Uma negociação realizada em redes sociais por pouco não terminou com a venda clandestina de um bebê, nascido nessa quinta-feira em Contagem, na Grande BH.
O bebê seria entregue a pessoas suspeitas de integrar uma quadrilha do Rio de Janeiro especializada na compra e venda de crianças .
De acordo com a Polícia Militar, o caso foi descoberto quando um dos suspeitos, Adriano Teixeira, de 39 anos, chegou ao Hospital de Contagem, na Avenida João César de Oliveira, e se identificou como pai da criança. O hospital estranhou porque geralmente pais sobem ao apartamento, não pedem informações sobre estado de saúde do filho na portaria.
Funcionários da maternidade indagaram a mãe, internada em um leito da unidade, sobre quem era Adriano.
A jovem, de 24 anos, disse que ele não era o pai da criança. E confessou que havia negociado a venda do filho. Mais tarde, se disse arrependida. O hospital já vinha estranhando a situação da mulher, que chegou à maternidade sem roupas e utensílios para o bebê.
Conforme a PM, após a revelação da mãe do recém-nascido, diretores do hospital acionaram a polícia, que ouviu da jovem detalhes da negociação, realizada com Lilian da Conceição, de 32 anos, por Facebook e um grupo de Whatsapp, chamado Barriga de aluguel.
Em mensagens enviadas nas redes sociais e armazenadas no celular da mãe da criança, a Polícia Militar confirmou a versão. Valores não foram divulgados, mas, conforme a PM, Lilian custeava a gestação em troca de receber o bebê.
Contradição e prisões
Lilian da Conceição negou a versão da mãe da criança e informou aos militares que pagou os gastos da gravidez por amizade com a mãe do bebê e que veio do Rio de Janeiro para conhecer a criança.
Mas, segundo a PM, mensagens no celular de Lilian mostravam a negociação com a moradora de Contagem e também com mulheres de outras cidades e com pessoas interessadas em adotar crianças de maneira clandestina.
Com Adriano e Lilian, foram detidos pela PM duas mulheres, de 33 e 42 anos, e um homem de 62. Nenhum familiar da mãe do recém-nascido estava no hospital para conversar com a Polícia Militar.
A Polícia Civil foi procurada para dar detalhes da investigação, mas como a ocorrência terminou durante o plantão noturno, as informações ainda são apuradas pela assessoria de imprensa.
(Com informações de Ilson Gomes, TV Alterosa)
*Sob supervisão do editor Benny Cohen