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Estado de Minas

Mato alto e lixo tomam conta de calçadas, canteiros e praças de BH

Misturado a entulhos, o capim invade praças e calçadas até dos cartões-postais de Belo Horizonte, transformando-se em obstáculo. PBH garante que mantém limpeza


postado em 04/01/2018 06:00 / atualizado em 04/01/2018 08:33

Mato alto tomou praças como a do Papa, frequentada por turistas para apreciar vista panorâmica da cidade, e a da Estação, no Centro da capital (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Mato alto tomou praças como a do Papa, frequentada por turistas para apreciar vista panorâmica da cidade, e a da Estação, no Centro da capital (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Mato alto e lixo tomam conta de calçadas e de praças da capital mineira. É dever da administração pública e da população zelar pelos espaços de uso comum, mas basta uma simples caminhada pela cidade para observar que a maioria das praças está suja e com seus jardins descuidados. A mesma situação de abandono se percebe nos canteiros espalhados pelas ruas e avenidas de Belo Horizonte. Quem passa pela Avenida Agulhas Negras, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul, se depara com calçada tomada pelo mato. O capim que cresce no local quase ultrapassa um metro e meio de altura.

A alguns metros dali está um dos atrativos turísticos da cidade, a Praça do Papa, que já sofre há alguns meses com o acúmulo de lixo e com o capim alto. Cercada pela Serra do Curral, a praça seria um belo lugar para passear e apreciar a vista panorâmica da cidade. Porém, com muitas embalagens plásticas e descartáveis espalhadas pelo chão, o cenário tende ao abandono. O enfermeiro Ricardo Boaventura, de 43 anos, decidiu levar o seu paciente Zick Leite Pemponi, de 90, para passear em uma área verde, mas encontrou vários obstáculos: “Acredito que em outras épocas aqui já foi limpo. Não sei se pelas festas que está mais sujo. Além do mais, às vezes, tem um pessoal estranho que frequenta aqui”. Além de ser impossível se sentar na grama, há muitos mosquitos perto das lixeiras, plástico, garrafas de cerveja e latas de refrigerante. Dá este aspecto de abandono”, afirmou. O cuidado tem que ser redobrado com o idoso para que ele não tropece em algum objeto ou se machuque nos buracos e falhas nas calçadas da praça.

(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)


CONSCIENTIZAÇÃO O taxista José Raimundo, de 54, levou três turistas cariocas para conhecer o local, que recebeu o papa João Paulo II em 1980. “O povo não aprendeu. Está cheio de lixeira espalhada pelo local, mas não adianta. Isso é uma falta de respeito. Será que as pessoas fazem isso na casa delas?”, questionou. Ele pontua que o mato deveria ser cortado e limpo, mas, mais importante que isso, é a conscientização da população para preservar o meio ambiente. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que, desde a semana passada, uma equipe está realizando a coleta do lixo e a manutenção dos canteiros e da grama na região. A varrição do local, segundo a prefeitura, é feita diariamente, inclusive aos domingos.

A cena de sujeira se repete na Praça Rui Barbosa, em frente à Praça da Estação, na região central da capital, embora, segundo a PBH, a praça conte com 50 cestos coletores de lixo e a varrição do espaço se realize três vezes ao dia. A reportagem flagrou sandálias espalhadas, restos de comida, garrafas e copos descartáveis no chão. Em setembro, duas réplicas de estátuas de tigres do conjunto arquitetônico foram destruídas e, até o momento, não foram recolocadas. A Prefeitura informou que a recolocação da estátua ainda está sendo avaliada pelo Departamento de Patrimônio e Cultura.

No Mangabeiras, o capim virou obstáculo para o enfermeiro Ricardo e seu paciente Zick (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
No Mangabeiras, o capim virou obstáculo para o enfermeiro Ricardo e seu paciente Zick (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
INSEGURANÇA A adolescente Gabriela Figueredo, de 17, passa pelo local diariamente para ir ao trabalho e reclama do descuido e sensação de insegurança. “Gostaria de ver uma paisagem bonita para me sentir mais alegre. Um dos principais cartões-postais da cidade é muito mal cuidado e mal frequentado”, criticou a jovem, que tem medo de ser assaltada. Ela aponta que esses não são problemas exclusivos da Praça da Estação. “Apenas a Praça da Liberdade, no Bairro Funcionários e a da Assembleia, no Bairro Santo Agostinho, são bem conservadas, porque estão em bairros nobres” avalia Gabriela.

Mas ela se engana. Nem a Praça da Assembleia escapa da depredação. Em novembro, o Estado de Minas mostrou a insatisfação de frequentadores da área em relação à manutenção, equipamentos de ginástica com defeito e banheiros que nunca foram abertos. Também foram mostrados brinquedos quebrados e falta de segurança à noite, quanto muita gente sai do trabalho e faz caminhada ou corrida. Para a jovem, falta investimento nesses locais. “Por exemplo, se tivesse Wifi, as praças atrairiam mais pessoas e, consequentemente, a atenção seria maior do poder público”, acredita.

Em outras áreas, a situação é ainda mais complicada. Quem transita pela Praça Vaz de Melo, antes do viaduto da rodoviária, passando pela Avenida Antônio Carlos, se depara com lixo espalhado e mau cheiro. O local se tornou um ponto de despejo de entulhos, especialmente cabos de cobre de origem duvidosa. O abandono também pode provocar a proliferação de insetos e de ratos. A situação não é muito diferente da Praça do Peixe, entre os bairros Bonfim e Lagoinha. Apesar de a grama estar aparada, a sujeira espalhada chama a atenção. De acordo com a PBH, a capina da grama nessas duas praças é realizada pelo menos três vezes ao ano, e a varrição ocorre diariamente, de segunda sábado.

Jogar lixo na rua, ou em qualquer espaço público da capital, é proibido e gera punição, segundo está previsto na Lei 10.534/2012. De acordo com a PBH, “os infratores estão sujeitos a multas que variam de R$ 185,49, por não acondicionar o resíduo corretamente ou não colocá-lo no horário fixado pela SLU, a R$ 5.564,82, por despejar o resíduo de construção civil em lotes vagos e encostas, por exemplo”, informou a administração pública. (Colaborou Sílvia Pires, estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho)

Por meio da assessoria de imprensa, a PBH comentou a situação de cada praça e calçada. Confira: 

- Calçada da Avenida Agulhas Negras, entre numeração 118 e 180 

"A responsabilidade pela manutenção dos passeios é do proprietário do imóvel. A varrição é realizada duas vezes por semana e a coleta domiciliar é feita de segunda a sábado, à noite."

- Praça do Papa 

"A equipe de Manutenção da Centro-Sul está executando a manutenção dos canteiros centrais da Avenida Afonso Pena desde a semana passada. O serviço encontra-se próximo ao número 3.690, e, na sequência chegará à Praça do Papa para realização das atividades de manutenção dos canteiros e da grama. A varrição é realizada diariamente, inclusive aos domingos e a coleta domiciliar: segunda a sábado, à noite."

- Praça Rui Barbosa 

"Na última semana, foi realizada poda de árvores, topearia dos canteiros centrais e roçada da grama dessa praça. Um funcionário da GERUB-CS já está cuidando da limpeza da Praça Rui Barbosa. A varrição é diária: três vezes ao dia/ coleta domiciliar: segunda a sábado, à noite.
 
A Praça Rui Barbosa conta com 50 cestos coletores para resíduos leves, sendo: 30 cestos entre a Avenida dos Andradas e Rua da Bahia; nove na área mais pavimentada; dois ao lado da Guaicurus; quatro ao lado da Caetés e cinco próximo aos pontos de ônibus."

- Praça do Peixe e Praça Vaz de Melo  
 
"As roçadas das praças do Peixe e Vaz de Melo são realizadas a cada três meses. A mais recente ação foi realizada em novembro de 2017. Varrição diária: segunda a sábado / coleta domiciliar: três vezes por semana, às terças, quintas e aos sábado, sempre no período noturno. Em todos esses lugares, a capina é realizada, pelo menos, três vezes ao ano. Limpeza de boca de lobo: a cada 60 dias."


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