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Estado de Minas

Chuvas de fevereiro provocaram 10 quedas de árvores em Belo Horizonte

Último caso ocorreu ontem no cruzamento da Rua dos Timbiras com Avenida João Pinheiro, no Centro de BH. Espécime, que estava oco, caiu sobre veículos, mas ninguém se feriu gravemente. No ano passado, taxista morreu após queda de palmeira em local bem próximo


postado em 01/03/2018 06:00 / atualizado em 01/03/2018 08:24

Ver galeria . 5 Fotos Árvore caiu sobre três carros na Rua Timbiras, esquina com Avenida João Pinheiro. Não há registro de feridosLeandro Couri/EM/DA Press
Árvore caiu sobre três carros na Rua Timbiras, esquina com Avenida João Pinheiro. Não há registro de feridos (foto: Leandro Couri/EM/DA Press )
Uma cena que se repete a cada pancada de chuva na capital mineira. Ontem, mais uma queda de árvore atingiu e danificou um veículo, no cruzamento da Rua Timbiras com a Avenida João Pinheiro, na Região Centro-Sul. A ocorrência foi a cerca de 50 metros de onde, em 2 de outubro de 2017, uma tripla palmeira despencou sobre um táxi, matando o motorista Fábio Teixeira Mageste, de 35 anos. Dessa vez, por centímetros, os ocupantes do carro escaparam da morte, mas com lesões leves. Somente em fevereiro deste ano, a Defesa Civil de Belo Horizonte registrou 10 casos do tipo, além de 45 chamados de vegetação com risco de cair.

“Não foi possível observar qualquer sinal de que a árvore estava por cair. Já não chovia, nem ventava, saí do escritório e seguia pela Timbiras, por volta das 16h, com o trânsito bom e poucos carros na rua. Logo que atravessei a Avenida João Pinheiro, senti o impacto no meu carro e um estrondo. Percebi que tinha sido atingido por parte do tronco de uma árvore de grande porte”, contou o empresário José Geraldo Andrade, de 56, sócio em uma consultoria da área de seguros.

Ele dirigia o Honda Civic placa PVE 6933, de BH, que foi atingindo por parte de uma paineira (Chorisia speciosa St.-Hill). O tronco da árvore de grande porte se partiu ao meio e uma das metades caiu sobre teto e vidro traseiro do veículo. “Nem sequer tive tempo de pisar no freio. Com o impacto, o carro parou. Então pensei comigo: ‘graças a Deus estou salvo’. Ao meu lado estava o presidente da empresa, que também ficou bastante assustado”, disse José Geraldo.

O empresário e seu sócio, Fábio Basilone, de 50, sofreram lesões leves. Geraldo teve cortes superficiais no rosto, que teriam sido causados pelo impacto do air-bag. Já Fábio contou que sentia dor lombar e no pescoço. “Importante que escapamos com vida. Questão de segundos e estaríamos mortos”, assinalou Basilone. Apesar dos ferimentos, os dois acompanhavam os trabalhos dos militares do Corpo de Bombeiros de corte da árvore e dispensaram atendimento médico. O dono do carro até demonstrou bom humor quando sua mulher pediu para tirar a gravata. “Deixa, pois quero aparecer alinhado nas entrevistas”, disparou.

Porém, ao fazer uma reflexão sobre o acidente, depois de lembrado sobre a ocorrência que matou o taxista, o empresário demonstrou indignação. “Isso ocorre pelo descaso das autoridades, que não se preocupam com o cidadão. Arrecadam impostos e mais impostos e não aplicam a favor da coletividade, apenas para interesses próprios. De que adianta a cidade ter um inventário sobre todas as árvores e não tomar qualquer providência para evitar coisas desse tipo?”, contestou.

A advogada Bruna Villas Boas, de 34, também era pura indignação. O Honda Fit dela estava estacionado na Rua Timbiras e foi danificado no teto pelos galhos da paineira. “Estacionei por volta das 14h com o talão do rotativo, como determina a legislação, e quando retorno duas horas depois meu carro está com o teto amassado. Isso por causa da omissão da PBH, que, diante de constantes situações desse tipo, não está fazendo nada. Basta lembrar que recentemente um taxista perdeu a vida ao ter seu veículo esmagado por uma árvore no quarteirão anterior”, reclamou.

NOTA OFICIAL Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) informou que, de acordo com análise feita pelos técnicos da Prefeitura de Belo Horizonte que estiveram no local, a árvore não apresentava risco aparente. “Visivelmente, a espécie não apresentava indícios de que estava doente. No entanto, após a queda, verificou-se que ela estava oca. Uma análise mais profunda será realizada pela PBH para detectar as causas da queda”, disse a nota.

MEMÓRIA
O “inventário das árvores”

Em 2015, numa ação pioneira, a Prefeitura de Belo Horizonte fez um estudo completo sobre as árvores da capital, que são apontadas como patrimônio da “cidade jardim”. Foram catalogados mais de 480 mil exemplares do tipo murtas, sibipirunas, castanheiras, ficus-benjamim, bauhinia, areca, resedá, mangueira, goiabeira, leucena, alfeneiro, oiti e magnólia, além dos cerca de oito mil ipês. O projeto, denominado “BH Mais Verde”, da gestão anterior da prefeitura, tinha entre os objetivos o controle das árvores do município, com análise pormenorizada de cada uma delas, com checagem de 56 itens. Da raiz até a folhagem, tudo era avaliado e inserido em um banco de dados.


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