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Estado de Minas

PBH vai apresentar proposta para professores; categoria segue em greve

O prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou que uma nova proposta para os professores da educação infantil será apresentada na próxima quarta-feira. Educadores decidem continuar em greve até analisar a proposta


postado em 25/04/2018 17:54 / atualizado em 25/04/2018 18:02

Professores realizaram assembleia na tarde desta quarta-feira na Avenida Afonso Pena(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Professores realizaram assembleia na tarde desta quarta-feira na Avenida Afonso Pena (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai apresentar na próxima semana uma proposta para os professores da educação infantil que estão em greve desde segunda-feira. O estudo foi acordado em reunião realizada na tarde desta quarta-feira entre representantes da categoria, o prefeito Alexandre Kalil (PHS), o secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis e a secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben. Os educadores mantiveram, em assembleia, continuar a paralisação. Daqui a oito dias, vão voltar a se reunir para decidir se aceitarão ou não a proposta para pôr fim ao movimento.

O anúncio da nova proposta foi anunciada por Kalil em entrevista coletiva logo após o encontro. "Vamos apresentar uma proposta dentro da realidade. Vamos apresentar os números da educação infantil e fundamental", disse o prefeito. Ate quinta-feira, esta mantida a paralisação. "Os acontecimentos afloraram os ânimos. Não há condições psicológicas de retomar as aulas agora", acrescentou, se referindo à repressão às professoras ocorridas na segunda-feira, quando a Polícia Militar (PM) jogou bombas de efeito moral, de gás, e jatos de água para dispersar os manifestantes que haviam fechado a Avenida Afonso Pena.

Os professores se reuniram na tarde desta quarta-feira na frente da sede da PBH, na Avenida Afonso Pena onde fizeram uma assembleia. Aproximadamente mil pessoas fecharam parte da avenida por volta das 14h. Lá, decidiram continuar o movimento grevista. Devido a interdição parcial, o trânsito ficou lento na Região Central da capital mineira.

Por volta das 17h30, logo após o resultado da reunião com o prefeito e outros representantes da administração municipal, o grupo fez uma passeata até a Praça Sete, onde encerraram o ato.

Reivindicação


A categoria está em greve e pede carreira única para os educadores da rede municipal. Durante o protesto desta quarta-feira, acusaram o prefeito Alexandre Kalil de mentir sobre os salários pagos aos professores. A PBH sustenta que a média de rendimentos é de R$ 3.409,05 para as educadoras do ensino infantil e de R$ 7.522,39 para os profissionais do ensino fundamental. A categoria contesta e afirma que tais valores só são pagos a professores que dobram, ou seja, trabalham em dois turnos. "Mesmo assim, o valor não chega a isso. Gostaria de saber onde estão os meus R$ 3 mil", disse uma professora de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) da região de Venda Nova, que pediu anonimato, mostrando o contra-cheque com um valor líquido aproximado de R$ 2,7 mil.

Ela trabalha em dois turnos e, por isso, tem dois salários: o mínimo pago a quem está entrando na rede (bruto de R$ 1.451,93) e outro do chamado nível 2, para quem tem três anos de prefeitura e já saiu do período probatório (R$ 1.524,52). "Muitas professoras ganham só os R$ 1,4 mil, que sofre o desconto dr vale-transporte e plano de saúde. Se for a mulher e 2 filhos, por exemplo, nem o marido pode ser incluído no plano, porque existe uma margem de comprometimento do salário. Como o plano é coparticipação, tudo que usa é cobrado", explica outra professora que também preferiu anonimato. "Além disso, quem dobra não tem salário garantido, pois, normalmente, cobrimos licenças de dias ou mês", completa.

Confusão


A nova assembleia aconteceu dois dias depois que houve um tumulto na porta da prefeitura de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, durante um ato dos professores, a Polícia Militar (PM) fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, além de jatos d'água para dispersar o grupo que fechava os dois sentidos da Avenida Afonso Pena.

O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel Giovanne Silva, afirmou que a PM tentou negociar com a categoria em duas oportunidades, durante uma hora e meia, mas não obteve sucesso. A primeira delas, segundo o oficial, foi executada pelo 1º Batalhão da PM, responsável pela área. De acordo com o coronel, as lideranças sindicais concordaram em liberar todas as pistas da avenida ao meio-dia – com objetivo de não prejudicar o tráfego de ambulâncias, a partir da faixa SOS, e o direito de ir e vir dos cidadãos. Entretanto, o representante da PM afirma ter havido votação na qual os manifestantes decidiram não cumprir o acertado.

Com isso, foi adotada uma segunda posição, na qual os militares avisaram que o "uso progressivo da força" seria empregado caso as pistas não fossem desocupadas. Novamente, de acordo com o coronel Giovanne Silva, os manifestantes mantiveram o bloqueio. "A partir daí, por uma decisão do comando da corporação, foi usada a força dentro do escalonamento já previsto em nosso protocolo", afirmou o comandante do Policiamento Especializado.

Os manifestantes acusam a PM de truculência. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, uma reunião foi convocada pelo governador com a cúpula da PM para tratar sobre o assunto. “O governador ouviu os comandantes envolvidos e, então, ordenou a abertura de uma sindicância e que os excessos que venham a ser constatados sejam apurados e os responsáveis punidos”, informou por meio de nota.


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