
A investigação da PF aponta desvio de recursos públicos e falsificação de assinaturas de bolsistas e estagiários do projeto de execução do museu. "O inquérito policial foi instaurado em março deste ano, diante da presente construção inacabada do museu, no Bairro Santo Antônio, na Região Centro-Sul, em Belo Horizonte. Desde então, a gente fez contatos com a Controladoria Geral da União (CGU) e com o Tribunal de Contas da União (TCU) para ver se existia alguma irregularidade referente a esses órgãos. Entre eles, posso citar documentos em que existiam informações falsas, como assinaturas de bolsistas e documentos que incluíam documentos não condizentes com a movimentação bancária que de fato ocorreu," explicou o delegado Leopoldo Lacerda.

Caso os suspeitos sejam condenados, o delegado informou que eles podem responder por peculato de desvio e formação de quadrilha.
PROTESTOS
Professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Eli Lola Gurgel Andrade, diz que o caso surpreendeu os docentes. "Nos causa estranheza, ainda mais que seja com centenas de projetos que andam na UFMG, exatamente o projeto que levanta o compromisso que a universidade tem com a luta pelas liberdades democráticas neste país," explicou. Por sua vez, o professor do Departamento de Filosofia da UFMG, Rodrigo Duarte, afirmou que a condução dos educadores foi precipitada. "Pelo que parece, a investigação está em um estado muito incipiente e ele (delegado) se referiu a uma organização criminosa atuando dentro da UFMG. Isso nos pareceu um pré-julgamento indevido, pelo menos."
Em relação às denúncias de excesso durante a operação, o delegado afirmou que “as conduções coercitivas são uma forma de atuação na investigação para evitar combinação de depoimentos. Está previsto por lei”.
MEMORIAL

"A vice-reitora sempre foi a coordenadora do projeto financiado pelo Ministério da Justiça. A UFMG, como executora, contratou uma construtora e a Fundep para executar a pesquisa. O contrato foi várias vezes aditivado e prorrogado. Até hoje, não finalizado e os valores sempre aumentaram", concluiu delegado.
O Estado de Minas entrou em contato com a assessoria de imprensa da UFMG que informou que está aguardando um posicionamento jurídico.
*Sob supervisão da subeditora Ellen Cristie