
O avanço da doença na Região Metropolitana de Belo Horizonte não se limita à capital mineira. Em Nova Lima já foram confirmados seis óbitos de pacientes com a doença, dois em Brumadinho e um em Caeté, Mateus Leme e Rio Acima. No fim da tarde, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de BH confirmou o terceiro óbito por febre amarela de moradores do município. Trata-se de um homem, de 42 anos, morador da região Oeste da capital, sem registro de vacina e que estava internado em hospital público. A morte ocorreu no último dia 22 e o resultado laboratorial foi liberado hoje. A transmissão da doença não ocorreu na capital, mas, segundo a investigação epidemiológica, em um sítio de outra cidade da Grande BH.
A SMSA recebeu a notificação da suspeita de febre amarela um dia antes do óbito e imediatamente executou ações de zoonoses e intensificação vacinal. Foram realizadas vistorias detalhadas para retirada de focos do mosquito Aedes aegypti em imóveis próximos à residência da vítima, inclusive com aplicação de inseticida, além de busca ativa para identificar pessoas que ainda não se vacinaram. A Secretaria Municipal de Saúde alerta sobre a necessidade da vacinação, principalmente para aqueles que vão para áreas de sítios, chácaras e região de matas silvestres. A imunização deve ser feita com 10 dias de antecedência. Uma única dose é suficiente para garantir proteção para a toda a vida.
Os 152 centros de saúde de Belo Horizonte estão abastecidos com a vacina contra a febre amarela. A vacinação é feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A capital atingiu a cobertura vacinal de 88%. Só este ano, mais de 134 mil pessoas já foram vacinadas.

A mobilização nos hospitais de Minas Gerais para atendimento de casos suspeitos e confirmados de febre amarela no estado tem levado À abertura de novos leitos via Sistema Único de Saúde (SUS). Depois que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou resolução em que libera R$ 1,5 milhão para que os municípios solicitem novos leitos tanto de clínica médica quanto de unidade de tratamento intensivo (UTI), hospitais de Belo Horizonte e Barbacena (Campo das Vertentes) já ganharam mais 26 leitos. A previsão é que as duas cidades viabilizem outros 35 em suas unidades hospitalares no curto prazo. Hoje, aumentou para 162 o número de cidades mineiras em situação de emergência devido à doença.
A ampliação dos atendimentos é reflexo do surto que, pelo segundo ano consecutivo, atinge Minas Gerais e já provocou, oficialmente, 25 mortos, número que pode subir a qualquer momento, já que outros 12 óbitos estão sendo investigados. O último boletim epidemiológico do estado, divulgado no início da semana, aponta ainda que 22 pacientes que estão internados ou já tiveram alta e também tiveram diagnóstico positivo para a doença. Outros 87 que já saíram do hospital ou seguem recebendo cuidados médicos estão sendo analisados. (Com Larisa Ricci e Guilherme Paranaíba)
