental para a construção efetiva do distrito. Porém, ainda sem data prevista para o pedido por parte da empresa.
Posteriormente, será iniciada a supressão vegetal e, em seguida, a terraplanagem, para que seja iniciada a fase de construção de toda a infraestrutura e execução dos projetos de pavimentação, drenagem, redes de esgoto, distribuição de água e de energia. Paralelamente às obras de infraestrutura, o objetivo é que se iniciem as discussões, com cada família, sobre a arquitetura de suas casas. O ideal é que ao término das obras urbanas, os projetos arquitetônicos individuais das residências estejam concluídos, o que permitirá o início imediato das construções.
PRECARIEDADE Depois de mais de dois anos do desastre, a definição do projeto e o início da implementação do canteiro de obras são avanços para que os atingidos resgatem o convívio comunitário – já que depois que o subdistritos foi devastado, eles foram abrigados em imóveis alugados na cidade de Mariana. O Estado de Minas já mostrou em reportagens o descontentamento das vítimas nas casas improvisadas na cidade, onde não escolheram morar. Em sua maioria, elas sofrem a perda do que consideram uma vida com mais qualidade na roça, fora da “cidade grande”. Os problemas são muitos, entre eles, a distância que se estabeleceu entre parentes e a dificuldade de cultivar alimentos para o próprio sustento. O terreno da lavoura, de aproximadamente 98 hectares, foi escolhido pela comunidade em maio de 2016.